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UE autoriza uso da vacina da Moderna contra covid-19

6 de janeiro de 2021

É o segundo imunizante contra o novo coronavírus a ser aprovado pelo bloco. Foram encomendadas 160 milhões de doses, que devem começar a ser distribuídas na próxima semana.

Frasco com vacina da Moderna
Vacina tem eficácia de 94,1% contra a covid-19Foto: Joe Raedle/Getty Images

A Comissão Europeia concedeu nesta quarta-feira (06/01) uma licença condicional para uso da vacina contra a covid-19 desenvolvida pela farmacêutica americana Moderna, pouco depois de a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) ter dado luz verde ao imunizante.

A vacina da Moderna tem eficácia comprovada de 94,1% e é a segunda a ser aprovada na UE depois do imunizante desenvolvido pelas farmacêuticas Pfizer e Biontech, que começou a ser aplicado em moradores do bloco em 27 de dezembro.

A União Europeia encomendou 160 milhões de doses da vacina da Moderna para os 27 países-membros do bloco, que tem uma população total de 450 milhões de pessoas.

A vacina da Moderna já havia sido aprovada para uso nos Estados Unidos, Canadá e Israel. Os EUA deram luz verde para o uso emergencial em pessoas com mais de 18 anos em 18 de dezembro, seguidos pelo Canadá cinco dias mais tarde, com uma autorização provisória também para maiores de 18 anos. Já Israel aprovou o imunizante na segunda-feira (04/01).

Alcance das doses

Tanto a vacina da Moderna como a da Pfizer/Biontech requerem a aplicação de duas doses para obter a eficácia máxima. Somando os dois imunizantes, a Comissão Europeia garantiu até o momento a aquisição de 460 milhões de doses, suficientes para imunizar 230 milhões de moradores do bloco, ou 51% do total.

Há ainda outras vacinas que aguardam o sinal verde da EMA, como a da AstraZeneca/Oxford, já aprovada para uso no Reino Unido e em outros países.

"Teremos vacinas seguras e efetivas em quantidade mais do que suficiente para proteger todos os europeus", afirmou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. O bloco assinou até o momento contratos de compra de vacinas com seis produtores, para um potencial de até dois bilhões de doses, mas a maioria dos imunizantes ainda depende de aprovação.

Detalhes dos contratos assinados pela Comissão Europeia com os fornecedores de vacinas são confidenciais, mas há relatos de que a vacina da Moderna é a mais cara entre as opções.

O ministro da Saúde alemão, Jens Spahn, disse esperar que a vacina da Moderna comece a ser distribuída nos países europeus na próxima semana. Segundo ele, a Alemanha deverá receber 2 milhões de doses no primeiro trimestre de 2021 e 50 milhões de doses ao longo de todo o ano.

Há críticas no bloco de que a estratégia de vacinação da Comissão Europeia não teria dado resultados com rapidez suficiente, enquanto Estados Unidos, Reino Unido e Israel tomaram a dianteira do processo algumas semanas antes e já aplicaram milhões de doses. Até o momento, a Alemanha aplicou 367 mil doses e a França, 5 mil. Na Holanda, a vacinação começou apenas nesta quarta-feira.

A Comissão Europeia argumenta que adotou a estratégia mais segura ao submeter as candidatas a vacina aos protocolos completos da EMA e coordenar com os países-membros as decisões sobre quantas doses comprar e como distribuí-las.

Nova tecnologia

Os testes clínicos da Moderna foram realizados em 28 mil pessoas de 18 a 94 anos e demonstraram que a vacina tem 94,1% de eficácia para prevenir infecções pela covid-19, segundo comunicado da EMA. "Esta vacina nos oferece mais uma ferramenta para superarmos a atual emergência", disse Emer Cooke, diretor da agência.

A autorização condicional significa que a vacina pode ser aplicada nos cidadãos da União Europeia, mas obriga a empresa a seguir compartilhando informações sobre seus efeitos de longo prazo, por exemplo.

Assim como a vacina da Pfizer/Biontech, aprovada na UE em 21 de dezembro, a da Moderna utiliza uma tecnologia inovadora conhecida como RNA mensageiro (mRNA). O princípio do imunizante é fazer o próprio corpo produzir a proteína do vírus, que o sistema imunológico reconhece como ameaça e combate. Para isso, os cientistas identificaram a parte do código genético viral que carrega as instruções para a fabricação dessa proteína.

A vacina da Pfizer/Biontech demonstrou uma eficácia de 95%, mas requer que as doses sejam armazenadas a uma temperatura de -70 ºC, enquanto a da Moderna pode ser mantida em freezers normais.

A Moderna é uma empresa sediada na cidade de Cambridge, no estado de Massachusetts, e afirmou que produzirá de 100 a 125 milhões de doses do imunizante no primeiro trimestre deste ano. Desses, de 15 a 25 milhões serão exportados para fora dos Estados Unidos.

LF/BL/afp/dpa

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