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UE classifica ataques russos à Ucrânia como crimes de guerra

10 de outubro de 2022

Bombardeios russos mataram mais de dez e feriram 60 em várias cidades ucranianas. União Europeia promete mais armas a Kiev, e Otan se compromete com apoio pelo tempo que for necessário.

Carros incendiados em rua semidestruída
De acordo com o prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, houve quase 60 mortos e feridos na capital ucranianaFoto: Efrem Lukatsky/AP Photo/picture alliance

As autoridades ucranianas atualizaram para pelo menos 11 mortos e 60 feridos o número de vítimas nos ataques russos da manhã desta segunda-feira (10/10) em Kiev, Lviv, Dnipro, Kharkiv e Zaporíjia. Segundo o primeiro-ministro Denis Chmygal, 11 grandes infraestruturas foram danificadas em oito regiões. Os bombardeios foram condenados veementemente pela União Europeia (UE), que garantiu o envio de mais armas a Kiev. 

O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, garantiu no Twitter que o apoio militar adicional "está a caminho" da Ucrânia: "Estou profundamente chocado com os ataques da Rússia a civis em Kiev e em outras cidades da Ucrânia. Tais atos não têm lugar no século 21. Condeno-os com a maior veemência possível."

Numa coletiva de imprensa, o porta-voz de Borrell, Peter Stano, disse que os ataques russos à infraestrutura civil são "contra o direito internacional humanitário" e que "atacar indiscriminadamente civis equivale a um crime de guerra".

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, se disse "chocada e horrorizada" com os ataques: "A Rússia mais uma vez mostrou ao mundo o que representa: terror e brutalidade", disse von der Leyen na cidade estoniana de Narva, perto da fronteira russa, ao lado da primeira-ministra da Estônia, Kaja Kallas.

A presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, afirmou que "o que está acontecendo agora em Kiev é repugnante": tal situação "mostra ao mundo, mais uma vez, o regime com que somos confrontados, um regime que ataca indiscriminadamente, que semeia terror e morte até sobre crianças. Isso é criminoso. Eles serão responsabilizados e a Ucrânia vencerá. A Europa não desviará o olhar", afirmou Metsola.

Explosão em Kiev destruiu vários carrosFoto: Adam Schreck/AP Photo/picture alliance

Reunião do G7

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, condenou os "ataques horríveis e indiscriminados" lançados pela Rússia, prometendo que sua aliança militar "continuará apoiando o corajoso povo ucraniano na luta contra a agressão do Kremlin, por tanto tempo quanto necessário". 

Os bombardeios russos também foram condenados por vários aliados da Ucrânia, e serão discutidos pelos líderes do G7 nesta terça-feira, numa videoconferência da qual participará o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski.

Segundo o Ministério da Defesa em Kiev, o Exército russo lançou 83 mísseis sobre a Ucrânia, dos quais 43 de cruzeiro, tendo 52 sido interceptados pela defesa aérea. A polícia ucraniana informou que agentes, investigadores e criminalistas estão reunindo "provas das atrocidades russas".

De acordo com o prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, cinco cidadãos morreram e outros 51 ficaram feridos na capital ucraniana. "A ameaça de novos ataques continua", escreveu no Twitter, pedindo à população que se refugie em caso de alerta antiaéreo.

Apoio da Alemanha

A ministra da Defesa da Alemanha, Christine Lambrecht, prometeu que seu país entregará à Ucrânia  em poucos dias o primeiro de quatro sistemas antiaéreos Iris-T SLM. Segundo o chanceler federal da Alemanha, Olaf Scholz, o sistema permite proteger "uma grande cidade inteira dos ataques aéreos russos".

"O novo disparo de mísseis em Kiev e em muitas outras cidades mostra como é importante fornecer rapidamente à Ucrânia sistemas de defesa aérea", afirmou Lambrecht em comunicado. "Os ataques da Rússia com mísseis e drones aterrorizam a população civil."

A ministra alemã do Exterior, Annalena Baerbock, anunciou que o país fará "tudo o que puder" para ajudar a reforçar rapidamente as defesas aéreas da Ucrânia. "É desprezível e injustificável Putin bombardear grandes cidades e civis com mísseis", escreveu no Twitter.

Putin confirma retaliação

O presidente russo, Vladimir Putin, confirmou nesta segunda-feira que ordenou os bombardeios contra a Ucrânia, em retaliação à destruição parcial da ponte de Kerch, a única que liga o território russo à península da Crimeia, anexada ilegalmente por Moscou em 2014, e reforçou suas ameaças em caso de novas ofensivas.

"Se as tentativas de ataques terroristas no nosso território continuarem, as respostas da Rússia serão severas", disse numa reunião do Conselho de Segurança russo, transmitida pela televisão. "Ninguém deve ter qualquer dúvida."

No domingo, Putin culpou os "serviços secretos ucranianos" pela explosão da ponte. Para Putin, ao destruir a ponte na Crimeia, Ucrânia se colocou "no mesmo nível que os terroristas mais hediondos". "Não foi possível não responder", afirmou aos membros do Conselho. Kiev não assumiu a autoria.

Ao descrever os ataques desta segunda-feira, Putin disse que o exército russo usou "armas de longo alcance de alta precisão" contra a "infraestrutura energética, militar e de comunicações da Ucrânia".

O número dois do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitri Medvedev, garantiu na plataforma de mensagens Telegram que os recentes ataques maciços contra a Ucrânia são apenas um começo, e exigiu o "desmantelamento total" do poder político ucraniano: "O primeiro episódio foi exibido, outros se seguirão:"

No domingo, pelo menos 12 pessoas morreram após um bombardeio na cidade de Zaporíjia, e 50 foram hospitalizadas, entre as quais seis crianças, disseram autoridades ucranianas.

Um prédio de nove andares foi parcialmente destruído pelo ataque, cinco outros edifícios residenciais foram totalmente destruídos e muitos outros foram danificados por 12 ataques com mísseis russos, segundo Oleksandr Starukh, governador da região de Zaporíjia, localizada no sudeste da Ucrânia.

Bulgária investiga explosão

Os serviços de informações da Bulgária abriram uma investigação após Moscou assegurar que o caminhão responsável pela explosão na ponte da Crimeia saiu do país balcânico, membro da União Europeia e da Otan.

"A investigação começou imediatamente após ser divulgada essa informação e por ordem do primeiro-ministro interino, Galab Donev", informou a Agência Estatal de Segurança Nacional búlgara, responsável pela contraespionagem. 

Segundo Alexandr Bastrikin, presidente do Comitê de Investigação da Rússia, o caminhão saiu da Bulgária e atravessou Geórgia e a Armênia antes de entrar na Rússia.  

le/av (Lusa, DW, ots)

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