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Crise no Irã

22 de junho de 2009

Teerã acusa países ocidentais de ingerência e incitação. Enquanto UE exige esclarecimento das acusações, Rússia demonstra apoio a Ahmadinejad.

Europeus são acusados de fomentar protestos no IrãFoto: picture-alliance/ dpa/ AP/ DW-Montage

O Conselho de Guardiães do Irã afirmou, nesta segunda-feira (22/06), que as irregularidades constatadas nas eleições presidenciais iranianas não comprometem a vitória de Mahmud Ahmadinejad. O governo e a oposição do país continuam, portanto, em confronto quanto ao resultado da eleição oficialmente vencida pelo presidente Ahmadinejad.

Apesar das diversas mortes nos protestos do último final de semana e do endurecimento das ameaças por parte do governo iraniano, cerca de mil simpatizantes do candidato derrotado, Mir Hussein Mussavi, concentraram-se na tarde desta segunda-feira na praça Haft-e-Tir, no centro de Teerã.

Mussavi e o ex-presidente iraniano Mohammed Khatami também defenderam os manifestantes. Khatami afirmou que não seria nenhuma solução "entregar queixas a um grêmio que deveria proteger os direitos das pessoas, mas também é alvo de críticas".

Em seu site oficial, o candidato e líder da oposição Mussavi escreveu aos seus simpatizantes que "o país lhes pertence". "É direito seu protestar contra mentiras e fraude". No final da semana passada, o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, exigiu que a oposição reconhecesse o resultado do pleito e suspendesse os protestos.

Palavras deturpadas

Segundo a agência DPA, o Conselho de Guardiães desmentiu as afirmações da televisão estatal Press TV de que ele próprio teria constatado anormalidades no resultado da apuração em 50 distritos eleitorais do país. A emissora noticiara que, segundo o Conselho, haviam sido contados mais votos do que eleitores em tais distritos.

Ainda nesta segunda-feira, no entanto, a agência estatal iraniana Irna divulgou que as palavras do Conselho foram deturpadas. Essa acusação teria partido somente dos três candidatos derrotados, afirmou um porta-voz do Conselho dos Guardiães Irna.

Europeus convocam embaixadores

Enquanto isso, aumenta a tensão entre o Irã e os países ocidentais acusados ingerência e incitação pelo governo de Teerã. Nesta segunda-feira, a presidência da União Europeia (UE) conclamou todos os países-membros do bloco a esclarecer, junto aos representantes iranianos, as acusações de ingerência feitas por Teerã.

A União Europeia tem o direito de articular suas dúvidas em relação ao resultado do pleito, afirmou a presidência da UE. Nesta segunda-feira, o Ministério do Exterior em Berlim chamou o embaixador iraniano para consultas. A República Tcheca, o Reino Unido e a França também convocaram seus embaixadores do Irã.

Devido à possível escalada da situação, o Reino Unido anunciou a retirada dos familiares de diplomatas residentes no Irã. Como primeiro país, a Itália declarou, por sua vez, que sua embaixada na capital iraniana recebeu ordens de prestar assistência médica a manifestantes feridos. Segundo o Ministério italiano do Exterior, a decisão de abrir a embaixada a oposicionistas feridos foi feita em acordo com outros Estados europeus.

Apoio russo

Em sua primeira declaração oficial sobre os protestos contra uma suposta fraude eleitoral no Irã, a Rússia demonstrou seu apoio a Ahmadinejad. Nesta segunda-feira, o governo russo afirmou que, após o acirramento da situação política interna por parte dos protestos da oposição, é absolutamente necessário manter a ordem constitucional no país

Moscou afirmou ainda que os acontecimentos em torno do resultado das eleições são um assunto interno do Irã e que intromissões externas são inadmissíveis.

CA/dpa/reuters/ap

Revisão: Simone Lopes

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