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UE condena ataque russo "hediondo" a shopping na Ucrânia

28 de junho de 2022

Chefe da diplomacia europeia diz que ataque, que deixou pelo menos 18 mortos, equivale a um "crime de guerra" e que Rússia será "responsabilizada" por "atos de agressão".

Pessoas diante de prédio em chamas
Segundo autoridades ucranianas, cerca de mil pessoas estavam no centro comercial no momento do ataqueFoto: Efrem Lukatsky/AP Photo/picture alliance

O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, condenou nesta terça-feira (28/06) em nome do bloco o ataque a um shopping center na cidade de Kremenchuk, na área central da Ucrânia, classificando a ação como "hedionda" e responsabilizando a Rússia pelo "ato de agressão". 

O centro comercial foi atingido por um míssil no dia anterior. O ataque deixou pelo menos 18 mortos e 59 feridos - mas os serviços de emergência ucranianos temem que os números possam aumentar enquanto prosseguem os trabalhos de resgate.

"Este é mais um ato hediondo em uma série de ataques a civis e à infraestrutura civil pelas Forças Armadas russas, que incluem ataques recentes com uso de mísseis a edifícios e infraestrutura civil em Kiev e outras regiões. O bombardeio contínuo contra civis e infraestrutura civil é repreensível e totalmente inaceitável e equivale a um crime de guerra", afirmou Borrel, em comunicado.

"A Rússia tem total responsabilidade por esses atos de agressão e por toda a destruição e perda de vidas que está causando. [A Rússia] Será responsabilizado por eles", completou o chefe da diplomacia da UE.

Repúdio do G7 e de Zelenski

Na terça-feira, o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, disse que o centro de compras não representava qualquer ameaça aos russos, e "não tinha valor estratégico algum". Ele acusou Moscou de sabotar "as tentativas das pessoas de levar uma vida normal, algo que irrita tanto os invasores".

"A Rússia continua a descontar sua impotência nos cidadãos comuns. É inútil esperar por decência e humanidade da parte deles", afirmou Zelenski.

Os líderes do G7, reunidos em cúpula na Alemanha, também divulgaram um comunicado classificando o ataque como um crime de guerra. “Ataques indiscriminados contra civis inocentes constituem um crime de guerra. O presidente russo Putin e os responsáveis ​​serão responsabilizados”, escreveram em nota conjunta tuitado pela presidência alemã do G7.

Bombeiros buscavam nos escombros nesta terça-feira cerca de 30 desaparecidos após ataqueFoto: Efrem Lukatsky/AP Photo/picture alliance

Rússia nega ataque

Após permanecer em silêncio nas horas seguintes ao ataque, o Ministério da Defesa da Rússia negou nesta terça-feira ter atacado o shopping center, afirmando que os militares do país atingiram um depósito de armas e que uma subsequente explosão de munição provocou um incêndio no centro comercial próximo.

O ministério, em comunicado divulgado pelo Telegram, também afirmou que o shopping "estava desativado". No entanto, tal afirmação é desmentida pelo relato de funcionários e clientes que estavam no local. 

Ainda nesta terça-feira, o vice-embaixador da Rússia nas Nações Unidas, Dmitry Polyanskiy, escreveu no Twitter, sem apresentar provas, que o ataque foi uma “provocação ucraniana”.

"Exatamente o que o regime de Kiev precisa para manter o foco da atenção na Ucrânia antes da Cúpula da Otan", disse ele, referindo-se à reunião de cúpula da aliança ocidental prevista para ocorrer na Espanha na terça-feira.

Desde que o regime de Vladimir Putin lançou sua guerra de agressão contra a Ucrânia, em fevereiro, ataques russos já atingiram teatros, jardins de infância, prédios residenciais. Um dos bombardeios contra alvos civis mais marcantes atingiu uma maternidade em Mariupol, no sul da Ucrânia, em meados de março. 

Outro ataque sangrento russo contra civis atingiu um teatro em Mariupol no dia 16 de março, matando civis que se refugiavam no prédio. Do lado de fora da construção havia um aviso escrito em letras grandes no chão, indicando a presença de crianças no lugar.

Em praticamente todos os casos, a reação russa ao repúdio causado pelos ataques seguiu o mesmo roteiro: negar ter atingido deliberadamente civis ou afirmar, sem provas, que os alvos na verdade camuflavam instalações militares ucranianas ou ainda acusar, novamente sem provas, os ucranianos de encenarem a destruição. 

Míssil partiu do território russo, diz Ucrânia

Ucrânia disse que shopping foi atingido diretamente por mísseis russos e que cerca de mil pessoas estavam dentro do prédio no momento do bombardeio.

Os esforços de resgate continuavam nesta terça-feira para encontrar possíveis sobreviventes sob os escombros do edifício, que ficou em grande parte destruído.

De acordo com a Força Aérea Ucraniana, mísseis ar-terra X-22 foram usados ​​no ataque. Ainda segundo os ucranianos, eles foram disparados por aviões bombardeiros de longo alcance Tu-22 da região russa de Kursk. O secretário do Conselho de Segurança, Oleksiy Danilov, disse que um segundo míssil atingiu um estádio esportivo local.
A Ucrânia tem relatado um forte aumento dos ataques russos nos dias recentes.

No domingo, um prédio residencial na capital, Kiev, foi atingido, no primeiro ataque à capital desde o início de junho.

Além do centro comercial, a Ucrânia disse que mísseis russos também atingiram nesta segunda-feira as cidades de Kharkiv e Lysychansk, no leste do país em um dos dias mais sangrentos para vítimas civis em semanas.x

 

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