Atentado
25 de junho de 2007O ministro espanhol da Defesa, José Antonio Alonso, participou nesta segunda-feira (25/06) no sul do Líbano de uma cerimônia fúnebre em homenagem aos seis soldados do contingente espanhol das tropas da ONU, mortos na região. "A Espanha apoiou até agora e continuará apoiando a missão da Unifil das Nações Unidas", declarou Alonso.
O ministro excluiu a possibilidade de que os soldados tenham sido vítimas da explosão de uma mina antiga, confirmando a hipótese de um atentado terrorista. "Mas os soldados espanhóis vão, apesar do ataque, continuar seu trabalho. Não há planos de abandonar a região", afirmou um porta-voz dos capacetes azuis no Líbano.
Solidariedade
A Comissão Européia condenou o atentado que levou à morte dos soldados. "Os responsáveis deverão ser julgados imediatamente", afirmou em Bruxelas a comissária de Exterior da União Européia, Benita Ferrero-Waldner.
O ministro francês das Relações Exteriores, Bernard Kouchner, também condenou em Paris o atentado aos soldados espanhóis e manifestou seu "profundo pesar" pelo ocorrido. O chefe de governo italiano, Romano Prodi, declarou sua solidariedade ao premiê espanhol, José Luis Rodrigues Zapatero.
De acordo com o ministério espanhol da Defesa, os soldados mortos tinham entre 18 e 21 anos. Três deles eram colombianos com passaportes espanhóis e estavam a serviço das tropas do país. A Espanha participa com 1.100 homens da missão da Unifil no sudeste libanês, estacionados na região que faz fronteira com Israel.
Primeiro caso em quase um ano
O atentado foi o primeiro ataque aos capacetes azuis da ONU desde o fim da guerra entre Israel e a milícia xiita Hisbolá, há quase um ano. Os soldados encontravam-se num tanque de proteção, quando uma explosão os atingiu. A polícia libanesa suspeita que um homem-bomba possa ter colocado os explosivos em seu próprio carro, cujas chamas atingiram o veículo das Nações Unidas.
Em comunicado oficial, os membros do Hisbolá distanciaram-se do atentado, que condenaram como "agressão" aos soldados da Unifil. O presidente do Líbano, Emile Lahoud, criticou o ocorrido e afirmou que o ataque "é parte de uma campanha para desestabilizar o país".
Fatah: possíveis autores do atentado
No sul do Líbano encontram-se 13 mil soldados das Nações Unidas, provenientes de 30 países. Junto com os aproximadamente 15 mil soldados libaneses, eles são responsáveis por manter a paz na região.
O governo espanhol acredita que o atentado tenha relações com a postura das forças libanesas contra a milícia Fatah, no norte do Líbano. Os conflitos entre Hisbolá e Fatah deixaram desde o último 20 de maio um saldo de 80 soldados, 60 extremistas e mais de 20 civis mortos. (sv)