Espera-se que a medida, uma vez aprovada pelo Parlamento Europeu e os países-membros, entre em vigor em dois anos. Decisão deve impactar indústria que movimenta 340 bilhões de euros e mudar hábitos dos europeus.
Anúncio
Um plano de regulamentação da União Europeia (UE) para proibir produtos plásticos descartáveis, como pratos descartáveis e canudos, foi aprovado em Bruxelas nesta quarta-feira (19/12). Espera-se que a medida, uma vez aprovada pelo Parlamento Europeu e os países-membros, entre em vigor em dois anos.
A ministra de Turismo e Sustentabilidade da Áustria, Elisabeth Koestinger, anunciou o acordo político em seu Twitter e descreveu o momento como "um marco nos esforços para reduzir o lixo plástico". A Áustria detém atualmente a presidência rotativa da União Europeia.
O acordo provisório foi negociado por representantes dos Estados-membros e do Parlamento Europeu. A proibição deve entrar em vigor em dois anos e visa ajudar a conter as quantidades astronômicas de lixo plástico que acabam por poluir o meio ambiente e os oceanos. Inicialmente, a proibição afetará somente objetos para os quais existem alternativas melhores.
Em maio, a Comissão Europeia propôs regras em toda a União Europeia para eliminar itens plásticos descartáveis para os quais existem alternativas feitas de outros materiais prontamente disponíveis. Bruxelas propôs também medidas para reduzir o uso de itens como recipientes de plástico para levar comidas de estabelecimentos.
A Comissão Europeia argumentou na época que 80% dos resíduos encontrados nos mares são de plástico. Ela também constatou que pouco menos de um terço dos resíduos plásticos é coletado e reciclado, e a maior parte dos resíduos restantes acaba nos mares e oceanos.
Devido a sua lenta decomposição, os plásticos representam um problema particular para os oceanos. Traços de plásticos podem ser encontrados em espécies como baleias, tartarugas e aves, além de frutos do mar que acabam na cadeia alimentar humana. Segundo dados oficiais sobre 2015, a indústria de plásticos movimenta 340 bilhões de euros e emprega 1,5 milhão de trabalhadores.
Com as medidas, a Comissão Europeia projeta reduzir as emissões de dióxido de carbono em 3,4 milhões de toneladas. Segundo cálculos, danos ambientais no valor de 22 bilhões de euros podem ser evitados até 2030. E os consumidores poderiam economizar até 6,5 bilhões de euros.
A ofensiva de Bruxelas contra a produção de lixo descartável deve atingir também a indústria tabagista, num futuro próximo. Os produtores de cigarros podem ser solicitados a participar do custeio da limpeza e coleta de guimbas de cigarro.
"Quem produz itens descartáveis, como cigarros, terá que assumir maior responsabilidade pelo lixo", disse a ministra do Meio Ambiente da Alemanha, Svenja Schulze. "Por exemplo, a indústria do tabaco poderia ser envolvida no custo de limpeza de praias ou parques."
PV/dpa/rtr/afp
______________
A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos noFacebook | Twitter | YouTube
A Comissão Europeia planeja proibir canudos, copos, pratos e talheres de plástico. Mas isso não significa que será preciso abrir mão desses itens tão convenientes. Conheça alternativas ecológicas.
A União Europeia quer banir canudos e outros itens plásticos descartáveis, que acabam em depósitos de lixo ou em nossos oceanos. Mas para aqueles que simplesmente não conseguem abrir mão dos canudos, há alternativas mais ecológicas.
Foto: picture-alliance/dpa/P. Pleul
Beba, depois coma
Muitas vezes, animais marinhos tentam comer os canudinhos de plástico despejados no oceano. Para proteger o meio ambiente, agora você mesmo pode comer o canudo. A startup alemã Wisefood desenvolveu um canudo comestível feito a partir das sobras da produção de suco de maçã da Alemanha. Também já existem canudos reutilizáveis feitos de metal, bambu ou vidro.
Foto: Wisefood
Talheres comestíveis
Não há estatísticas sobre quantos garfos, facas e colheres de plástico são usados uma única vez e então jogados no lixo. Mas é o suficiente para a UE querer dar adeus a eles. Se na correria do dia a dia, você não pode usar talheres de metal, experimente as versões comestíveis. A startup indiana Bakey produz garfos feitos de sorgo; a empresa americana SpudWares, de fécula de batata.
Foto: picture-alliance/dpa/M. Scholz
Sem sobras
Falando em comer talheres, que tal usar pratos comestíveis? A empresa polonesa Biotrem desenvolveu pratos feitos de farelo. Caso você já esteja satisfeito com sua refeição, não se preocupe: os pratos são orgânicos e se decompõem após 30 dias.
Foto: picture-alliance/dpa/A. Reszko
Corte o copo
Além de proibir o uso privado de produtos plásticos descartáveis, a UE pretende incentivar as cadeias de fast food, cafés e bares a reduzirem o uso de copos de plástico. Meio trilhão de copos plásticos são consumidos a cada ano, a maioria em uma única bebida, para depois poluírem o meio ambiente. Várias empresas agora oferecem alternativas baseadas em plantas.
Foto: picture-alliance/empics/D. Thompson
Não é de plástico
Uma dessas empresas é a startup Avani, de Bali, que desenvolveu um bioplástico compostável feito de amido de milho. Embora os copos se pareçam com os copos de plástico à base de petróleo, eles são biodegradáveis. Porém, eles se decompõem melhor em uma instalação de compostagem comercial, e não em qualquer quintal.
Foto: Avani-Eco
Reuse, reuse, reuse
A maneira mais fácil de substituir copos de plástico é usar canecas reutilizáveis. Mas nem sempre temos à mão as nossas xícaras de café. Berlim está entre as cidades alemãs que atualmente testam um projeto piloto que permite aos aficionados por café pegar emprestada uma caneca de bambu reutilizável em um local, em troca de um pequeno depósito, e depois devolvê-la em outro café mais tarde.
Foto: justswapit
Orelhas limpas, oceanos sujos
Outro produto plástico que a UE quer eliminar são os cotonetes. Quando descartados de forma inadequada, eles acabam no oceano, onde os animais os confundem com comida. Existem alternativas sem plástico, com o cabo feito de bambu ou papel. Mas os ambientalistas mais radicais dizem que é melhor abrir mão deles, afinal, pode-se usar uma toalha para limpar os ouvidos.
Foto: picture alliance/dpa/Wildlife Photographer of the Year /J. Hofman