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ConflitosOriente Médio

UE declara líder do Hamas terrorista e impõe sanções

16 de janeiro de 2024

Yahya Sinwar lidera movimento islamista palestino desde 2017 e seria mentor dos ataques do 7 de outubro. Israel saúda decisão, após hesitação da UE em adotar postura unificada contra Hamas, classificado como terrorista.

Yahya Sinwar caminha em meio a outros homens
Líder político palestino Yahya Sinwar (c.) em abril de 2023Foto: Fatima Shbair/AP Photo/picture alliance

Os Estados-membros da União Europeia acrescentaram nesta terça-feira (16/01) o líder político do Hamas, Yahya Sinwar, a sua lista de terroristas e lhe impuseram sanções. Assim, os fundos e outros capitais do palestino no bloco europeu ficam congelados, e operadores locais estão proibidos de lhe disponibilizar recursos financeiros.

Sinwar é acusado de planejar o ataque de 7 de outubro de 2023, quando militantes do Hamas invadiram Israel, matando centenas de pessoas. Nascido no campo de refugiado de Khan Younis, Sinwar, de 61 anos, esteve entre os 1.027 palestinos libertos em 2011 das prisões israelenses, em troca de um único soldado israelense detido na Faixa de Gaza.

Desde 2015, Sinwar consta da lista de "terroristas internacionais" mais procurados pelos Estados Unidos. Dois anos mais tarde, foi eleito líder do Hamas em Gaza e, desde o dia do ataque a Israel, não é visto em público. As Forças Armadas de Israel o declararam "condenado à morte".

UE dividida pelo 7 de outubro

O movimento islamista Hamas já é classificado pela UE como organização terrorista. Até agora, porém, os 27 países-membros da UE vinham relutando em adotar uma reação unificada em relação aos atentados de 7 de outubro e a consequente devastadora retaliação israelense na Faixa de Gaza.

O ministro do Exterior de Israel, Israel Katz, saudou o anúncio das sanções, afirmando que foram o resultado "de nossos esforços diplomáticos para estrangular os recursos do Hamas, deslegitimá-lo e proibir todo apoio a ele". "Continuaremos a erradicar o mal em Gaza e onde quer que erga sua cabeça", prometeu num comunicado.

Os ataques-surpresa do Hamas em 2023 foram os mais sangrentos da história de Israel, resultando em quase 1.200 mortes, a maioria de civis. Os fundamentalistas islâmicos também sequestraram cerca de 250 reféns, levando-os para Gaza. Segundo Tel Aviv, 132 destes ainda se encontrariam nesse território palestino, inclusive 25 que se crê estarem mortos.

De acordo com o governo do Hamas, desde então os bombardeios e operações de solo israelenses em Gaza mataram pelo menos 24.285 palestinos, 70% dos quais mulheres, crianças e adolescentes. A DW não pôde checar os dados de forma independente

av/le (AFP, Reuters)

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