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UE defende controle maior de carnes brasileiras

30 de março de 2017

Em Brasília, comissário europeu de Saúde e Segurança Alimentar afirma que bloco estuda medidas mais rigorosas para evitar irregularidades. UE mantém suspensão da importação de produtos dos 21 frigoríficos investigados.

Depois de escândalo, média diária de exportação de carne caiu 19%
Depois de escândalo, média diária de exportação de carne caiu 19%Foto: picture-alliance/Estadao Conteudo/N. Caardin

Depois do escândalo de adulteração de carnes envolvendo grandes empresas do setor no país, a União Europeia (UE) avalia endurecer as exigências para a importação do produto, anunciou nesta quarta-feira (29/03) o comissário europeu de Saúde e Segurança Alimentar, Vytenis Andriukaitis.

"A decisão de introduzir medidas mais rigorosas está em estudo. Estamos reforçando as verificações documentais, físicas, em todos os planos de interesse. E sugerimos que os países-membros verifiquem cada produto que entrar em seu território", disse Andriukaitis, em entrevista coletiva em Brasília.

Leia mais: Após escândalo da carne, Brasil tenta reverter queda no comércio

O comissário reiterou que é preciso "montar uma rede de resposta imediata caso haja uma nova crise" por meio de um "sistema de controle oficial e independente". Andriukaitis disse que o  escândalo mostra a importância de se restaurar a confiança, a credibilidade e a previsibilidade dos sistemas de controle, além da necessidade de uma atuação rápida em casos como o investigado pela Operação Carne Fraca.

Lançada pela Polícia Federal em 17 de março, a Operação Carne Fraca trouxe à tona suspeitas de irregularidades na produção e fiscalização do setor. Em resposta, a União Europeia suspendeu a importação de produtos dos 21 frigoríficos investigados. O bloco ainda mantém essas restrições.

Andriukaitis também recomendou a seus parceiros comerciais que "introduzam as mesmas regras e os mesmos requisitos" do bloco europeu para que haja "avanços na cooperação".

A Operação Carne Fraca provocou turbulências no mercado interno e de exportação de carne. O Brasil é o maior exportador mundial de carne bovina e de frango e o quarto no segmento de suínos.

Após o escândalo, 22 países e a UE impuseram restrições parciais ou totais às importações do produto e a média diária de exportação de carne caiu 19%, segundo informou o Ministério da Indústria e Comércio Exterior.

Segundo dados do governo, o Brasil pode perder 10% de seu mercado externo e ter um prejuízo de 4,6 bilhões de reais por ano.

Em meio ao escândalo, o ministro da ministro da Agricultura, Blairo Maggi, anunciou nesta quarta-feira (29/03) multas mais pesadas para fraude no setor. O novo regulamento prevê a possibilidade de multa de até 500 mil reais para as empresas com irregularidades, antes o valor máximo era de 15 mil reais.

Além das multas, as empresas podem ser interditadas e terem o registro de funcionamento cassado. O novo regulamento estabelece ainda a obrigatoriedade da renovação da rotulagem dos produtos de origem animal a cada dez anos e determina sete tipos de carimbos do Serviço de Inspeção Federal (SIF).

CN/efe/lusa/abr

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