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União Europeia

20 de março de 2009

Cúpula da União Europeia descarta novos pacotes conjunturais e define parceria com antigas repúblicas soviéticas. UE promete 25 bilhões de euros adicionais para o Leste Europeu e mais 75 bilhões para o FMI.

Premiê tcheco e José Barroso, presidente da Comissão da UEFoto: picture-alliance/ dpa

No encontro de cúpula da União Europeia (UE), que terminou nesta sexta-feira (20/03) em Bruxelas, os chefes de Estado e governo dos 27 países-membros do bloco deram mais um passo à frente no combate à crise econômica.

Entre as decisões tomadas na cúpula da UE em Bruxelas está o aumento dos recursos financeiros do Fundo Monetário Internacional (FMI). Para a UE, o FMI deve assumir um papel central no combate aos excessos do mercado financeiro internacional.

A duplicação das linhas de créditos para países-membros altamente endividados do Leste Europeu e o anúncio de uma parceria com antigas repúblicas do bloco soviético foram outras importantes decisões da cúpula da UE em Bruxelas.

Com exceção do pacote de estímulo de 5 bilhões de dólares para projetos energéticos e a ampliação das redes de internet em banda larga, os participantes da cúpula desta semana concordaram que pacotes adicionais de apoio à economia não estão nos planos da UE.

Oposição norte-americana

Sarkozy anunciou apoio à reeleição de BarrosoFoto: AP

Os recursos para o pacote de 5 bilhões de euros deverão provir do orçamento corrente da UE e sua distribuição está sujeita a rigorosos critérios. A coesão quanto a medidas de apoio à economia é importante com vista à próxima cúpula do G20, no início de abril em Londres.

Os sete países do bloco que participam do grupo das 20 mais importantes economias industrializadas e emergentes deverão enfrentar forte oposição dos EUA quanto a novos estímulos conjunturais.

De olho no encontro do G20, em vez de anunciar novos pacotes conjunturais, a UE afirmou querer assumir um papel de precursora na reforma da arquitetura financeira internacional. Todos os mercados, produtos e agentes financeiros deverão ser controlados. Na cúpula da UE a se realizar em junho próximo, deverá ser aprovado o controle dos fundos de hedge e das agências de rating.

Os países-membros da UE reunidos em Bruxelas chamaram a atenção também para as despesas de "mais de 400 bilhões de euros" dos pacotes de estímulos à economia já anunciados e outros gastos sociais, como seguro-desemprego. Tais despesas deverão provir, em sua maioria, dos orçamentos nacionais.

Nova parceria com o Leste

No final do encontro, Mirek Topolanek, premiê tcheco e presidente temporário do Conselho da UE, anunciou que a União Europeia pretende participar com 75 bilhões de euros na elevação dos recursos financeiros do FMI. Segundo o desejo da UE, os recursos do FMI deverão ser duplicados para 366 bilhões de euros (500 bilhões de dólares). Assim, a participação financeira europeia no FMI giraria em torno dos 40%.

Quanto à ajuda para debilitadas economias dos Estados-membros do Leste europeu, a UE anunciou a duplicação das linhas de crédito para 50 bilhões de euros. Empréstimos na ordem de 10 bilhões de euros já foram concedidos à Hungria e à Letônia. Romênia e Lituânia poderão ser os próximos da lista.

No encontro de cúpula que será realizado em 7 de maio, em Praga, será anunciada oficialmente a parceria da UE com o Leste, ou seja, com antigas repúblicas soviéticas: Armênia, Azerbaijão, Geórgia, Moldávia, Ucrânia e Belarus. A UE condicionou um convite ao controverso presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, a novos progressos democráticos.

A UE não anunciou, na cúpula desta semana, ajuda financeira para o combate às mudanças climáticas em países em desenvolvimento. Espera-se que o anúncio de tal ajuda aconteça pouco antes da cúpula mundial sobre o clima, a se realizar em dezembro próximo, em Copenhague.

CA/AS/afp/dpa/dw

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