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Novo acordo econômico transatlântico

Christina Bergmann (av)1 de maio de 2007

As duas potências encerraram cúpula em Washington com acordo sobre normas comuns para produtos e serviços. Outros temas foram o clima global, o escudo antimísseis e as regiões de crise.

Merkel, Bush e Barroso na Casa BrancaFoto: AP

Se a União Européia e os Estados Unidos reconhecerem mutuamente seus padrões e normas – por exemplo, na indústria automobilística e farmacêutica –, tanto empresas quanto consumidores saem ganhando, pois os produtos se tornam mais baratos.

Esta idéia alimenta o acordo econômico transatlântico assinado pelas duas potências nesta segunda-feira (30/04) em Washington. Ele afeta diversos setores, como o mercado de finanças, energia e prestação de serviços.

Contudo, como o documento não é legalmente compulsório, caberá ao igualmente recém-fundado Conselho Econômico Transatlântico cuidar para que, no futuro, o acordo se traduza em progressos mensuráveis. Representando a UE, o comissário europeu da Indústria Günter Verheugen preside o conselho.

Nada contra, muito pelo contrário

Por sua vez, tem caráter oficial o acordo de tráfego aéreo assinado em Washington. Ele prevê, entre outros pontos, que a partir de 30 de março de 2008 todas as linhas aéreas européias e norte-americanas possam voar para todas as cidades do outro continente.

"Alegro-me que as negociações econômicas hajam transcorrido aqui à margem [do encontro de cúpula em Washington]", declarou a chanceler federal alemã, Angela Merkel, na capital estadunidense. No entanto, reforçou: "É muito importante reconhecermos que a cooperação econômica transatlântica não se dirige contra o comércio multilateral, pelo contrário", prosseguiu a premiê. Os participantes acentuaram seu interesse unânime e inalterado no sucesso da Rodada de Doha.

Pequeno passo para a humanidade

Todos se manifestaram satisfeitos com o consenso no combate à mudança do clima global. O acerto não prevê, contudo, limites concretos para os gases-estufa, como desejava a UE. Apesar disso, Merkel e o presidente da Comissão Européia, João Manuel Barroso, já consideraram um progresso o fato de os Estados Unidos reconhecerem o problema como tal, prontificando-se a colaborar.

As duas potências continentais trabalharão juntas no desenvolvimento de novos biocombustíveis e usinas livres de CO2. "Destacamos uma série de pontos em comum", revelou Merkel. Entre estes, consta o comprometimento dos EUA de desenvolver 20 diferentes tipos de biocombustível até 2020.

"Para tal, estabeleceremos padrões comuns, um mercado comum, que do meu ponto de vista fomentará bastante a pesquisa e o desenvolvimento", prosseguiu a chefe de governo alemã e presidente do Conselho da UE.

Merkel e seus conselhos sobre a Rússia

No tocante à reação do presidente russo, Vladimir Putin, ao planejado escudo antimísseis norte-americano na Europa, o presidente George W. Bush fez questão de assinalar que atendeu aos conselhos de Merkel de que procurasse o diálogo com Putin. Com este fim, enviou seu secretário da Defesa a Moscou, afirmou.

"Nossa intenção é dizer aos russos que devem considerar sua participação no sistema [antimísseis]", declarou Bush na capital norte-americana. "Também é de seu interesse que este sistema possa impedir um futuro regime iraniano de iniciar um ataque aéreo."

Merkel e Bush pretendem ainda se empenhar em conjunto em prol de regiões de crise, como o Afeganistão, o Kosovo, o Iraque, o Oriente Médio e Darfur. Além disso, querem criar condições para estender a todos o cidadãos da UE a possibilidade de entrar sem visto nos EUA. Mas para isso ainda será preciso consultar o congresso norte-americano.

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