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UE e EUA rebatem críticas de Lula sobre guerra na Ucrânia

17 de abril de 2023

Presidente afirmou que potências ocidentais evitam falar sobre paz e prolongam o conflito. Bruxelas diz que Kiev exerce direito à autodefesa; Washington acusa petista de "papaguear" propaganda russa e chinesa.

Presidente Luiz Inacio Lula da Silva em pronunciamento durante reunião ministerial.
Presidente Lula acusou a Europa e os EUA de contribuírem para continuidade da guerra na UcrâniaFoto: Eraldo Peres/AP/picture alliance

A Comissão Europeia e a Casa Branca rejeitaram nesta segunda-feira (17/04) as críticas feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao papel da União Europeia (UE) e dos Estados Unidos na guerra na Ucrânia.

Neste domingo, em visita aos Emirados Árabes, Lula acusou os EUA e a Europa de prolongarem o conflito em solo ucraniano.

"A paz está muito difícil. O presidente [da Rússia Vladimir] Putin não toma iniciativa de paz, o [presidente da Ucrânia, Volodimir] Zelenski não toma iniciativa de paz. A Europa e os Estados Unidos terminam dando a contribuição para a continuidade desta guerra", afirmou o petista.

O porta-voz da Comissão Europeia para Negócios Estrangeiros e Políticas de Segurança, Peter Stano, rebateu as acusações e defendeu a postura adotada pelos aliados ocidentais.

"Não é verdade que os EUA e a UE estejam ajudando a prolongar o conflito. A verdade é que a Ucrânia é vítima de uma agressão ilegal, uma violação da Carta das Nações Unidas", afirmou o representante de Bruxelas.

"É verdade que a UE, os EUA e outros parceiros ajudam a Ucrânia em sua legítima defesa", disse Stanos, ressaltando que a outra opção seria a "destruição" do país.

Putin travou negociações, diz Bruxelas

No último sábado, ao final de sua visita à China, Lula afirmou que os Estados Unidos deveriam parar de "incentivar a guerra"na Ucrânia e que a UE, por sua vez, deveria "começar a falar de paz".

"No que diz respeito às iniciativas de paz, a UE as apoiou muito antes de Putin decidir lançar esta carnificina contra a população ucraniana [...] a resposta foi a desastrosa agressão de fevereiro do ano passado", ressaltou o porta-voz.

Stano reconheceu que, desde o início da invasão, vários países apresentaram propostas para a paz e houve convites para Moscou voltar à mesa das negociações, mas, Putin teria recebido todas essas ofertas "com uma escalada da guerra".

Ele destacou que os 27 Estados-membros da UE apoiam "a paz o mais rápido possível", mas reforçou que "é a Rússia e só a Rússia a responsável pela agressão ilegítima e sem provocações contra a Ucrânia".

"Não há dúvidas sobre quem é o agressor e quem é a vítima", disse o porta-voz, acrescentando que cabe à Ucrânia "definir sob que condições quer a paz".

"A Rússia está violando a Carta das Nações Unidas, o que também é reconhecido pelo Brasil. O governo brasileiro votou com mais de 140 países na ONU para condenar a agressão russa, para pedir o seu fim e que a Rússia retire seus soldados de todo o território da Ucrânia internacionalmente reconhecido", lembrou Stano.

O porta-voz acusou os militares russos, sob ordens do Kremlin, de "matar civis ucranianos, destruir infraestruturas civis, raptar crianças ucranianas" e "roubar territórios e propriedades ucranianas". Kiev, segundo afirmou, estaria somente "exercendo seu legítimo direito de se defender".

Lula "mal orientado", afirma Washington

Os EUA também rebateram de maneira incisiva as críticas do chefe de Estado brasileiro. O porta-voz de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, acusou Lula de "papaguear" propaganda russa e chinesa sobre a guerra e disse que o petista estaria "simplesmente mal orientado".  

"É profundamente problemático como o Brasil abordou essa questão de forma substancial e retórica, sugerindo que os Estados Unidos e a Europa de alguma forma não estão interessados na paz ou que compartilhamos a responsabilidade pela guerra", disse Kirby.

"As declarações mais recentes do Brasil de que a Ucrânia deveria considerar ceder formalmente a Crimeia como uma concessão pela paz são simplesmente equivocadas, especialmente para um país como o Brasil, que votou para defender os princípios de soberania e integridade territorial na Assembleia Geral da ONU", concluiu.

rc (Lusa)

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