UE e Mercosul ainda sem consenso sobre acordo comercial
19 de julho de 2018
Após dois dias de reuniões em Bruxelas, ministros de ambos os blocos não destravam termos do pacto e marcam nova rodada de negociações. União Europeia não estaria cedendo em exigências para o setor agrícola.
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A reunião ministerial para discussões do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia (UE) terminou sem consenso nesta quinta-feira (19/07), e uma nova rodada de negociações foi marcada para setembro, em Montevidéu, no Uruguai. As tratativas ocorrem há quase 20 anos.
Ministros do bloco sul-americano (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai) e comissários europeus de Comércio e Agricultura estiveram reunidos por dois dias em Bruxelas, na Bélgica, na tentativa de destravar os termos do pacto.
O governo brasileiro – representado pelos titulares das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, e da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Jorge – esperava firmar na capital belga ao menos um pré-acordo, que definiria os pontos-chave e deixaria faltando somente o detalhamento técnico, mas não obteve sucesso.
As reuniões se centraram principalmente em temas relativos à carne bovina, ao açúcar e ao etanol. Mais recentemente, entrou em discussão a solicitação da União Europeia para reduzir o percentual das tarifas de importação de automóveis produzidos pelos países do Mercosul.
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, citando fontes do governo brasileiro, os representantes europeus não cederam em exigências feitas para a área agrícola, como a imposição de cotas de importação a alguns produtos vindos do Mercosul, incluindo carne e etanol.
Em entrevista na quarta-feira, o presidente da Argentina, Mauricio Macri, admitiu que as negociações estão "meio travadas", mas foi otimista sobre as próximas discussões, que podem trazer "novidades". "Estamos pondo muita energia na negociação com a UE", afirmou.
Já a comissária europeia de Comércio, Cecilia Malmström, disse que foram registrados avanços, mas ainda é preciso tempo. "Estamos realizando bons progressos. Estamos tratando sobre algumas questões muito difíceis. Há ainda uma longa lista sobre a qual é preciso trabalhar", declarou a sueca.
Na terça-feira, representantes das indústrias do Brasil e da Alemanha emitiram uma carta em que defendem a assinatura do acordo comercial entre os dois blocos, destacando que existem condições políticos favoráveis para isso.
O documento foi assinado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Federação das Indústrias Alemã (BDI) e o Conselho da Indústria Alemã para a América Latina (LADW).
As negociações entre os blocos tiveram início em 1999 e foram interrompidas entre 2004 e 2010. A expectativa do setor empresarial é que o pacto seja concluído ainda neste ano, o que representaria o maior acordo de livre-comércio firmado pelo Brasil, impactando na redução das barreiras tarifárias e não tarifárias de serviços e no aumento dos investimentos bilaterais.
De acordo com a CNI, a União Europeia é o principal investidor no Mercosul. O grupo de países sul-americanos, por sua vez, é o sexto maior investidor no bloco europeu.
Dez artigos de exportação do Brasil apreciados na Alemanha
Os alemães adoram o Brasil e os brasileiros. Da caipirinha à ginga da capoeira, uma série de produtos nacionais fazem sucesso no país europeu.
Foto: Imago/imagebroker
Caipirinha
A invasão da caipirinha na Alemanha começou no final dos anos 90. Desde então, o coquetel está entre os mais conhecidos no país europeu. Enquanto ela é feita no Brasil com açúcar refinado, na Alemanha a "caipi" (como é apelidada) leva açúcar mascavo.
Foto: picture-alliance/dpa/T.Lang
Feijoada
Há muito tempo é possível encontrar pelo menos um restaurante brasileiro em cada grande cidade alemã. Nesses estabelecimentos, não pode faltar a feijoada, acompanhada, logicamente, de farofa e arroz.
Foto: picture-alliance/dpa/N. Tondini
Capoeira
A dança misturada a arte marcial já conquistou muitos alemães. Nas grandes metrópoles do país, é fácil encontrar cursos para adultos e crianças. Em universidades, ela também consta entre as modalidades esportivas oferecidas aos estudantes, ao lado de tai chi chuan e caratê.
Foto: picture-alliance/dpa
Literatura
O escritor Paulo Coelho tem muitos fãs na Alemanha, assim como no resto do mundo. Antes dele, entretanto, outro escritor brasileiro já tinha lugar cativo nas estantes do país. O baiano Jorge Amado, morto em 2001, conquistou um grande número de fãs entre os leitores alemães.
Foto: Getty Images
Samba
São poucos os alemães que conseguem executar uns passinhos de samba, que exige ginga. Entretanto, o ritmo integra desde os anos 50 a oferta das escolas de dança do país. Nas ruas, o gênero musical é destaque em eventos anuais, como o Carnaval das Culturas em Berlim.
Foto: picture-alliance/dpa/C. Jaspersen
Batucada
Outro destaque são as baterias. Esses grupos, formados por músicos amadores, são também convidados ou contratados cada vez mais frequentemente para animar eventos públicos, privados e até manifestações políticas na Alemanha.
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Sandálias de dedo
Na Alemanha elas se chamam "flip-flops". As sandálias de dedo de borracha tipicamente brasileiras eram há alguns anos artigos que poucos tinham, trazidos como souvenirs pelos alemães que visitavam o Brasil. Hoje, elas podem ser encontradas em várias lojas do país, nas mais variadas versões e cores.
Foto: picture-alliance/dpa
Fio dental
O biquíni foi inventado em outro lugar, mas nos anos 70 os designers brasileiros apresentaram a menor tanga do mundo: o fio dental. Na Alemanha, a moda, que invadiu há décadas as praias brasileiras, chegou a se tornar um assunto muito comentado e até tema de reportagens, mas foi pouco praticada na orla do país.
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Guaraná
A planta originária da Amazônia tem cinco vezes mais cafeína que um grão de café, só que com menos efeitos colaterais. O guaraná é vendido no comércio alemão em forma de pó, chá ou pílulas. O refrigerante é menos comum, mas também pode ser encontrado em estabelecimentos especializados em produtos latino-americanos.
Foto: CC-BY-Nevertime
Oscar-Niemeyer
No bairro berlinense Hansaviertel, não muito distante da residência oficial do presidente alemão, o Palácio Bellevue, há um edifício projetado por Oscar Niemeyer. Este é o único prédio do arquiteto brasileiro na Alemanha. A construção foi uma contribuição para a exposição internacional de arquitetura de Berlim (Interbau), em 1957.