UE e Reino Unido iniciam segunda rodada de negociações
17 de julho de 2017
Representantes da União Europeia e do Reino Unido vão tratar de temas como os direitos de residência e trabalho de cidadãos, a controversa conta do divórcio e a fronteira com a Irlanda do Norte.
Anúncio
O Reino Unido e a União Europeia (UE) iniciam nesta segunda-feira (17/07) em Bruxelas a segunda rodada das negociações sobre o Brexit.
Na pauta, questões como os direitos dos cidadãos europeus e britânicos, o acerto financeiro para a saída do Reino Unido do bloco – a chamada "conta do Brexit" – e a fronteira com a Irlanda do Norte.
"Tivemos um bom começo no mês passado, mas agora chegamos às questões fundamentais", afirmou o ministro britânico para o Brexit, David Davis, ao ser recebido em Bruxelas pelo negociador-chefe da UE, Michael Barnier. Há um mês, os dois representantes se reuniram para traçar a agenda das negociações, um ano após os britânicos optarem em referendo pela saída do país do bloco europeu.
"Para nós, é extremamente importante obter progressos", disse Davis. "Agora é hora de irmos ao trabalho e fazer com que essas negociações tenham êxito."
Os impactos do Brexit para os cientistas na Inglaterra
04:41
"Agora vamos mergulhar nas questões centrais", observou Barnier. "Precisamos avaliar e comparar nossas respectivas posições para que possamos progredir." Os dois representantes farão um relato das negociações à imprensa nesta quinta-feira, após os quatro dias de reuniões entre as duas partes.
Os negociadores deverão tratar dos direitos e benefícios dos cidadãos europeus no Reino Unido e dos britânicos que vivem nos países da UE, além do controverso tema das obrigações financeiras britânicas para com Bruxelas. Estimativas indicam que o valor da conta do divórcio a ser paga pelos britânicos esteja entre 60 bilhões e 100 bilhões de euros.
Além disso, também serão analisadas questões como a saída dos britânicos da Comunidade Europeia de Energia Atômica (Euratom) e a resolução de procedimentos judiciais que ainda estejam pendentes até a data da saída efetiva do Reino Unido da UE.
O objetivo de Bruxelas é que as negociações estejam encerradas no segundo semestre de 2018, para que as duas partes possam assinar e ratificar o acordo antes de 29 de março de 2019, quando terminam os dois anos de prazo para a formalização do Brexit.
RC/rtr/lusa
Com Brexit, vila alemã vira centro da União Europeia
Quando se concretizar a saída do Reino Unido da União Europeia, Gadheim, de 89 habitantes, será o centro geográfico do bloco. A vila é tão pequena, que nem prefeito tem.
Bem-vindo a Gadheim, o futuro centro da UE
As poucas casas de Gadheim estão localizadas nas colinas de uma região vitivinícola da Baviera, agrupadas ao longo de uma estrada que serpenteia campos dominados por turbinas eólicas.
Típica vila bávara
Os habitantes de Gadheim estão orgulhosos de que suas casas, vinhas, campos infinitos e o sinuoso rio Meno estejam no foco das atenções.
Foto: Getty Images/AFP/D. Roland
Gadheim, centro da Europa?
"A maioria aqui ouviu a notícia no rádio", disse Jürgen Götz, prefeito de Veitshöchheim, que fica nas proximidades. A vila de Gadheim é muito pequena e por isso não tem prefeito. "Inicialmente pensamos tratar-se de uma piada", disse Götz. Na foto, Götz com a bandeira da União Europeia e com a agricultora Karin Kessler, que custa a acreditar que sua localidade ficou famosa da noite para o dia.
Foto: picture-alliance/dpa/D. Karmann
Um campo é o centro geográfico da UE
Inicialmente ela pensou que a localização exata atingiria o terreno do vizinho, mas o filho dela enviou-lhe uma mensagem com o mapa e as coordenadas exatas: o novo centro geográfico da UE será no meio de um campo de colza dela. "O fato de que isso só esteja acontecendo por causa desse Brexit eu considero uma vergonha", disse ela.
Foto: picture alliance/dpa/D. Karmann
Outra localidade lamenta
Já Westerngrund, a cerca de 60 quilômetros a noroeste de Gadheim, perderá o título de centro da UE, adquirido em 2013 quando a Croácia ingressou no bloco. Escolares da vila verificaram que cerca de 6 mil pessoas de 93 países assinaram o livro de visitantes guardado no local exato onde é o centro geográfico até o momento.
Foto: picture-alliance/dpa/N. Armer
Turistas não tão entusiasmados
Várias bandeiras alemãs e da União Europeia marcam o local que ainda é o centro da UE. "Nós contávamos com ônibus chineses nos visitando todas as semanas. Na realidade, isso não aconteceu", disse Christoph Biebrich, o padeiro de Westerngrund, que criou pães em forma de anel com um buraco, que representa o umbigo da UE, cercado de estrelas.
Foto: picture-alliance/ dpa/R. Hettler
Até a próxima mudança na União Europeia
Fica o conselho do padeiro Biebrich para o povo de Gadheim: "Não se apeguem ao seu lugar ao sol. Isso logo vai mudar". Tanto os moradores de Westerngrund quanto os de Gadheim esperam que a próxima vez que o centro da UE se mover seja por causa de um novo membro, e não por causa de uma saída.