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Energia

13 de julho de 2009

Quatro países da União Europeia e a Turquia assinam acordo para a construção do gasoduto Nabucco. Objetivo dos europeus é diminuir a dependência do gás russo.

Projeto do pipeline NabuccoFoto: AP Graphics

A União Europeia (UE) deu nesta segunda-feira (13/07) um importante passo para tentar diminuir sua dependência energética da Rússia. Quatro países europeus e a Turquia assinaram em Ancara um acordo para eliminar as barreiras existentes para a construção do gasoduto Nabucco, que a partir de 2014 deverá transportar gás natural da Ásia Central para a Europa através da Turquia.

O acordo foi alcançado após a Turquia abrir mão da exigência de reter para consumo próprio 15% do gás transportado. Em troca, o país terá acesso às reservas europeias, caso haja crises de abastecimento.

Segundo o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, o Nabucco é de importância vital para as políticas de segurança energética da UE e da Turquia. Com a assinatura do acordo entre Turquia, Áustria, Bulgária, Hungria e Romênia, a execução do projeto se torna irreversível, afirmou Barroso.

O primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, disse que a construção do gasoduto reforçará a candidatura de seu país ao ingresso na União Europeia. Ele defende que também gás proveniente do Irã seja transportado, "tão logo as condições políticas permitam". O Irã é o país com a segunda maior reserva de gás do mundo.

Mapa mostra a rota do gasoduto Nabucco

Independência da Rússia

A construção do gasoduto, orçada em 8 bilhões de euros, deverá começar em 2011. O canal se estenderá por 3.300 quilômetros, da Turquia até a Áustria, passando pela Bulgária, pela Romênia e pela Hungria, e transportará para a Europa gás oriundo de países do Mar Cáspio, como o Azerbaijão e o Turcomenistão.

A União Europeia apoia a construção do gasoduto, que é também vista com bons olhos pelo governo dos Estados Unidos. Numa primeira fase, passarão pelo Nabucco 10 bilhões de metros cúbicos de gás por ano. Mais tarde, este total subirá para 31 bilhões de metros cúbicos por ano, o equivalente a um terço do consumo atual da Alemanha.

Com a ajuda do Nabucco, União Europeia e Turquia querem impedir que os frequentes desentendimentos entre a Rússia e a Ucrânia causem problemas de abastecimento. Mas o novo gasoduto não deverá significar uma grande redução da dependência europeia do gás russo, já que ele poderá transportar no máximo 5% do consumo anual da UE.

Cerca de 25% do gás consumido na União Europeia vêm da Rússia e a maior parte dele é transportada por dutos instalados em território ucraniano. No caso da Turquia, o gás russo representa 60% do total consumido no país.

O Nabucco é visto como um concorrente do projeto Corredor do Sul, conduzido pela empresa russa Gazprom e pela Italiana Eni e que prevê o fornecimento de gás russo para a Europa através do Mar Negro.

Origem do gás

Temores de que não haja gás disponível para ser transportado foram rechaçados pelos empresários e governantes envolvidos no projeto. Segundo o diretor de Cooperação Política e Estratégia da empresa alemã RWE, Neil McMillan, o governo do Azerbaijão fornecerá 8 bilhões de metros cúbicos de gás por ano.

Já o Turquemenistão estaria disposto a exportar 10 bilhões de metros cúbicos anuais. Os governos dos dois países confirmaram que apoiam o projeto. Além disso, haveria reservas de gás disponíveis no norte do Iraque.

AS/afp/dpa/rtr

Revisão: Rodrigo Abdelmalack

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