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Sanções contra totalitários

23 de maio de 2011

O presidente sírio Bashar al-Assad é proibido de entrar na UE e terá seus bens congelados no bloco. Sanções atingem outros integrantes do governo sírio, além de aliados dos governos do Irã, da Líbia e de Belarus.

Assad teve bens congeladosFoto: dapd

O presidente sírio Bashar al-Assad está proibido de entrar na União Europeia (UE) e terá seus bens congelados nos países do bloco. As medidas foram aprovadas nesta segunda-feira (23/05) pelos ministros das Relações Exteriores dos 27 países da UE, em Bruxelas. As medidas são parte de um pacote ampliado de sanções contra Síria, Irã, Líbia e Belarus. Além de Assad, são atingidos outros nove familiares e membros de seu regime.

Com as sanções, a UE protesta contra a repressão de dissidentes, violações dos direitos humanos e o programa nuclear do Irã. "A União Europeia é uma comunidade de valores. E não podemos admitir que em nossa vizinhança imediata os direitos humanos e civis sejam violados tão ostensivamente", disse o ministro alemão do Exterior, Guido Westerwelle. "Se alguém oprime seu próprio povo dessa forma, usando de violência contra manifestações pacíficas, então isso não pode permanecer sem uma resposta da UE", complementou Westerwelle, ao comentar as medidas contra Assad.

No caso da Síria, Assad e mais nove membros da liderança do país foram afetados do mesmo modo. Na Líbia, também um assessor de Muammar Kadafi e uma empresa foram incluídos na lista de sanções.

Situação "muito preocupante"

Na disputa sobre o programa nuclear do Irã, além da proibição imposta a cinco pessoas de entrarem na UE, cerca de 100 empresas estão proibidas de fazer negócios com os 27 países-membros do bloco, entre as quais o Banco de Comércio Euro-Iraniano (EIHB), sediado na Alemanha. Não foram divulgados oficialmente mais detalhes sobre essas firmas antes da publicação no Diário Oficial da UE. Em Belarus, 13 partidários do autoritário presidente Alexander Lukashenko foram proibidos de entrar na União Europeia.

Presidente de Belarus, Alexander LukashenkoFoto: DW/AP

A chefe da diplomacia da UE, Catherine Ashton, classificou a situação na Síria de "muito preocupante". Para ela, o governo do país deve tomar providências para garantir que as manifestações pacíficas não sejam mais reprimidas. Ela também apelou para que o Irã retorne à mesa de negociações sobre o seu programa nuclear.

O ministro do Exterior sueco, Carl Bildt, descreveu as perseguições a oposicionistas em Belarus como "completamente inaceitáveis". Referindo-se à situação na Síria, a ministra do Exterior da Espanha, Trinidad Jiménez, disse: "Não podemos permitir que esta violência, sequestros, prisões e assassinatos continuem desse jeito".

Bahrein e Iêmen

A UE apelou ao Bahrein para não executar dois oposicionistas condenados à morte. As execuções podem inflamar as tensões no país e são um obstáculo para a reconciliação nacional, segundo os ministros do Exterior da UE. Desde 2006, não havia execuções no Bahrein. Os ministros europeus também pediram a governo e forças de segurança do Bahrein que respeitem os direitos humanos, incluindo a liberdade de expressão e a proibição da tortura.

Presidente do Iêmen, Ali Abdullah SalehFoto: dapd

Além disso, expressaram preocupação quanto aos acontecimentos no Iêmen, pedindo que parem imediatamente os ataques violentos contra manifestações pacíficas. Uma solução política para a crise no país parece ter ficado mais distante depois que o presidente Ali Abdullah Saleh se recusou no fim de semana, pela terceira vez, a assinar um acordo com a oposição, após ter sinalizado estar disposto a aceitar o documento.

O chefe de governo tem abusado da paciência dos mediadores internacionais, que vêm tentando há semanas evitar que a situação no Iêmen saia do controle. No domingo, quando o documento deveria ser assinado, Saleh enviou uma multidão de pessoas armadas à embaixada dos Emirados Árabes Unidos, onde os mediadores internacionais o aguardavam. Eles tiveram que ser retirados do edifício de helicóptero.

Nesta segunda-feira, tropas de elite de Saleh atacaram a casa do xeque tribal rival, Sadik al-Ahmar. Segundo relatos de testemunhas, pelo menos 18 pessoas morreram e outras 40 ficaram feridas no confronto.

MD/dw/dpa/kna
Revisão: Roselaine Wandscheer

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