UE entre carência de mão de obra e políticas anti-imigração
Anchal Vohra
22 de novembro de 2024
À medida que as populações da Europa envelhecem, cresce a falta de trabalhadores especializados, sobretudo na saúde. Ao mesmo tempo, políticos de direita exigem restrições à imigração. Para os governos, um sério impasse.
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Com o avanço da ultradireita, a imigração ocupa o topo da agenda política da União Europeia (UE), e aumenta a pressão sobre os governos para que mantenham baixas as taxas de ingresso.
No entanto, diversos países, mesmo os que sustentam uma postura ostensivamente anti-imigrantes, estão atraindo trabalhadores estrangeiros para preencher uma vasta lacuna de mão de obra e manter as economias nacionais em funcionamento, num continente que está envelhecendo.
Quase dois terços das pequenas e médias empresas do bloco não conseguem encontrar os profissionais de que precisam, e a UE identificou 42 ocupações em que a escassez é extrema e elaborou um plano para compensá-la.
Diante desse quadro, certos líderes europeus, sobretudo ultradireitistas, reivindicam acordos com países terceiros para restringir o afluxo de imigrantes ou deportá-los. Paralelamente, contudo, há sinais de um reconhecimento crescente da necessidade de reforço externo.
Enfermeiras indianas para a Itália
Na Itália, o governo populista de direita de Giorgia Meloni decidiu recrutar centenas de milhares de trabalhadores para cobrir as carências nacionais. Em 2023, anunciou que contava trazer um total de 452 mil estrangeiros até 2025, embora admitindo estar bem aquém da "necessidade detectada, de 833 mil".
Segundo o Centro de Estudos e Pesquisa do German Institute of Development and Sustainability (IDOS), a Itália precisaria de 280 mil profissionais por ano até 2050 para superar suas faltas em 37 setores, entre os quais agricultura, turismo e, acima de tudo, saúde. Recentemente, Roma anunciou que recrutaria na Índia 10 mil enfermeiras para cobrir cerca de um terço de suas necessidades.
Em outubro, o ministro italiano da Saúde, Orazio Schillaci, comentou que o país asiático dispõe de 3,3 milhões, portanto um superávit, de profissionais do setor. As cuidadoras seriam contratadas diretamente pelas regiões carentes, onde for necessário, assim que se confirme que dominam o idioma italiano.
A política migratória europeia viola os direitos humanos?
07:31
Segundo o professor de sociologia e especialista em migração Maurizio Ambrosini, da Universidade de Milão, o governo se viu forçado a mudar sua política por pressão da classe patronal: "Durante anos, os empregadores italianos estiveram muito silenciosos no debate sobre a imigração. Acho que eles não queriam uma luta com os partidos de direita. Mas agora a coisa mudou."
Mesmo dentro da coalizão governamental ultradireitista, muitos consideram a nova política um forte revés para Meloni, que costumava criticar as políticas pró-imigração como parte de uma conspiração da esquerda para "substituir os italianos por imigrantes".
O vice-prefeito da ilhota de Lampedusa, aonde chega grande parte dos migrantes que entram ilegalmente no país, Attilio Lucia, da populista de direita Liga, manifesta sua frustração: "Eu esperava que, agora que temos um governo direitista, a situação mudaria, mas a direita está ficando pior do que a esquerda."
Holanda: empresariado coloca competência na frente da nacionalidade
Na Holanda, o novo governo liderado pelo populista de direita Partido pela Liberdade (PVV), de Geert Wilders, tentou obter ser isento ou se excluir do sistema de asilo da União Europeia, que considera a medida "um direito fundamental e uma obrigação internacional para os países".
No entanto, a mídia nacional tem sugerido que a exacerbada retórica anti-imigração perpetuada pela ultradireita faz os trabalhadores especializados se sentirem menos bem-vindos no país. Porém até mesmo esses grupos têm que encarar a realidade: as companhias holandesas necessitam mão de obra estrangeira para permanecer competitivas.
Assim, é possível que o empresariado também tenha influenciado o reposicionamento governamental. A maior companhia do país, a fabricante de equipamento para produção de semicondutores ASML Holding, declarou que depende de funcionários altamente qualificados, não importa de onde venham. Assim, quase 40% de seus quadros são de estrangeiros, e ela defende que a imigração não deve ser restringida.
"Erguemos a nossa companhia com mais de 100 nacionalidades", comentou em outubro o diretor executivo Christophe Fouquet na Cúpula Tecnológica Bloomberg, em Londres. "Trazer talento de todas as partes tem sido uma condição absoluta de sucesso, e isso tem que continuar."
Uma das medidas estatais foi introduzir um incentivo fiscal para os trabalhadores imigrantes, reduzindo sua alíquota de 30% para 27%. Embora relativamente pequena, essa vantagem aparentemente vem atraindo muitos jovens empregados estrangeiros altamente capacitados.
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Alemanha aposta na Chancenkarte
Em junho, a Alemanha introduziu a Chancenkarte (Carta Oportunidade), um esquema de permissão de residência permitindo a profissionais de fora da União Europeia procurarem trabalho no país. Até o fim de 2024 está prevista a concessão de 200 mil vistos.
Para cobrir as necessidades de seu mercado, a Alemanha necessita cerca de 400 mil novos trabalhadores especializados por ano, sobretudo nos setores de engenharia, tecnologia da informação (TI) e saúde.
A Índia é um de seus alvos: em vista recente, o chanceler federal alemão, Olaf Scholz, afirmou que seu país "está aberto para empregados especializados", prometendo reduzir os obstáculos burocráticos e aumentar o número anual de vistos para indianos, de 20 mil para 90 mil.
Por outro lado, devido à ascensão da sigla populista de direita e anti-imigração Alternativa para a Alemanha (AfD) nas eleições regionais e a um ataque a facadas na cidade de Solingen, no oeste alemão, o chefe de governo social-democrata abonou a instituição de controles nas fronteiras internas da UE para "restringir a migração".
Em declaração, Scholz enfatizou a necessidade de "fazer baixar" a imigração irregular para a Alemanha, porém ressalvando que o país precisa de mão de obra capacitada.
Política pública versus política silenciosa
Praticamente todos os países-membros da UE se confrontam com o mesmo problema: falta de mão de obra numa população cada vez mais idosa. Apesar de um acréscimo da imigração, eles não querem dar a impressão de que incentivem os ingressos sem visto de permanência.
Para o sociólogo Ambrosini, o problema é a dificuldade dos Estados europeus em conciliar duas políticas de imigração díspares. Uma é para consumo público, exigindo "acordos de controle de fronteiras, com países de trânsito como a Tunísia, ou de deportação para instalações no exterior, como o da Itália com a Albânia".
"Por outro lado, está ficando claro que eles precisam de trabalhadores, e estão criando novas medidas para atrair mão de obra não só especializada, mas também sazonal. Essa segunda política é mantida um pouco oculta, não é divulgada demais, e talvez só seja visível para as associações patronais."
No fim das contas, a questão é os governos poderem assegurar que têm o controle de quem está entrando e quem pode ficar, resume o professor da Universidade de Milão. "Mas isso é um mito, pelo menos em relação aos empregos 'de colarinho azul', porque os empregadores recebem daqueles que já estão na Europa as referências sobre quem contratar. Como é que o patrão vai saber quem trazer do Peru, por exemplo?"
O mês de novembro em imagens
O mês de novembro em imagens
Foto: Ricardo Stuckert/PR
Após tensas negociações, COP29 termina com promessa de US$ 300 bi por ano
Conferência do Clima da ONU em Baku, no Azerbaijão, terminou com promessa de US$ 300 bilhões por ano para países mais afetados por eventos climáticos extremos. Acordo tenso foi costurado na reta final do evento e sob protestos de alguns países (foto). Valor ficou abaixo dos US$ 1,3 trilhão pedidos. Reunião também aprovou regulamentação do mercado de carbono. (23/11)
Foto: Murad Sezer/REUTERS
Putin alerta para mais testes com mísseis
O presidente russo, Vladimir Putin, prometeu mais testes com o míssil hipersônico Oreshnik, disparado um dia antes na cidade de Dnipro, na Ucrânia. Por isso, o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, apelou para mais sistemas antiaéreos contra as ameaças, que levaram o parlamento da Ucrânia a fechar as portas. Putin também disse que a Rússia deve começar a produção em série da nova arma. (22/11)
Foto: Press Service of the State Emergency Service of Ukraine in Dnipr/picture alliance
PF indicia Bolsonaro e outros 36 por tentativa de golpe de Estado
A PF indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas pelos crimes de tentativa de abolição violenta do estado democrático de direito, golpe de Estado e organização criminosa. Os agentes apontam que Bolsonaro "analisou e alterou" uma minuta de decreto desenhada para não deixar o poder após derrota nas urnas em 2022 e que ele sabia da existência de um plano para executar Lula. (21/11)
Foto: Nelson Almeida/AFP/Getty Images
Protesto de agricultores franceses contra acordo UE-Mercosul entra no 3º dia
Agricultores franceses fizeram barricadas, fecharam a fronteira entre a Espanha e a França e jogaram chorume em frente a prédios públicos em protesto contra um possível acordo de livre-comércio entre a União Europeia e o Mercosul. O CEO do Grupo Carrefour na França, Alexandre Bompard, endossou a manifestação e interrompeu a compra de carne produzida pelos países do bloco sul-americano. (20/11)
Foto: Gaizka Iroz/AFP/Getty Images
PF desbarata complô de militares para matar Lula, Alckmin e Moraes
A Polícia Federal prendeu um membro da corporação e quatro militares ligados às forças especiais do Exército suspeitos de planejarem um golpe de Estado após as eleições de 2022 e de um complô para assassinar o presidente Lula, seu vice, Geraldo Alckmin, e o ministro do STF Alexandre de Moraes. Inquérito envolve ainda o general Braga Netto, ex candidato a vice de Jair Bolsonaro. (19/11)
Foto: Evaristo Sa/AFP
Líderes do G20 no Rio de Janeiro
Brasil recebe líderes das 20 principais economias do planeta no Rio de Janeiro. Declaração final do encontro defende combate à pobreza, desenvolvimento sustentável, taxação de super-ricos e pede soluções diplomáticas para conflitos na Ucrânia e no Oriente Médio. (18/11)
Foto: Kay Nietfeld/dpa/picture alliance
Biden visita a Floresta Amazônica
O presidente dos EUA, Joe Biden, chegou neste domingo a Manaus na primeira visita à Amazônia de um presidente americano em exercício, antes de seguir para o Rio de Janeiro para a cúpula do G20. Ele visitou uma reserva florestal, encontrou-se com líderes locais e sobrevoou de helicóptero uma parte da floresta e o encontro dos rios Negro e Solimões. (17/11)
Foto: Manuel Balce Ceneta/AP/picture alliance
No G20 Social, Lula defende "jornadas mais equilibradas"
O presidente Lula recebeu neste sábado a declaração final do G20 Social – iniciativa da presidência brasileira do G20 para sistematizar e levar propostas da sociedade civil aos chefes de governo dos países do grupo. Ele aproveitou o evento para se entrar no debate sobre a jornada de trabalho, em evidência após proposição de PEC que acaba com a jornada 6x1. (16/11)
Foto: Daniel Ramalho/AFP
Scholz pede a Putin "paz justa e duradoura" na Ucrânia
Na primeira conversa em quase dois anos, chanceler federal alemão (foto) defendeu negociações para encerrar a guerra, enquanto líder russo insistiu em "novas realidades territoriais" em solo ucraniano. Em entrevista de TV exibida no mesmo dia, o presidente ucraniano Volodimir Zelenski disse crer que a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos apressará o fim do conflito. (15/11)
Moraes associa atentado suicida em Brasília a "gabinete do ódio" de Bolsonaro
Após Jair Bolsonaro chamar a ação de um homem-bomba em Brasília de "fato isolado", o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), reagiu dizendo que o episódio é fruto do clima extremismo que se instalou no país durante o mandato do ex-presidente. Moraes descartou anistia a golpistas: "Pacificação, só com responsabilização de criminosos." A PF apura o caso. (14/11)
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Biden dá as boas-vindas a Trump para iniciar a transição
O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, e o atual mandatário, Joe Biden, estiveram reunidos hoje no Salão Oval da Casa Branca inaugurando formalmente a transição para o governo do republicano, que toma posse em 20 de janeiro. Trump enfatizou que "política é difícil" em seu retorno, embora tenha agradecido a Biden por seus esforços para garantir uma transição pacífica. (13/11)
Foto: AP/dpa/picture alliance
Eleições antecipadas à vista
O partido SPD, do chanceler Olaf Scholz, e a sigla de oposição CDU chegaram a um acordo: as eleições antecipadas para o Bundestag (parlamento alemão) serão realizadas em 23 de fevereiro. A decisão veio uma semana depois da demissão do ministro das Finanças, Christian Lindner, do neoliberal FDP, que selou o fim da coalizão tripartidária à frente do país, que contava ainda com os verdes. (12/11)
Foto: Fabian Sommer/dpa/picture alliance
Holanda impõe controles de fronteira para barrar ilegais
O governo holandês anunciou a imposição de controles extras em suas fronteiras terrestres para combater a imigração ilegal. "É hora de enfrentar o tráfico de migrantes de maneira concreta", disse ministra holandesa da Migração, Marjolein Faber. Medida tem caráter temporário, de acordo com as normas da União Europeia. (11/11)
Foto: Marcel van Hoorn/ANP/AFP
Ucrânia lança ataque de drones contra Moscou
Bombardeada com um número recorde de 145 drones, a Ucrânia reagiu atacando Moscou com ao menos 34 drones, na mais pesada investida contra a capital russa desde o início da guerra, em 2022. O ataque ucraniano interrompeu o tráfego aéreo em três grandes aeroportos de Moscou e feriu ao menos uma pessoa em um vilarejo nos subúrbios da cidade. (10/11)
Foto: Tatyana Makeyeva/AFP/Getty Images
Ataque suicida deixa mais de 20 mortos no Paquistão
Um ataque suicida executado em uma estação ferroviária da cidade paquistanesa de Quetta, na conturbada província do Baluchistão, deixou pelo mais de 20 mortos e 40 feridosl. O grupo separatista Exército de Libertação do Baluchistão (BLA) assumiu a responsabilidade em um comunicado divulgado nas redes sociais.(09/11)
Foto: Banaras Khan/AFP/Getty Images
Cúpula da UE termina sob espectro da reeleição de Trump
Líderes da UE prometeram dar novo impulso à economia do bloco europeu ao término da cúpula que reuniu chefes de governo dos 27 Estados-membros na Hungria. Resultado das eleições nos EUA motivou europeus a avançarem medidas para aumentar competitividade do bloco. Cúpula termina com promessa de reforçar defesa e combater alta nos custos de energia. (08/11)
Foto: Mehmet Ali Ozcan/AA/picture alliance
Biden pede união e promete transição pacífica nos EUA
“Você não pode amar seu país somente quando vence. Você não pode amar seu vizinho somente quando concorda. Algo que esperamos que possamos fazer, não importa em quem você votou, é nos vermos não como adversários, mas como concidadãos americanos. Reduzam a temperatura”, disse o presidente dos EUA, Joe Biden, em discurso na Casa Branca (07/11)
Foto: Ron Sachs/Pool/CNPZUMA Press Wire/IMAGO
Scholz demite ministro das Finanças e governo alemão fica por um fio
A tríplice coalizão partidária que governa a Alemanha desmoronou após o chanceler federal Olaf Scholz, do Partido Social Democrata (SPD), exonerar o ministro das Finanças, Christian Lindner, que também é presidente do Partido Liberal Democrático (FDP, na sigla em alemão). Num pronunciamento na televisão, Scholz explicou as razões da demissão e dirigiu palavras duras ao ex-ministro. (06/11)
Foto: ODD ANDERSEN/AFP/Getty Images
Trump derrota Kamala e retorna à Presidência dos EUA
Donald Trump foi eleito novamente presidente dos Estados Unidos, protagonizando um retorno dramático e triunfal à Casa Branca. O republicano derrotou de maneira decisiva sua rival democrata Kamala Harris ao superar a marca de 270 votos no Colégio Eleitoral dos EUA. E, em contraste com sua vitória anterior, em 2016, Trump ainda ficou à frente no voto popular. (06/11)
Foto: Brian Snyder/REUTERS
EUA vão às urnas para escolher o novo presidente
Os EUA foram às urnas para definir quem vai comandar a maior potência econômica e militar do mundo. Na disputa estão a democrata Kamala Harris – que pode ser eleita a primeira mulher a ocupar a Casa Branca – e o republicano Donald Trump – que tenta um retorno à Presidência quase quatro anos após deixar Washington em desgraça, na esteira de uma tentativa de golpe. (05/11)
Foto: Timothy D. Easley/AP Photo/picture alliance
Morre Agnaldo Rayol aos 86 anos
Após mais de 60 anos de carreira artística, morreu o carioca Agnaldo Rayol, em consequência de uma queda em sua residência. Cantor romântico, com o auge do sucesso na década de 1960, também protagonizou telenovelas e filmes em papéis de galã, e apresentou programas próprios na TV. Descendente de imigrantes, tocou os corações de seus fãs com canções em italiano, até nos anos 90. (04/11)
Foto: Fotoarena/IMAGO
População joga lama em rei da Espanha durante protestos pós-enchentes
Uma visita do rei e da rainha da Espanha e do primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, às áreas atingidas pelas enchentes em Valência, no leste do país, terminou em confusão. Uma multidão atirou lama, pedras e objetos na comitiva e hostilizou as autoridades com gritos de "assassinos". O barro atingiu o rosto do rei Felipe VI e da rainha Letizia. (03/11)
Foto: Manaure Quintero/AFP/Getty Images
Espanha intensifica busca por sobreviventes após enchente
O governo espanhol enviou 10 mil agentes de segurança para auxiliar nas buscas por desaparecidos na região de Valência, leste do país, atingida por uma enchente de grandes proporções que deixou 211 mortos nesta semana. Esse é o maior emprego de forças do Exército espanhol em tempos de paz. A inundação já é considerada a segunda mais mortal deste século na Europa. (02/11)
Foto: Alberto Saiz/AP Photo/picture alliance
Alemanha facilita mudança legal de gênero
Maiores de 18 anos poderão requerer a alteração dos registros oficiais, adotando um novo prenome e gênero, ou até eliminando a indicação de gênero. Menores acima dos 14 anos também podem recorrer às novas regras, sob aprovação paterna ou por recurso legal. Em Berlim, que tem comunidade LGBT+ atuante, cerca de 1.200 requerimentos foram apresentados no primeiro dia de vigência da nova lei. (01/11)