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UE espera que pleito no Brasil favoreça acordo com Mercosul

31 de agosto de 2022

Bloco europeu quer dar novo impulso a acordo de livre-comércio e fortalecer laços com a América Latina através do Brasil, fazendo frente aos fortes investimentos da China.

Bandeiras do Brasil e do Mercosul tremulando
Alguns países europeus já anunciaram que não ratificarão acordo até terem certeza dos compromissos do Brasil para preservar o meio ambienteFoto: Marcos Oliveira/Agência Senado

A União Europeia divulgou nesta quarta-feira (31/08) que estabeleceu como uma prioridade o acordo de livre-comércio com o Mercosul para recuperar terreno contra a China na América Latina. O bloco europeu espera que o resultado daseleições de outubro no Brasil rendam um novo impulso nesse sentido. 

O tema foi discutido nesta quarta em uma reunião da Comissão de Relações Exteriores do Parlamento Europeu, com a presença do diretor-geral do Serviço Europeu de Ação Externa (SEAE) para as Américas, Brian Glynn.

Ele declarou que, a pouco mais de um mês do primeiro turno das eleições no Brasil, a UE está "acompanhando de perto" a campanha, na qual vê um "clima de polarização" e também alguns episódios de desinformação.

Glynn destacou a importância do Brasil como "uma das maiores democracias do mundo e um parceiro estratégico para a UE" e enfatizou que o bloco europeu deve "fazer mais" para fortalecer as relações com o país.

Embora a China seja agora o maior parceiro comercial do Brasil, a UE ainda é o maior investidor no país, lembrou.

De acordo com o Relatório do Conselho Empresarial Brasil-China, o investimento de empresas chinesas no Brasil mais que triplicou em 2021 em relação ao ano anterior. O Brasil foi o principal destino do capital do país asiático no ano passado, com 5,9 bilhões de dólares investidos - ou seja, 208% a mais do que em 2020 em termos nominais.

Pacto Verde

Glynn ressaltou a necessidade de uma cooperação mais estreita em mais áreas, em particular a necessidade de envolver o Brasil nos objetivos do Pacto Verde europeu.

"Assim que tivermos clareza sobre a direção da política no Brasil para os próximos anos, nos engajaremos com as novas autoridades", disse, em referência ao pleito de outubro.

Para ele, após as eleições, seria "um bom momento para olhar o Brasil com novos olhos".

Glynn também disse que devem ser feitas adaptações em relação à política europeia na América Latina como um todo.

"A América Latina é uma região do mundo que provavelmente tem sido um pouco negligenciada pela UE, que foi tomada como certa, e agora temos a capacidade e a vontade de fazer algo a respeito", afirmou.

O presidente da comissão parlamentar, o democrata-cristão alemão David McAllister, declarou que a UE deve "fortalecer seus laços com seus parceiros latino-americanos" e especialmente com o Brasil como um "parceiro estratégico".

Neste contexto, ele considerou que a UE deveria "fazer mais" diante da influência "preocupante" que a China está ganhando na região e buscar maneiras de fortalecer as relações.

Acordo travado

O acordo comercial entre a UE e o Mercosul foi assinado em 2019, após 20 anos de negociações, mas ainda não entrou em vigor porque depende da ratificação de todos os envolvidos. Um dos principais entraves vêm sendo as preocupações ambientais de países europeus quanto aos compromissos do Brasil na preservação do meio ambiente. 

Alguns países disseram que não ratificarão o acordo até que sejam colocadas em prática medidas concretas para frear a destruição da Floresta Amazônica, por exemplo.

le (Lusa, EFE, ots)

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