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Kosovo

16 de fevereiro de 2008

Um dia antes da anunciada proclamação da independência do Kosovo, UE aprova envio de dois mil policiais, oficiais de alfândega e juízes à região.

Albaneses kosovares com bandeira da AlbâniaFoto: AP

Embora o governo sérvio tenha declarado que não está de acordo, o parlamento kosovar anunciou que que a independência do Kosovo em relação à Sérvia deverá ser proclamadas neste domingo (17/02).

A declaração foi feita pelo chefe de governo Hashim Thaci, em Pristina. A Sérvia e a Rússia apontam a autonomia do Kosovo como uma passo que fere o Direito Internacional, ao contrário do que defendem vários países ocidentais, entre estes os EUA e a maioria dos Estados da UE.

O ex-premiê finlandês e enviado da ONU, Martti Ahtisaari, e o diplomata alemão Wolfgang Ischinger, tentaram durante um ano, sem sucesso, mediar os conflitos entre Belgrado e Pristina em relação ao Kosovo. Em função do bloqueio da Rússia, não foi possível obter qualquer posição do Conselho de Segurança da ONU.

"Dia tranqüilo"

"O domingo será um dia tranqüilo, de compreensão, e o dia de um compromisso do Estado em prol da implementação daquilo que os cidadãos do Kosovo querem", afirmou Thaci. Uma vez declarada a independência por parte dos líderes kosovares, a UE deverá assumir a responsabilidade pela polícia na região, bem como pelo controle das fronteiras e pela Justiça, após o fim da atual missão da ONU num período transitório de 120 dias.

"Está mais ou menos claro. A União Européia vai enviar uma missão para substituir as Nações Unidas", afirmou o primeiro-ministro esloveno, Dimitrij Rupel, que encabeça a atual presidência da UE.

Oposição sérvia e russa

Viatura policial da ONU no Kosovo: União Européia assume controle policial após independênciaFoto: AP

O líder sérvio Milan Ivanovic chamou a missão da UE no Kosovo de uma forma de ocupação. "Na verdade, a missão tem características de ocupação e não será aceita nem pela Sérvia nem pelos sérvios no Kosovo", disse Ivanovic.

Os sérvios kosovares que vivem na região formam um grupo de aproximadamente 120 mil pessoas dos 1,8 milhão de habitantes da província. O Kosovo vem sendo administrado pelas Nações Unidas há dez anos, desde a eclosão de conflitos violentos na região.

A Comissão Européia e o Banco Mundial estão planejando uma conferência internacional de doadores para auxiliar a economia do Kosovo após a independência. O país, que não será admitido na ONU devido à resistência da Rússia e da Sérvia, enfrenta grandes dificuldades econômicas e altas taxas de desemprego.

Outras vozes

"Embora a maioria dos países-membros da UE reconheçam a independência kosovar, pelo menos os governos de seis Estados anunciaram que não o faram imediatamente: Chipre, Grécia, Eslováquia, Espanha, Bulgária e Romênia.

"Nossa posição continua a mesma: não vamos reconhecer uma declaração unilateral de independência. Nossa posição é baseada nos princípios da Carta das Nações Unidas, que garante a soberania e a integridade territorial dos Estados e o papel do Conselho de Segurança da ONU", afirmou o ministro cipriota das Relações Exteriores, Erato Kozakou Marcoullis.

A União Européia apóia a independência do Kosovo, por acreditar que a Sérvia não tem mais o direito moral de dirigir a província após as brutalidades perpetradas na região contra os kosovares de origem albanesa sob o governo de Slobodan Milosevic. (sv)

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