UE mantém importações de aço brasileiro "sob observação"
30 de setembro de 2002Dos 15 produtos com importação limitada desde março deste ano, apenas sete continuarão na lista da UE, permanecendo sujeitos ao regime de cotas. Em três segmentos, contudo, a União Européia suspendeu provisoriamente o regime de cotas, mas adiou a decisão definitiva para fevereiro do ano que vem: vergalhões, chapas e folha-de-flandres. Bruxelas pretende observar o desenvolvimento do mercado interno de aço. Caso as importações venham a prejudicar a indústria européia, então as cotas voltarão.
A salvaguarda provisória de março foi adotada para impedir uma eventual invasão do mercado europeu pelos excedentes de aço de terceiros países, impedidos de exportar para os Estados Unidos em decorrência das medidas protecionistas do governo americano. A recém-aprovada salvaguarda definitiva deverá ter uma validade de cinco anos e reduziu a lista dos produtos submetidos a cotas. Entre os artigos beneficiados pela redução da salvaguarda, o Brasil exporta dois para a Europa: barras de aço e folhas-de-flandres. No ano passado, o valor de tais exportações foi da ordem de US$ 65 milhões.
Fórmula equilibrada
O Comissário de Comércio da UE, Pascal Lamy, defendeu a medida: "Esta fórmula equilibrada mantém nosso mercado aberto aos fluxos comerciais normais. Agimos desta maneira para defender ao máximo os interesses da UE e do comércio internacional. Instamos os demais países, que tomaram ou que estão pretendendo tomar medidas de salvaguarda, a que adotem uma fórmula igualmente moderada."
As ameaças de retaliação contra os Estados Unidos foram suspensas por parte de Bruxelas, que pretendia inicialmente responder as medidas protecionistas americanas com a imposição de sobretaxas às importações de aço estadunidense. Foi mantida, no entanto, uma advertência no sentido de que a decisão pode ser reconsiderada em futuro próximo, caso Washington não dê início a um processo de reestruturação da indústria siderúrgica americana.