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UE não sabe se vai à guerra

Gerda Meuer/rw8 de janeiro de 2003

Alemanha é contra, Grã-Bretanha a favor e França ainda aposta na diplomacia. Mas comunidade dos 15 ainda não tem posição conjunta sobre eventual intervenção militar no Iraque.

A proposta de uma política exterior conjunta da União Européia (UE) deu origem a uma polêmica que já dura anos e não foi solucionada nem com a nomeação de Javier Solana como diplomata-chefe da comunidade, em 1999. A experiência mostra que as opiniões divergem principalmente em momentos de crise. Ainda mais num momento como o atual, em que um consenso da União Européia teria força de pressão internacional.

A Grã-Bretanha, tradicional aliada dos Estados Unidos, desde cedo colocou-se ao lado dos norte-americanos e nunca descartou um ataque militar contra Bagdá. Também foi o governo Tony Blair que impediu o despacho de uma clara resolução da União Européia contra a guerra durante a cúpula na Dinamarca, em agosto do ano passado. A UE acabou decidindo que apoiaria as decisões das Nações Unidas.

Talvez sim, talvez não

– Na época, o ministro alemão das Relações Exteriores, o verde Joschka Fischer, suou para defender a posição do parceiro de coalizão no governo em Berlim. Durante a campanha eleitoral na Alemanha, o chanceler federal social-democrata Gerhard Schröder disse que seu país não apoiaria a marcha militar sobre o Iraque. Segundo o ministro Fischer, embora na cúpula da Dinamarca a maioria tenha sido contra uma guerra, ninguém ousou contrariar os Estados Unidos.

Alguns meses depois, a posição norte-americana continua a mesma, mas a de Berlim começou a balançar. Embora o "não" de Schröder em princípio fosse categórico, no final do ano Fischer admitiu que não era bem assim, que era preciso aguardar sob que condições se daria uma eventual votação no Conselho de Segurança. Que, aliás, conforme o sistema rotativo, será presidido pela Alemanha no mês de fevereiro. A presidência atualmente está nas mãos da França.

Diplomacia francesa

– Como nos últimos meses houve uma aproximação entre os governos de Berlim e Paris, observadores já pensam ver uma pequena aliança contra Londres e Washington. O presidente Jacques Chirac, todavia, foi muito mais diplomático que Schröder em relação ao tema.

O ministro britânico do Exterior crê que 60% dos membros da União Européia votariam contra uma intervenção militar no Iraque. Mas o próprio Jack Straw complementa que, devido à complexidade da questão, as opiniões podem mudar rapidamente.

Para evitar estes impasses, Javier Solana sugeriu que a União Européia futuramente passe a ocupar apenas uma vaga em organizações internacionais, o que valorizaria a posição da comunidade de 15 nações. De antemão, não se acredita no futuro da sugestão. Considerando a tradicional rivalidade entre França e Grã-Bretanha, qual dos dois deixaria sua cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU?