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UE promete apoio à Grécia para deter migrantes na fronteira

3 de março de 2020

Chefe da Comissão Europeia diz que Bruxelas repassará 700 milhões de euros para ajudar Atenas. Grécia é o "escudo da Europa", afirma Von der Leyen, enquanto milhares de refugiados tentam cruzar a fronteira com a Turquia.

Em torno de 20 mil migrantes se acumulam em diversos pontos da fronteira entre a Turquia e a Grécia
Em torno de 20 mil migrantes se acumulam em diversos pontos da fronteira entre a Turquia e a GréciaFoto: Reuters/U. Bektas

A União Europeia (UE) prometeu enviar milhões de euros para ajudar a Grécia a lidar com o aumento da chegada de migrantes através da fronteira com a Turquia.

Após sobrevoar a fronteira greco-turca, onde milhares de pessoas em busca de refúgio tentam entrar de todas as formas no território grego, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que Bruxelas fornecerá "todo o apoio necessário" ao país, que chamou de "escudo da Europa".

"Aqueles que tentarem pôr à prova a união da Europa vão ficar decepcionados", disse Von der Leyen, em coletiva de imprensa ao lado do primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, e do presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.

"Vamos resistir, e nossa unidade prevalecerá", afirmou, em mensagem indireta para o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, que tenta aumentar a pressão sobre a Europa ao abandonar os esforços para deter o fluxo migratório para o continente através da Grécia.

Von der Leyen disse que a UE fornecerá 700 milhões de euros, sendo que metade desse valor deverá ser transferido imediatamente. Além disso, a Frontex, agência de fronteiras do bloco europeu, enviará uma equipe de intervenção rápida que inclui 100 agentes de fronteira adicionais apoiados por barcos de patrulha, helicópteros e outros veículos.

"Nossa prioridade é assegurar que a ordem seja mantida na fronteira externa da Grécia, que também é a fronteira da Europa", disse a presidente da Comissão Europeia. "Tenho pleno comprometimento em mobilizar todo o apoio operacional necessário às autoridades gregas."

Von der Leyen sobrevoou a fronteira grego-turca ao lado do premiê grego e do presidente do Conselho EuropeuFoto: picture-aliance/dpa/AP/Greek Prime Minister's Office/D. Papamitsos

O Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnur) estima que haja em torno de 20 mil migrantes acumulados ao longo dos 200 quilômetros da fronteira greco-turca.

Mais de 500 agentes da Frontex já foram enviados para a Grécia, que deve também receber a ajuda de equipes médicas juntamente com abrigos móveis, barracões e cobertores. Von der Leyen insistiu que "a Turquia não é um país inimigo", mas alertou que não se deve usar pessoas para se tentar chegar a algum objetivo.

Milhares de pessoas se dirigiram à fronteira da Grécia após Erdogan anunciar na semana passada que seu governo não iria mais impedi-los de tentar chegar à Europa. A atitude é vista como uma tentativa de pressionar a UE a aumentar a ajuda ao país, que abriga em torno de 3,6 milhões de refugiados sírios, ou ainda para obter o apoio europeu à campanha militar da Turquia na Síria.

Grécia barra milhares de migrantes na fronteira turca

01:44

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O premiê grego Mistotakis afirmou que, para ele, está claro que a Turquia "encoraja sistematicamente e auxilia dezenas de milhares de refugiados e migrantes a entrarem na Grécia ilegalmente". Ele criticou a atuação de Bruxelas na crise migratória e disse que a guarda de fronteiras de seu país evitou "mais de 24 mil tentativas de entrada ilegal" por mar e terra e efetuou dezenas de prisões.

"A Europa deixou a desejar ao lidar com a crise migratória", afirmou. "Espero que essa crise sirva como um chamado de alerta para que todos assumam suas responsabilidades."

Após acusações de que as forças de segurança gregas estariam abrindo fogo para intimidar os migrantes, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, disse ser "fundamental agir de maneira proporcional e demostrar respeito pela dignidade humana e pelas leis internacionais".

O governo grego nega que seus agentes tenham efetuado disparos com armas de fogo para deter invasões em seu território. Entretanto, diversas organizações de ajuda aos migrantes relataram ser alvo de ataques, o que levou muitas delas a suspender suas atividades em razão da falta de segurança.

RC/afp/dpa

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