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Parceria estratégica

11 de setembro de 2010

Ministros do Exterior da União Europeia defendem parceria estratégica com a Turquia, importante interlocutor com o mundo muçulmano, mas freiam pretensões turcas de ingressar no bloco.

Processo de entrada da Turquia na UE começou em 2005

As relações com a poderosa vizinha Turquia estiveram no centro do segundo dia de debates do encontro informal de ministros do Exterior da União Europeia (UE), neste sábado (11/09) em Bruxelas.

Os representantes dos 27 países-membros concordam que é preciso reforçar a parceria estratégica com Ancara, especialmente no que diz respeito aos temas Oriente Médio, Irã, Afeganistão e Bálcãs Ocidentais. O ministro alemão, Guido Westerwelle, salientou que é de grande interesse da Europa que a Turquia mantenha-se voltada para o Ocidente.

Nos últimos anos, a Turquia passou a ocupar um papel importante em negociações diplomáticas no Oriente Médio e na Ásia Central, tornando-se um interlocutor fundamental entre o mundo muçulmano e o Ocidente.

"Imagine um trabalho em bases estratégicas com a Turquia em todo o mundo: trata-se de uma combinação poderosa", argumentou o ministro britânico William Hague, ressaltando as vantagens de uma aproximação. Alexander Stubb, da Finlândia, ressaltou que a Turquia "é um dos cinco países mais importantes do mundo" em termos de política externa.

"A Turquia espera, com todo o direito, ser tratada com respeito e que atenhamo-nos ao que foi acordado com o país", comentou Westerwelle. E cuidou para que a ideia de reforço na cooperação não tivesse outros significados: "Não se trata de decisões, que não precisam ser tomadas hoje. Mas de tratar a Turquia com justiça e com respeito", disse Westerwelle, referindo-se à candidatura do país para ingressar na UE.

Via de acesso

A entrada da Turquia no bloco europeu é tema polêmico entre os países-membros. O país de maioria muçulmana se candidatou em outubro de 2005. Como lembrou o ministro sueco, Carld Bildt, países importantes têm "reservas relativamente grandes" contra a candidatura turca. Mas mesmo esses países, diz Bildt, reconhecem "mais do que nunca" a importância estratégica da Turquia para a UE, principalmente para a segurança e política externa em geral.

França e Alemanha estão nesse grupo – e o ministro francês, Bernard Kouchner, deu mostras de que seu país não diminuirá sua oposição à entrada da Turquia no bloco. E a chefe da diplomacia da UE, Catherine Ashton, alertou que as negociações com a Turquia podem acabar paralisadas se a questão do Chipre não for solucionada.

O ministro turco, Ahmet Davutoglu, disse que essa nova oferta de diálogo estratégico não pode ser uma alternativa ao processo de entrada do país no bloco. "Sem avanços no processo de adesão, é difícil desenvolver tal visão estratégica." Ele disse que a Turquia está insatisfeita com os pequenos avanços nas negociações.

Steven Vanackere, da Bélgica, país que ocupa a presidência rotativa da UE, disse que o "trem não deve ficar esperando" e que o bloco deve voltar a discutir o assunto até dezembro. Se, de fato, quiser fazer parte da União Europeia, o governo turco precisa antes promover mudanças na legislação nacional e adequá-la às regras europeias.

NP/dpa/afp/lusa
Revisão: Alexandre Schossler

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