UE quer cota para produções europeias na Netflix e Amazon
25 de maio de 2016
Comissão Europeia propõe que 20% do conteúdo total oferecido por serviços de televisão via streaming na Europa sejam produções locais. Proposta prevê também o fim do "geoblocking".
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A Comissão Europeia apresentou nesta quarta-feira (25/05) uma proposta de cota para produções europeias em serviços de televisão via streaming, como Netflix, Amazon e iTunes. Pelo projeto, as empresas deverão ter pelo menos um quinto de filmes e séries europeias no total de seus catálogos.
A cota mínima, que corresponde a uma medida semelhante em vigor para emissoras tradicionais de televisão, visa proteger a indústria cinematográfica, a cultura e os idiomas dos 28 países-membros do bloco, justificou a Comissão.
Durante a apresentação da proposta, autoridades europeias destacaram que muitas empresas já oferecem o mínimo proposto em seus catálogos. O levantamento mostrou, por exemplo, que 21% do conteúdo disponibilizado pela Netflix é produzido dentro do bloco.
"Esse percentual não vai representar um grande esforço. Estamos apenas fornecendo um grau de segurança para a indústria europeia de filmes", argumentou o comissário de Economia e Sociedade Digitais, Günther Oettinger.
Além da cota, a proposta da UE prevê ainda acabar com o geoblocking, sistema que bloqueia a visualização de conteúdos e impede a compra em sites fora do país do usuário. A medida incluiu ainda aumentar a proteção de menores de idade, dificultando o acesso a conteúdo pornográfico e violento.
O pacote "é um passo importante para aumentar a proteção de consumidores na velocidade do mundo digital e dar segurança jurídica a comerciantes", ressaltou a comissária da Justiça, Consumidores e Igualdade de Gênero, Vera Jourova.
Críticas ao pacote
O anúncio foi criticado por algumas organizações. Para a CCIA, associação que representa o setor americano de tecnologia da informação, o sistema de cotas é desnecessário, lembrando que serviços de streaming já investem em conteúdos europeus.
Já a Sociedade de Autores Audiovisuais não criticou a criação da cota, mas o limite proposto, que foi considerado baixo.
A Netflix saudou a intenção da Comissão Europeia de apoiar as produções locais, mas ressalvou que cotas não são a melhor maneira de fazer isso. A empresa afirmou que já investe milhões de euros em produções europeias. Em fevereiro, o serviço anunciou a sua primeira série em alemão, com estreia prevista para 2017.
CN/rtr/ap/afp
As dez melhores comédias alemãs
A equipe de cinema da DW selecionou seus filmes alemães prediletos. Veja aqui dez grandes comédias que resgatam alguns dos clichês mais persistentes sobre o país.
Foto: picture-alliance/dpa/Ch. Assmann
#10: Homens
Esta comédia hilariante dirigida por Doris Dörrie foi planejada originalmente para a TV, mas os produtores fizeram uma escolha sábia e decidiram levá-la aos cinemas. Há trinta anos, por volta de 6 milhões de pessoas morreram de rir assistindo a um filme sobre as relações entre homens e mulheres, estrelado pelos atores alemães Ulrike Kriener, Heiner Lauterbach e Uwe Ochsenknecht.
Foto: picture-alliance/United Archives/IFTN
#9: Fack Ju Göhte
Mais de 7 milhões de pessoas foram aos cinemas ver a comédia "Fack Ju Göhte", dirigida por Bora Dagtekin. O título da comédia zomba da ortografia de alunos alemães ao escrever em inglês. O filme aborda a história de um instrutor, que não é um professor de verdade, e seus alunos enfadados. Apesar do tédio, o apelo sexual do ator Elyas M'Barek conquistou o coração de inúmeras adolescentes.
Foto: Constantin Film Verleih
#8: O sapato de Manitu
"O sapato de Manitu" foi um dos maiores sucessos de bilheteria do cinema alemão desde a década de 1960, com mais de 11 milhões de tíquetes vendidos. O comediante Michael Herbig ("Bully"), que antes trabalhava para a rádio e televisão, ganhou muitos elogios e risos por sua paródia de faroeste sobre os filmes do cacique Winnetou.
Foto: picture-alliance/dpa
#7: Todos contra Zucker
Em 2004, o diretor Dani Levy festejou um enorme e surpreendente sucesso de bilheteria com sua comédia "Todos contra Zucker". Este filme sobre os problemas particulares e financeiros de um repórter esportivo da ex-Alemanha Oriental retrata com sensibilidade a identidade judaica na Alemanha de hoje, e ainda de forma bem-humorada: certamente, uma tarefa nada fácil.
Foto: Imago//United Archives
#6: Quem morre mais cedo
Dirigido por Marcus H. Rosenmüller, a comédia "Quem morre mais cedo passa mais tempo morto" conta a história de como um pré-adolescente de 11 anos lida com a revelação em torno das particularidades da morte de sua mãe. Essa comédia brinca com o charme particular e as peculiaridades dos bávaros.
Foto: Imago//United Archives
#5: Wir sind die Neuen
Em 2014, o diretor Ralf Westhoff transformou uma ideia original numa comédia refrescante. "Wir sind die Neuen" ("Nós somos os novos", em tradução livre) conta a história de três velhos amigos que costumavam dividir um apartamento durante a faculdade e decidem, anos mais tarde, viver juntos novamente, em meio a um trio muito mais jovem de estudantes. Uma comédia sobre a relação entre gerações.
Foto: X-Verleih
#4: Ödipussi
Na década de 1980, Vicco von Bülow, aliás Loriot, era um comediante muito popular na Alemanha. Ele encantou fãs de todas as idades, escrevendo, dirigindo e estrelando "Ödipussi". Loriot acabou nas telas dos cinemas, ainda que o filme não seja exatamente uma comédia tradicional, mas uma sequência de stand-ups insanos, hilariantes, mas extremamente sutis.
Foto: Picture-Alliance/dpa
#3: Bem-vindo à Alemanha
Em 2011, Yasemin Şamdereli não foi a primeira a dirigir uma comédia intercultural na Alemanha, mas seu filme foi o primeiro a ser tão bem-sucedido: "Almanya: Bem-vindo à Alemanha" ("Almanya" é a palavra turca e árabe para Alemanha) aborda problemas, como identidade e integração, de maneira engraçada e irônica, fazendo rir dos clichês em torno de alemães e turcos.
Foto: picture-alliance/dpa/C. Hartmann
#2: Ele está de volta
É possível e correto rir sobre Hitler? O romancista Timur Vermes e o cineasta David Wnendt decidiram que sim. Como o best-seller de Vermes, a adaptação para o cinema abordou com humor o sério tema do nazismo. Wnendt incluiu imagens de arquivos nas cenas ficcionais, acrescentando uma série de piadas controversas e de humor negro sobre Adolf Hitler e sua era.
Foto: picture-alliance/dpa/Constantin Film Verleih GmbH
#1: Adeus, Lênin!
Outro tema da história alemã se tornou um sucesso de cinema: com sua hilariante comédia "Adeus, Lênin!" (2003), o diretor Wolfgang Becker explorou a queda do Muro de Berlim e as diferenças culturais entre as ex-Alemanhas Oriental e Ocidental. O filme recebeu muitos prêmios e também transformou o ator Daniel Brühl famoso do dia para noite. Um papel que talvez o marque para sempre.