Diário alemão "Die Welt", afirma que número de imigrantes ilegais no bloco europeu em 2015 é o mais alto em 28 anos, chegando 1,28 milhão. Instituto prevê aumento do desemprego na Alemanha devido ao fluxo migratório.
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Uma reportagem publicada nesta segunda-feira (14/12) pelo jornal alemão Die Welt, afirma que 1,28 milhão de pessoas cruzaram ilegalmente as fronteiras da União Europeia entre janeiro e novembro de 2015.
O jornal cita um relatório da Comissão Europeia, que deverá ser divulgado nesta terça-feira, onde consta que, nos últimos 11 meses, a imigração ilegal atingiu o nível mais alto em 28 anos. O estudo registra um aumento significativo em relação ao período de 2009 a 2014, quando foram contabilizadas 813 mil entradas ilegais.
Segundo Die Welt, o relatório da Comissão Europeia pede maior eficiência no gerenciamento das fronteiras externas da EU e alerta que a estratégia em vigor "se provou totalmente insuficiente para garantir a segurança efetiva e integrada de nossas fronteiras".
O documento alerta para as centenas de milhares de refugiados que conseguiram entrar ilegalmente no bloco europeu sem serem identificados, registrados e sem passar por verificações de segurança.
A Comissão Europeia adverte que a crise migratória ameaça o futuro do acordo de Schengen, que eliminou os controles nas fronteiras entre os países do bloco europeu, e conclama os líderes europeus a garantir "uma política comum e fortalecida para assegurar as fronteiras externas, com base nos princípios da responsabilidade comum compartilhada".
IFW prevê aumento do desemprego na Alemanha
Também nesta segunda-feira, o jornal alemão Bild sugeriu que, até 2017, o fluxo migratório poderá aumentar em 376 mil o número de pessoas registradas como desempregados na Alemanha.
A reportagem, baseada em dados do instituto econômico IFW, da cidade alemã de Kiel, afirma que apenas 94 mil destes terão a possibilidade de conseguir trabalho em tempo integral.
O IFW prevê que a Alemanha deverá receber um total de 1,1 milhão de refugiados em 2015, e mais um milhão em 2016 e 2017. Destes, em torno de 600 mil poderão chegar à condição de requerente de asilo, o que lhes permitiria permanecer no país.
O jornal afirma que, apesar de 470 mil desse total estarem em idade ativa, a maioria irá enfrentar dificuldades para encontrar trabalho permanente.
RC/dpa/rtr/kna
Como a Alemanha abriga os refugiados
A Alemanha receberá, só neste ano, até 450 mil refugiados. Mas quem espera por um visto precisar viver em locais bem distintos. Veja na galeria de fotos.
Foto: Picture-Alliance/dpa/P. Kneffel
Alojamento preliminar
Quando os refugiados chegam à Alemanha, vão para um alojamento preliminar. Este, em Trier, no estado da Renânia-Palatinado, tem capacidade para receber 850 pessoas que estejam à espera de um visto. Os refugiados precisam ficar por três meses até serem transferidos para outra cidade ou distrito – dependendo do local, as moradias são bem distintas.
Foto: picture-alliance/dpa/H. Tittel
Acampamento improvisado
Como muitos dos alojamentos preliminares estão lotados, outras instalações têm sido utilizadas para abrigar os refugiados. Em Hamm, no estado da Renânia do Norte-Vestfália, 500 pessoas vivem no salão para eventos da prefeitura. Com 2,7 mil m², o local foi divido em "quartos", cada um com 14 leitos.
Foto: picture-alliance/dpa/I. Fassbender
Pernoite na sala de aula
O enorme fluxo de refugiados leva muitas cidades ao limite de capacidade. Aachen, por exemplo, teve, em meados de julho, que abrigar 300 pessoas de uma hora pra outra. Logo, a única maneira de acomodá-los foi colocando camas numa escola da cidade.
Foto: Picture-Alliance/dpa/R. Roeger
Acampamentos provisórios
Nos últimos tempos, o número de campos para refugiados na Alemanha tem crescido vertiginosamente. Com a construção de um acampamento provisório, o alojamento central para refugiados em Halberstadt, na Alta Saxônia, aumentou consideravelmente a capacidade. Agora, no verão, essas tendas temporárias podem ser utilizadas. Até que o inverno comece, outros alojamentos devem ser colocados à disposição.
Foto: Picture-Alliance/dpa/J. Wolf
Vivendo com dificuldades
Atualmente, a cidade de Dresden tem um dos maiores acampamentos para refugiados. Contudo, viver por lá exige paciência dos moradores. Há filas gigantes para os banheiros e nos refeitórios. No total, o local abriga atualmente mil pessoas, de 15 nacionalidades. Nos próximos dias, outros refugiados deverão chegar – até que se chegue à capacidade total de 1.100 pessoas.
Foto: Picture-Alliance/dpa/A. Burgi
Morando em containers
Para que a capacidade de receber os refugiados seja maior, muitas cidades alemãs têm construído containers que servem de moradia. Em Trier, por exemplo, a solução vem sendo utilizada desde 2014. Atualmente, são mais de mil pessoas nessas instalações.
Foto: Picture-Alliance/dpa/H. Tittel
Atentados
A foto mostra o corpo de bombeiros apagando o incêndio causado por um atentado nas instalações de Remchingen, no estado de Baden-Württemberg. Muitas vezes, a oposição de muitos moradores à chegada dos refugiados acaba se transformando em violência. No momento, há ataques quase diários aos alojamentos – principalmente no leste e no sul da Alemanha.
Foto: Picture-Alliance/dpa/SDMG/Dettenmeyer
O envolvimento político
O vice-chanceler alemão, Sigmar Gabriel, conversa com crianças de um campo de refugiados na cidade de Wolgast, no estado de Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental, onde vivem cerca de 300 pessoas. O político exigiu que o governo alemão preste auxílios financeiros aos munícipios atingidos. Porém, Gabriel salientou que receber refugiados não é uma questão de dinheiro, mas, sim, "de decência".
Foto: picture-alliance/dpa/B. Wüstneck
Novas instalações
Para que os refugiados possam ser devidamente abrigados, vários municípios estão construindo novos alojamentos – como em Eckental, perto de Nurembergue, na Baviera. A foto mostra o novo complexo, que terá capacidade para 60 pessoas. Os primeiros moradores devem chegar em janeiro de 2016.
Foto: Picture-Alliance/dpa/D. Karmann
Novos acampamentos provisórios
Até que os novos alojamentos fiquem prontos, serão erguidos vários outras instalações de emergência. Como este, no parque industrial de Munique. Aqui, cerca de 170 membros de organizações humanitárias e do corpo de bombeiros constroem, de madrugada, um acampamento com duas dúzias de barracas e 300 leitos.