Ucrânia tem cerca de 6,5 milhões deslocados internos
18 de março de 2022- Cerca de 6,5 milhões foram deslocados internamente na Ucrânia
- ONU contabiliza mais de 800 civis mortos
- Por telefone, Scholz pede cessar-fogo imediato a Putin
- Ministra alemã diz que não é possível ser neutro em relação à invasão russa
- Lviv, próximo à fronteira com a Polônia, é alvo de bombardeios
- Segundo autoridades locais, 80% das residências de Mariupol já foram atingidas
- Japão e Austrália anunciam sanções contra a Rússia
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17:00 – Ucrânia tem cerca de 6,5 milhões deslocados internos
A agência da ONU sobre migrações afirmou que cerca de 6,5 milhões de pessoas foram obrigadas a se deslocar internamente na Ucrânia, além dos 3,2 milhões de refugiados que deixaram o país desde o início da guerra.
A Organização Internacional para as Migrações indica que, em três semanas, a Ucrânia deverá chegar ao nível de deslocamentos similar da guerra da Síria, quando 13 milhões de pessoas tiveram que deixar suas casas, para outros lugares dentro da Síria ou outros países.
A projeção do órgão também indica que "é estimado que mais de 12 milhões de pessoas estejam presas em áreas isoladas ou impedidas de fugir devido a altos riscos de segurança, destruição de pontes e vias, assim como falta de recursos e informação sobre onde encontrar segurança e acomodação".
15:20 – Xi Jinping diz a Biden que seu país quer o fim da guerra
Os presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden, e da China, Xi Jinping, conversaram por quase duas horas em videoconferência, em meio a preocupações quanto a um possível apoio chinês à invasão russa à Ucrânia.
Segundo o Ministério chinês do Exterior, Xi disse a Biden que seu pais não possui interesses em jogo no conflito, e que "as prioridades estão na continuação do diálogo e das negociações, evitar mortes de civis e uma catástrofe humanitária, além de cessar os combates e terminar a guerra o mais cedo possível".
O líder chinês afirmou que as nações devem "respeitar umas às outras e rejeitar a mentalidade da Guerra Fria", além de "se abster de confrontos entre os blocos". Na declaração, Xi evitou culpar ou criticar a Rússia pelo conflito na Ucrânia.
Antes da conversa entre os líderes, o secretário de estado americano, Antony Blinken, disse que Washington se preocupa com uma possível assistência direta da China à Rússia na guerra na Ucrânia, inclusive com o envio de equipamentos militares, algo que Pequim nega.
Blinken explicou que a intenção de Biden era deixar claro que a China sofrerá consequências caso apoie as agressões russas.
14:10 – Putin aparece em ato ultrapatriótico em Moscou
Em meio à guerra na Ucrânia, o presidente russo, Vladimir Putin, participou de um ato ultrapatriótico e de propaganda política em comemoração aos oito anos da anexação russa da Península da Crimeia.
O principal estádio de futebol de Moscou foi ocupado por dezenas de milhares de pessoas com bandeiras russas, muitas delas portanto em laços e adereços a letra "Z", que se tornou um símbolo de apoio ao Exército russo.
O evento foi uma tentativa das autoridades de reforçar sentimentos de patriotismo no país, em resposta ao enorme revés gerado pela invasão russa à Ucrânia e às pesadas sanções impostas pelo Ocidente.
No palco, no centro do estádio, estava uma faixa com os dizeres "por um mundo sem nazismo", em referência à declaração de Putin sobre a "desnazificação" da Ucrânia, utilizada como pretexto para a invasão e os bombardeios ao país vizinho.
Em seu discurso, Putin disse que Moscou tomou a decisão correta de tirar a Crimeia do "estado de humilhação" que a Península se encontrava sob poder da Ucrânia. Ele disse que seu governo fez melhoras significativas na região, utilizada desde o mês passado para a entrada de tropas russas no território ucraniano.
Em uma de suas raras aparições públicas desde o início da guerra, o líder russo disse que o objetivo agora é "livrar a população [ucraniana] do sofrimento e genocídio". Ele citou passagens bíblicas e disse que os soldados surros travam uma luta "heroica" na Ucrânia.
A polícia de Moscou avaliou que mais de 200 mil pessoas compareceram ao evento, dentro e fora do estádio. (Reuters)
11:13 – ONU contabiliza mais de 800 civis mortos
Segundo balanço divulgado pelo Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), 816 civis já morreram na guerra na Ucrânia desde 24 de fevereiro, data que marca o início da invasão russa no país.
Outras 1.333 pessoas foram feridas. A maioria das vítimas morreu em decorrência de ataques de artilharia e mísseis.
É um número oficial, mas a quantidade real de mortos é provavelmente maior. Apesar de integrantes do Conselho de Direitos Humanos da ONU estarem presentes na Ucrânia, ainda é difícil contabilizar vítimas em algumas regiões, como em Mariupol, cidade que está sitiada e vive uma catástrofe humanitária.
10:55 – Zelenski diz que buscas em teatro bombardeado continuam
O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, disse nesta sexta-feira que o trabalho de regaste continua no teatro que foi bombardeado na cidade de Mariupol, no sul do país.
Diversos moradores locais escondiam-se no porão do teatro quando o local foi atacado por forças russas. Segundo informações preliminares, ao menos 130 pessoas já teriam sido resgatadas com vida.
Zelenski também acusou os russos de impedirem as autoridades ucranianas de estabelecerem corredores humanitários capazes de evacuar mais civis de Mariupol, que está sitiada e vive escassez de alimentos, água, energia e aquecimento. (Reuters)
10:14 – EUA rechaçam ameaças da Rússia sobre possível adesão da Bósnia à Otan
A embaixada americana em Saravejo classificou como "perigosas, irresponsáveis e inaceitáveis" as ameaças feitas pelo embaixador russo na Bósnia e Herzegovina sobre a possibilidade de o país aderir à Otan.
No início desta semana, o embaixador Igor Kalabukhov disse que se a Bósnia "escolhe ser membro de alguma coisa, isso é assunto interno. Mas há outra coisa, que é a nossa reação. Mostramos o que esperamos no exemplo da Ucrânia. Se houver ameaças, vamos reagir", declarou Kalabukhov.
"Continuaremos a apoiar a Bósnia e Herzegovina e as medidas necessárias para garantir seu lugar na comunidade Euro-Atlântica", divulgou a embaixada dos EUA. (DW)
09:38 – Por telefone, Scholz pede cessar-fogo imediato a Putin
Em uma conversa telefônica que durou menos de uma hora nesta sexta-feira, o chanceler federal alemão, Olaf Scholz, pediu ao presidente russo, Vladimir Putin, um cessar-fogo imediato na Ucrânia.
Conforme o porta-voz do governo alemão, Scholz pressionou Putin a buscar uma solução diplomática para o conflito e disse que é preciso melhorar a situação humanitária nas áreas de conflito.
Putin, por outro lado, culpou a Ucrânia por atrasar as negociações de paz.
Em um comunicado, o Kremlin disse que "foi observado que Kiev está tentando atrasar o processo de negociação de todas as formas possíveis, apresentando cada vez mais propostas fora da realidade".
Putin também comunicou a Scholz que a Rússia está fazendo tudo o que é possível para salvar vidas civis. (DW)
09:15 – Ministra do Exterior alemã: "Não há como ser neutro"
A ministra do Exterior da Alemanha, Annalena Baerbock, declarou nesta sexta-feira que é preciso instaurar um compromisso internacional ainda maior pela paz e pela segurança.
Baerbock fez referência principalmente às agressões russas na Ucrânia e enfatizou que nem mesmo a Alemanha, apesar da sua história, pode ser neutra neste tema: "Sobre o que é certo ou errado, em questões de guerra e paz, nenhum país, nem mesmo a Alemanha, pode ficar neutro", afirmou a ministra, ao comentar os novos rumos do país quanto à Estratégia de Segurança Nacional.
"Da culpa da Alemanha pela guerra e pelo genocídio, uma responsabilidade peculiar surge para nós, para mim", disse Baerbock, referindo-se à necessidade de "apoiar aqueles cuja vida, liberdade e direitos estão ameaçados".
A ministra também destacou que a guerra promovida pelo presidente russo, Vladimir Putin, confronta diretamente a política de segurança atual. (ots)
08:18 – Rússia segue banida das Eliminatórias da Copa 2022
A Corte Arbitral do Esporte (CAS), com sede na Suíça, confirmou nesta sexta-feira que a seleção russa não poderá disputar jogos das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2022, que ocorrerá entre novembro e dezembro, no Catar.
A Federação Russa buscava uma revogação provisória da punição imposta pela Fifa. No entanto, com a decisão, a Rússia não poderá enfrentar a Polônia na próxima quinta-feira. Com isso, a seleção polonesa será declarada vencedora da partida.
Mesmo antes da confirmação da suspensão, além da Polônia, Suécia e República Tcheca já haviam declarado que não jogariam contra a Rússia. (DW)
07:20 – Os bebês deixados para trás em meio à guerra
Clínica em Kiev tem 21 bebês de barriga de aluguel à espera dos pais.
07:00 – Segundo autoridades locais, 80% das residências de Mariupol já foram atingidas
De acordo com o conselho municipal de Mariupol, os constantes ataques aéreos já atingiram 80% das residências da cidade, e 30% delas ficaram completamente destruídas. "Uma média de 50 a 100 bombas são lançadas diariamente na cidade. A devastação é enorme", afirmou.
Um dia após o ataque a um teatro, o número de mortos e feridos ainda não está claro. Centenas de ucranianos, incluindo várias crianças, estavam no porão do prédio no momento do bombardeio. Há relatos de que o abrigo subterrâneo resistiu às bombas. Uma deputada ucraniana disse que 130 pessoas já haviam sido resgatadas com vida. Essas informações não puderam ser verificadas de forma independente. (DW)
06:30 – Lviv, próximo à fronteira com a Polônia, é alvo de bombardeios
A Rússia lançou nesta sexta-feira (18/03) uma série de bombardeios contra cidades ucranianas. A capital Kiev foi alvo dos ataques, assim como Lviv, localizada a cerca de 50 quilômetros da fronteira com a Polônia.
Segundo autoridades ucranianas, as forças russas atingiram com mísseis uma fábrica perto do aeroporto de Lviv, no oeste do país. O prefeito da cidade, Andriy Sadovyi, disse o local era usado na manutenção de aeronaves militares e que o ataque danificou uma instalação de reparo de ônibus. A fábrica tinha suspendido operações antes do ataque e não houve vítimas.
O comando da Força Aérea ucraniana disse que as forças russas lançaram seis mísseis com destino a Lviv, a partir do mar Negro, mas que dois dos mísseis foram abatidos. Um guarda contou que ouviu três explosões por volta das 6h. Um morador próximo do local atingido disse que as explosões fizeram com que os prédios balançassem e causaram pânico.
Após o início da invasão russa em 24 de fevereiro, cerca de 200 mil ucranianos se refugiaram em Lviv. A cidade também tem sido alvo de ataques russos, o pior deles matou quase 30 pessoas, num centro de treinamento em seus arredores, no fim de semana.
A região de Kiev também foi alvo de bombardeios nesta sexta-feira. O ataque deixou ao menos um morto e quatro feridos, segundo serviços de emergência. (AP, Lusa)
05:30 – Japão e Austrália anunciam sanções contra a Rússia
O Japão e a Austrália anunciaram novas sanções contra a Rússia nesta sexta-feira. A medida atinge bancos, organizações governamentais e indivíduos.
O governo australiano sancionou o Ministério de Finanças russo e adicionou 11 bancos à lista de sancionados, incluindo o Banco Central do país. Já o Japão congelou os bens de 15 indivíduos e nove organizações. (DW)
05:00 – Rússia acusada de crimes de guerra, no 22º dia da invasão
Uma série de ataques a alvos civis nesta quinta-feira (17/03) resultaram em novas acusações de crimes de guerra cometidos por Moscou, no 22º dia da invasão russa à Ucrânia.
Um ataque de mísseis atribuído a forças russas deixou 21 mortos e 25 feridos na cidade ucraniana de Merefa, na região de Kharkiv, segundo informações de promotores públicos locais. O bombardeio destruiu uma escola e um centro comunitário, na cidade de 21,5 mil habitantes. Entre os feridos, dez estariam em estado grave.
Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia, vem sendo alvo de bombardeios intensos, enquanto as tropas russas não conseguem superar a resistência das forças locais, em sua tentativa de tomar a cidade.
Um ataque a um teatro na cidade portuária de Mariupol – que está sitiada –, usado como refúgio por centenas de civis, gerou uma onda de condenação em todo o mundo. Segundo o governo local, cerca de mil pessoas estariam abrigadas no edifício.
"A única palavra que descreve o que aconteceu hoje é genocídio", afirmou o prefeito de Mariupol, Vadym Boychenko.
Dmytro Kuleba, ministro do Exterior da Ucrânia, classificou o incidente como "mais um crime de guerra horrendo" e disse que era impossível que os russos não soubessem que se tratava de um alvo civil.
Autoridades em Mariupol afirmam que mais de duas mil pessoas morreram durante o cerco à cidade, e que 80% das moradias estão destruídas.
CN, GB