Ultradireita alemã pede fim de sanções contra a Rússia
8 de outubro de 2022
Apoiadores da AfD protestaram em frente ao Parlamento em Berlim contra os altos preços e pedindo que país volte a comprar gás de Moscou. Durante marcha, eles foram confrontados por contramanifestantes.
Em discurso durante o ato, o colíder do partido, Tino Chrupalla, acusou o governo alemão de travar uma guerra contra seu próprio povo ao concordar com as sanções contra a Rússia devido à invasão da Ucrânia .
O protesto ocorre em um momento de aumento dos custos do gás natural e da eletricidade, em grande parte devido à redução e cortes feitos pela Rússia, em meio a tensões entre o Ocidente e Moscou.
Chrupalla pediu o fim das sanções contra a Rússia, acusando o ministro alemão da Economia, Robert Habeck, de declarar "guerra econômica" a Moscou, mas travar guerra contra a população alemã.
Chrupalla também criticou o Partido Verde, uma das três siglas que compõem a coalizão de governo e da qual Habeck faz parte.
"Não precisamos de um teto para os preços do gás. Temos que colocar um teto para os Verdes", disse, referindo-se a uma recente decisão do governo de estabelecer um limite para os preços da energia para proteger consumidores e empresas.
Chrupalla afirmou que "o preço do gás se tornará normal novamente quando comprarmos gás barato da Rússia". Para ele, importar gás dos Estados Unidos e dos Emirados Árabes Unidos, como a Alemanha planeja fazer, é "moralmente suspeito".
Manifestações contra a AfD
Após o protesto do lado de fora do prédio do Parlamento alemão, os manifestantes realizaram uma marcha pela capital alemã.
Contramanifestações ocorreram em vários locais da rota, organizadas por grupos contrários à postura anti-imigração da AfD e à ideologia da ultradireita.
Os organizadores dos contraprotestos dizem que a AfD está instrumentalizando o aumento dos preços de alimentos e energia para promover suas políticas.
Participantes do comício da AfD, que incluiu o lema "Nosso país em primeiro lugar", foram vistos agitando não apenas bandeiras alemãs, mas também bandeiras russas e bandeiras da guerra imperial (Reichskriegsflagge), frequentemente usada como um símbolo de ultradireita.
Segundo estimativas da polícia, a manifestação contou com cerca de oito mil participantes. Apoximandamente dois mil policiais foram mobilizados para a segurança do ato.
le (DPA, AFP, EPD)
Patrimônio cultural da Ucrânia sob ataque
Além de custar vidas humanas, a guerra da Rússia aniquila a rica herança arquitetônica e cultural ucraniana. Nos primeiros seis meses da ofensiva, pelo menos 450 sítios culturais foram danificados ou destruídos.
Foto: Nicola Marfisi/UIG/IMAGO
Biblioteca Regional Juvenil, Chernihiv
Fundada no século 10º, Chernihiv é uma das cidades mais antigas da Ucrânia. Ela foi uma das primeiras atacadas pela Rússia ao invadir o país vizinho em 24 de fevereiro de 2022, e 70% de seus prédios e infraestrutura estão destruídos. A Biblioteca Regional Juvenil do século 19, uma das marcas registradas de Chernihiv, foi destroçada por bombas russas em 11 de março.
Foto: Nicola Marfisi/UIG/IMAGO
Teatro Dramático, Mariupol
Alguns dos combates mais violentos da guerra da Rússia contra a Ucrânia têm se desenrolado na cidade portuária de Mariupol, no Mar Negro. Há mais de 60 anos, adornava seu centro um elegante Teatro Dramático, em cujo porão os moradores iam buscar segurança durante as ofensivas. Porém em 16 de março as forças sob ordens de Vladimir Putin bombardearam o prédio, matando cerca de 600 civis.
Foto: Alexei Alexandrov/AP Photo/picture alliance
Museu de Arte Arkhip Kuindzhi, Mariupol
Em 21 de março, a Rússia lançou uma devastadora ofensiva aérea contra o Museu de Arte Arkhip Kuindzhi de Mariupol, construído em 1902, em estilo art nouveau. Nenhuma das obras desse pintor do século 19 se encontrava no prédio, porém as de Tetyana Yablonska e de outros artistas ucranianos. Não está claro se alguma delas foi recuperada.
Foto: Alexey Kudenko/SNA/IMAGO
Borodyanka
A cidadezinha de Borodyanka, cerca de 50 quilômetros a noroeste de Kiev, era um pacífico local residencial. Após mais de um mês de ocupação russa, contudo, grande parte dela está em ruínas. Casas, playgrounds, jardins, escolas, parques, até monumentos, como este busto do poeta ucraniano Taras Shevchenko, foram danificados ou destruídos.
Em 6 de maio, as tropas russas lançaram um ataque sobre a casa onde morou o poeta e filósofo do século 18 Hryhoriy Skovoroda, num subúrbio de Kharkiv. O prédio transformado em museu em honra de seu legado foi atingido por um míssil, um homem de 35 anos que supervisionava o local ficou ferido. A coleção não sofreu danos, pois já fora transportada para um local seguro.
Foto: Sergey Bobok/AFP/Getty Images
Igreja Pokrovsky, Malyn
Em 6 de março de 2022, os invasores russos lançaram um bombadeio aéreo sobre a praça central de Malyn. As paredes da Igreja Ortodoxa Pokrovsky, construída em meados dos anos 1990, sofreram sérios danos, suas janelas ficaram estilhaçadas.
Foto: Maxym Marusenko/NurPhoto/picture alliance
Izyum
Terceira maior cidade da região de Kharkiv, Izyum foi fundada em 1681 e ficou famosa por suas igrejas e outras construções históricas. Devido a sua localização estratégica, a Rússia tentou capturá-la pouco após o início da invasão. Bombas e mísseis destruíram 80% dos edifícios residenciais de Izyum. Esta escola datando de 1882 ficou seriamente danificada.