1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW
EsporteBrasil

Um ícone chamado Pelé

03:50

This browser does not support the video element.

29 de dezembro de 2022

Edson Arantes do Nascimento alcançou a fama como Pelé, um apelido de que, no início, ele não gostava. De uma infância pobre em Minas Gerais, ele virou um astro ao levar o Brasil ao título da Copa do Mundo de 1958, na Suécia. O "Rei do Futebol" usou a fama também para trabalhar por causas nas quais acreditava, desde a paz mundial até os direitos internacionais da criança e o alívio da pobreza.

Ele foi o maior astro da história do futebol, mas, fora do Brasil, poucos conheciam o nome de batismo: Edson Arantes do Nascimento. Alcançou a fama como Pelé – apelido de que, no início, não gostava.

"Eu briguei na escola com os garotos, porque dizia 'Não, meu nome é Edson', mas eles me chamavam de 'Pelé'. Fui suspenso por dois dias, então todo mundo na escola começou a me chamar de Pelé. Eu odiava naquela época, mas hoje eu amo, porque me deram um nome curto, fácil de pronunciar, e em qualquer língua você consegue lembrar o nome Pelé", afirmou em um entrevista.

Pelé teve uma infância pobre em Três Corações, no sul de Minas Gerais. Aos 15 anos, estreou no Santos. Um ano depois, já era o artilheiro do Campeonato Paulista. 

Pelé se tornou uma estrela mesmo na Copa do Mundo da Suécia, em 1958. Ele marcou seis gols, e o Brasil venceu o torneio. Ele tinha apenas 17 anos e se tornou o mais jovem campeão mundial de todos os tempos.

"O Brasil começou aqui. Antes da Copa do Mundo de 1958, ninguém conhecia o Brasil. Até o nome na bandeira estava errado, e o Zagallo pediu para trocarem na época. Eles não conheciam... Nós fomos para Hindas [base da Seleção em 1958] e ninguém conhecia o Brasil. Então tudo começou aqui", contou.

Pelé se tornou a primeira estrela mundial do futebol. No Brasil ele logo passou a ser chamado de o "Rei". Ganhou mais duas Copas – em 1962 e com a inesquecível seleção de 1970 – e também recebeu o título de "Jogador do Século". Ele emocionou os torcedores com uma técnica única, estilo de jogo elegante e dribles, passes e gols mágicos, marcando incríveis 1.283 gols.

"Ganhei de Deus o dom de jogar futebol. Aí meu pai falava: 'Escuta, se você ganhar o dom de Deus para jogar, se estiver em boa forma, ninguém vai lhe parar'", explicou.

Problemas financeiros e um acordo multimilionário tiraram Pelé de uma semi-aposentadoria para jogar pelo Cosmos, de Nova York, em meados da década de 1970. "Lá eu tive a oportunidade de aprender inglês. E pude dar oportunidade para a minha família, meus filhos e minhas filhas de estudarem inglês. Eu me mudei para os Estados Unidos com esse propósito", lembrou.

Aos 37 anos, Pelé se aposentou do "jogo bonito". Ele se tornou um ícone da publicidade internacionalmente procurado, fundou uma agência de marketing esportivo e atuou em muitos filmes – interpretando, claro, um jogador de futebol.

Ele também fez música e compôs "Esperança", em homenagem aos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016. Pelé também se envolveu na política: ele foi nomeado ministro extraordinário dos Esportes no governo de Fernando Henrique Cardoso. 

Ele usou a fama que obteve para trabalhar por causas nas quais acreditava, desde a paz mundial até os direitos da criança e o combate à pobreza. "Se as crianças tiverem um ensino melhor, nós vamos ter um mundo melhor no futuro. Então as crianças são muito importantes", afirmou.

Nos últimos anos de vida, o Jogador do Século foi internado várias vezes devido a problemas de saúde. Dentro e fora dos gramados, o Rei do Futebol deixa um legado inestimável para o esporte mundial.