Um ano após explosão em Beirute, luta por justiça continua
Diana Hodali
4 de agosto de 2021
Violenta explosão no porto da capital do Líbano matou mais de 200 pessoas, e responsáveis ainda não foram punidos. Casal que perdeu a filha de apenas três anos após a tragédia luta por explicação e pelo futuro do país.
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Paul Naggear e Tracy Awad-Naggear acreditavam que eles e a filha Alexandra, de três anos, estivessem seguros em seu apartamento em Beirute. Isso apesar de esperarem pouco do governo, a economia estar em uma espiral descendente, e a pandemia do coronavírus complicar ainda mais a situação. Quase ninguém acreditava que as coisas pudessem ficar ainda piores.
Mas isso mudou em 4 de agosto de 2020. Um terrível estrondo, uma enorme nuvem de fumaça, uma violenta explosão, que chegou a quebrar o vidro da janela do apartamento dos Naggears perto do porto de Beirute.
Explosões atingem Beirute
01:49
A mãe, Tracy, e a filha, Alexandra, mais conhecida como Lexou, sofreram ferimentos graves. Poucos dias depois, a pequena Alexandra morreu no hospital.
Ela é uma das vítimas mais jovens da violenta explosão no porto de Beirute, há um ano, que matou mais de 200 pessoas. Milhares ficaram feridas, 300 mil perderam suas moradias e os sonhos de uma vida melhor. Um total de 2.750 toneladas de nitrato de amônio, armazenadas sem segurança no porto de Beirute desde 2013, levou a uma das maiores explosões não nucleares da história.
Sem confiança na Justiça
"Como era esperado, não estamos bem", diz Tracy em uma entrevista em vídeo. "Vivemos em um país onde tudo é escuro. Não há justiça. Nada funciona."
Desde a explosão, muitos libaneses viraram as costas ao país, mas os Naggears não puderam e não quiseram sair. Desde o início, estava claro ao casal que não poderia contar com o sistema judicial libanês para esclarecer quem foi responsável pela explosão e pelo armazenamento do nitrato de amônio – e, portanto, pela morte da filha.
"É importante que saibamos a verdade. Sei que isso não trará Lexou de volta, nem diminuirá nossa dor. Mas, mesmo que leve dez anos, eu tenho tempo", diz Tracy. Ela diz que quer ver os responsáveis atrás das grades. "Não quero que outras famílias, filhos, maridos, esposas tenham que passar por algo assim", diz. "Quero recuperar este país que estes criminosos nos tiraram", ressalta, referindo-se aos líderes políticos e outras autoridades. "Eles não só levaram minha filha, mas também meu país, minha casa, minha vida."
Exigência de investigação independente
Junto com outros sobreviventes e familiares, assim como organizações não governamentais nacionais e internacionais, o casal Naggear luta por justiça e por uma investigação da explosão.
Em uma carta ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, a organização Human Rights Watch solicitou "uma comissão de inquérito internacional, independente e imparcial" em nome de todos os envolvidos e afetados.
"Exortamos vocês a apoiar esta iniciativa, introduzindo uma resolução para estabelecer tal missão no Conselho de Direitos Humanos", diz a carta. Para que isso acontecesse, algum país teria de apresentar uma resolução nesse sentido ao Conselho de Direitos Humanos, mas isso ainda não ocorreu.
Elite boicota esclarecimento
A luta do casal Naggear e outros que pedem esclarecimentos nem sempre foi fácil, porque a classe política dominante conseguiu até agora escapar da responsabilidade por seu papel no desastre portuário de 4 de agosto. Isso que na ocasião os políticos haviam anunciado que esclareceriam a responsabilidade pela explosão em cinco dias. Mas, 365 dias depois, nada aconteceu.
Pelo contrário, os políticos tentam evitar o esclarecimento jurídico da explosão. Quando o primeiro juiz, Fadi Sawan, quis convocar políticos de alto escalão, como o ex-primeiro-ministro Hassan Diab, lhe tiraram o cargo. Quando Tarek Bitar foi encarregado como juiz, ao menos houve uma pequena movimentação no caso, diz Tracy Awad-Naggear.
Mas mesmo ele está enfrentando obstáculos. Mais recentemente, o ministro do Interior, Mohamed Fehmi, até se recusou a deixar Abbas Ibrahim, o chefe da Agência de Segurança Geral, ser interrogado por Bitar, relata Diana Menhem, diretora executiva da organização Kulluna Irada, que é financiada por libaneses no país e no exterior. Os membros do Parlamento também tentaram evitar o questionamento de alguns políticos.
Já ficou claro que políticos de alto nível, como o presidente Michel Aoun, estavam cientesdo nitrato de amônio no porto e do perigo que ele representava. Mas a classe política quer se proteger e esconder todas as evidências possíveis em conexão com a explosão, critica Menhem. E ela não é a única: muitos libaneses gostariam de ver um fim à notória impunidade no Líbano, pois mesmo assassinatos políticos também nunca foram resolvidos. Um comitê de parentes das vítimas clama pelo fim da imunidade de alguns políticos.
Enquanto isso, a União Europeia (UE) prepara sanções contra a liderança política do Líbano por causa da crise no país. Medidas punitivas contra pessoas e instituições seriam possíveis, assinala a UE, mas os países do bloco ainda têm que concordar de forma unânime com a lista de sanções.
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Rompimento de relações
Paul Naggear tem uma demanda clara: ele quer que todos os governos rompam as relações diplomáticas com a classe dominante no Líbano. "Desde o momento em que começaram a obstruir a Justiça, eles se tornaram traidores e devem ser tratados como tal", diz ele.
O país passa por uma crise econômica devastadora devido à má administração e corrupção: a moeda perdeu 90% de seu valor, levando à hiperinflação e à escassez de combustível, medicamentos e outros bens essenciais. Eletricidade também é quase inexistente, e o número de infecções por Sars-Cov-2 voltou a aumentar. O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) também soou o alarme: o abastecimento de água pode entrar em colapso em breve devido à falta de combustível e peças de reposição para as bombas.
Além disso, há um ano o Líbano não tem um governo com capacidade de ação. Depois que o ex-primeiro-ministro Saad Hariri não conseguiu formar um governo, Najib Mikati foi recentemente encarregado da tarefa. Mikati não é um desconhecido. Ele já esteve no cargo entre 2011 e 2014: "Este homem estava no cargo quando o nitrato de amônio chegou ao porto de Beirute", acusa Paul Naggear.
Em 2019, foi aberto um processo contra Mikati por acusações de corrupção. Na internet, os comentários desesperados de muitos libaneses se acumulam por causa da nomeação de Mikati: "A classe política simplesmente se recusa a formar um governo completamente independente", diz também Menhem.
Combate à corrupção
O fato de os Naggears não terem deixado o país também lhes trouxe alguns sucessos importantes na luta por justiça. Por exemplo, Paul Naggear, que é engenheiro, venceu a pré-seleção para a secular lista da associação profissional de engenheiros e arquitetos. Esta associação desempenha um papel importante na reconstrução de Beirute.
Embora a associação profissional não possa aprovar leis, a conquista foi importante: "Ela nos dá a oportunidade de deter a corrupção porque todo projeto de infraestrutura em Beirute tem que ser aprovado por nós", afirma Paul Naggear.
A eleição parlamentar planejada para 2022 é essencial, diz Diana Menhem: somente se as forças da oposição obtiverem votos suficientes, poderão trabalhar mais arduamente para esclarecer a explosão.
Enquanto isso, o casal Naggear quer continuar lutando. Até agora, ninguém da elite política lhes mostrou empatia, diz Tracy, embora a atual ministra da Justiça tenha entrado em contato extraoficialmente com o casal duas vezes. "Se eles cooperassem e mostrassem empatia, acabariam atrás das grades."
Solidariedade e orações
Um ano após a tremenda explosão, o casal se sente desconsolado. Junto com outros ativistas, eles convocaram um dia de solidariedade e orações sob o slogan "Pela Justiça, Pela Libertação".
O casal Naggear não pretende sair do Líbano até que obtenham justiça para sua filha e as outras vítimas: "Começamos a luta e vamos continuá-la", assegura Tracy. "Tenho direito à justiça."
O mês de agosto em imagens
Reveja alguns dos principais acontecimentos do mês.
Atlas da Violência aponta aumento do assassinato de indígenas
A taxa de homicídios de indígenas cresceu 22% no Brasil entre 2009 e 2019, enquanto a taxa de assassinatos da população como um todo caiu 20% no mesmo período. O dado inédito consta no Atlas da Violência 2021. O relatório também revelou que os negros têm 2,6 vezes mais chance de serem assassinados. Em 2019, quase 17 mil mortes violentas têm causa desconhecida. (31/08)
Foto: Carl de Souza/AFP
Último avião militar dos EUA deixa Cabul
O último avião militar dos Estados Unidos decolou do aeroporto internacional de Cabul na noite desta segunda-feira, marcando o fim de 20 anos da ocupação americana e de uma gigantesca operação aérea nos últimos dias para retirar milhares de pessoas do Afeganistão. Com isso, o Talibã assume o controle do aeroporto e consolida o seu domínio sobre o país. (30/08)
Foto: Aamir Qureshi/AFP
Aproximação de furacão provoca fuga de moradores na Louisiana
O furacão Ida continuou a se fortalecer rapidamente pelas águas do golfo do México e chegou à categoria 4 (de um máximo de 5) na escala Saffir-Simpson, horas antes de tocar o solo no estado da Louisiana. A tempestade provocou uma fuga de moradores nesta região do sul dos Estados Unidos, que ainda sofre os efeitos da passagem do Katrina em 2005. (29/08)
Foto: Scott Threlkeld/The Times-Picayune/The New Orleans Advocate/AP/dpa/picture alliance
UA realizam ataque no Afeganistão em resposta a atentado
Os Estados Unidos realizaram um ataque com drone contra alvos do "Estado Islâmico" no Afeganistão. A ação foi uma resposta direta ao atentado suicida que deixou dezenas de mortos no aeroporto de Cabul, incluindo 13 militares americanos. Segundo um porta-voz do Comando Central dos EUA, a ação atingiu os alvos: dois arquitetos do atentado. (28/08)
Foto: picture-alliance/dpa/AP Photo/File/Lt. Col.. Leslie Pratt, US Air Force
Despedida emocionante
O criador de ovelhas Ben Jackson não pode comparecer ao funeral de sua tia devido aos bloqueios impostos pela pandemia de covid-19 em Nova Gales do Sul, na Austrália. Para homenageá-la, ele gravou um vídeo de suas ovelhas formando um imenso coração, como uma forma de levar sua carinhosa despedida até o céu (27/08).
Foto: Ben Jackson/AP Photo/picture alliance
Ataques deixam dezenas de mortos no aeroporto de Cabul
Dois ataques reinvindicados pelo grupo terrorista "Estado Islâmico" nas proximidades do aeroporto de Cabul deixaram mais de 70 mortos, entre eles 12 soldados americanos, e dezenas de feridos. O presidente americano, Joe Biden, prometeu caçar os responsáveis pelos ataques. Vários países europeus anunciaram o fim das operações de resgate, devido à deterioração da situação no aeroporto. (26/08)
Foto: Xinhua/imago images
EUA ordenam vacinação imediata e obrigatória de militares
O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, ordenou a vacinação obrigatória e imediata contra a covid-19 para todos os militares do país. Segundo a imprensa americana, mais de 800 mil militares do país ainda não tomaram a vacina, de um total de 2,1 milhões (incluindo membros da Guarda Nacional e da reserva). (25/08)
Foto: Mike Blake/REUTERS
Jogos Paralímpicos começam sob a sombra do coronavírus
Os Jogos Paralímpicos de Tóquio começaram no momento mais agudo da pandemia no país, que enfrenta recordes diários de casos e sobrecarga do sistema de saúde. Situação da covid-19 é muito pior do que nos Jogos Olímpicos de Verão em Tóquio, no mês anterior. Cerca de 4 mil atletas e 12 mil membros de delegações de todo o mundo participam do evento, que ocorre sem a presença de público. (24/08)
Foto: CHARLY TRIBALLEAU/AFP
EUA aprovam registro definitivo da vacina Pfizer-BioNtech
EUA concedem pela 1ª vez o registro definitivo a um imunizante contra a covid-19. A aprovação total da vacina para ser aplicada em maiores de 16 anos deve impulsionar a exigência da vacinação para funcionários de hospitais, universidades e diversas organizações. Espera-se que cada vez mais empresas e governos locais passem a exigir a imunização de seus funcionários. (23/08)
Foto: Douglas R. Clifford/Tampa Bay Times/ZUMA/picture alliance
Afegã dá à luz em avião de resgate após pouso na Alemanha
Uma mãe afegã deu à luz uma menina a bordo de um voo militar americano, logo após o pouso na base aérea de Ramstein, na Alemanha. A informação foi divulgada neste domingo, pela Força Aérea dos EUA. A mulher entrou em trabalho de parto durante a segunda etapa de sua viagem de fuga de Cabul. O comandante do avião baixou de altitude durante o voo para aumentar a pressão do ar na aeronave. (22/08)
Foto: US AIR FORCE/AFP
Desespero cresce no Haiti enquanto ajuda não chega a quem precisa
Uma semana após um terremoto deixar ao menos dois mil mortos, 12 mil feridos e milhares de desabrigados, os haitianos estão ficando mais desesperados diante da demora da chegada de ajuda externa a quem precisa. Em alguns locais, estoques de água e comida estão acabando, e caminhões levando comida e insumos foram saqueados. Pelo menos 130 mil casas foram danificadas, como a da imagem acima. (21/08)
Foto: Tcharly Coutin/Xinhua/picture alliance
Bolsonaro envia ao Senado pedido de impeachment de Alexandre de Moraes
Depois de ser incluído como investigado no inquérito das fake news, presidente pede destituição do ministro, a quem chama de "juiz absolutista". STF sai em defesa de Moraes, repudia atitude de Bolsonaro e diz em nota que pedido contraria o Estado democrático de direito. Presidente do Senado não vê fundamentos para o impeachment. (20/08)
Foto: Getty Images/AFP/A. Anholete
Talibã persegue jornalistas após tomar o poder no Afeganistão
Militantes do Talibã, que tinham como alvo um jornalista da DW, assassinaram um membro de sua família e deixaram outro gravemente ferido. Surgem relatos de mortes e desaparecimentos de profissionais de imprensa no país, após a tomada de poder pelos islamistas. Jornais alemães se unem e pedem ação do governo alemão para acolher jornalistas afegãos que trabalham para a imprensa ocidental. (19/08)
Foto: Rahmat Gul/AP/picture alliance
Papa Francisco diz que vacinação é "ato de amor"
O papa Francisco fez um apelo aos fiéis para que sejam imunizados. "Graças a Deus e ao trabalho de muitos, hoje temos vacinas para nos proteger da covid-19", afirmou o pontífice."[As vacinas] trazem esperança para acabar com a pandemia, mas somente se estiverem disponíveis para todos e se colaborarmos uns com os outros. Ajudar a maioria das pessoas a se vacinarem é um ato de amor." (18/08)
Foto: Stefano Spaziani/picture alliance
Talibã anuncia "anistia geral" no Afeganistão
O Talibã declarou uma anistia geral em todo o Afeganistão e comunicou que mulheres deverão participar da estrutura de governo em conformidade com a sharia (lei islâmica), numa aparente tentativa de demonstrar moderação - pelo menos num estágio inicial. Grupo afirma que não quer vingança, mas muitos afegãos se mostram céticos, considerando histórico de atrocidades. (17/08)
Foto: Rahmat Gul/AP Photo/picture alliance
Aeroporto de Cabul é palco de caos e desespero
Milhares de afegãos se amontoavam no aeroporto de Cabul na esperança de embarcar em qualquer voo para fora do país, no dia seguinte à tomada do poder pelo Talibã. Imagens dramáticas mostravam com civis tentando desesperadamente e embarcar em aviões e escapar da cidade, no dia seguinte ao colapso do governo. (16/08)
Foto: AP Photo/picture alliance
Talibã toma Cabul e volta ao poder
Os talibãs tomaram Cabul neste domingo (15/08), efetivamente estendendo seu controle sobre todo o Afeganistão e dissolvendo o governo do país. O presidente Ashraf Ghani fugiu e a capital foi tomada sem combates significativos. Conhecido por promover uma versão extremamente radical do islã, o Talibã volta ao poder 20 anos depois de ser expulso de Cabul por uma coalizão liderada pelos EUA. (15/08)
Foto: Zabi Karim/AP/picture alliance
Forte terremoto atinge o oeste do Haiti
Um terremoto de magnitude 7,2 atingiu o Haiti. O tremor chegou a gerar um alerta de tsunami e danificou edifícios no oeste do país caribenho. Segundo as autoridades do país, 227 mortes já haviam sido registradas até o fim da tarde. O tremor também foi sentido na República Dominicana, Cuba e Jamaica. (14/08)
Foto: Duples Plymouth/AP Photo/picture alliance
PF prende Roberto Jefferson, aliado de Bolsonaro
A Polícia Federal prendeu o ex-deputado Roberto Jefferson, presidente nacional do PTB e aliado de Jair Bolsonaro, no âmbito do inquérito que apura milícias digitais. A prisão foi autorizada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, que justificou que Jefferson faz parte do "núcleo político" de suposta organização criminosa digital que visa "desestabilizar as instituições republicanas". (13/08)
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
Tarcísio Meira morre de covid-19
O ator Tarcísio Meira morreu, em São Paulo, vítima de covid-19, aos 85 anos. Ele estava internado para tratamento da doença no hospital Albert Einstein, onde havia dado entrada há seis dias, juntamente com sua esposa, a atriz Glória Menezes. Além da carreira no teatro, Tarcísio teve mais de 50 trabalhos na TV, entre telenovelas, minisséries e seriados. (12/08).
Foto: Wikipedia
Memorial do Holocausto em Londres
O coração de Londres abrigará um memorial do Holocausto e um centro educacional em homenagem aos 6 milhões de judeus vítimas da Shoah (termo hebraico usado para o Holocausto). Além disso, todas as outras vítimas do nazismo também serão homenageadas, incluindo membros das etnias nômades sinti e roma, homossexuais e pessoas com deficiências. A inauguração deve ocorrer em 2025. (11/08)
Foto: Adjaye Associates Ron Arad Architects and Gustafson Porter+Bowman
Polêmico desfile de blindados
O presidente Jair Bolsonaro assistiu a um desfile que reuniu dezenas de blindados e outros veículos militares em frente ao Palácio do Planalto. A parada militar foi alvo de críticas de parlamentares por ocorrer no mesmo dia em que a Câmara votaria a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do voto impresso. Alguns deputados e senadores viram o desfile como uma tentativa de intimidação. (10/08)
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Um ano de protestos de mulheres contra o regime em Belarus
Em 9 de agosto de 2020, Alexander Lukashenko se declarava vencedor das eleições em Belarus. Em meio a acusações de fraude eleitoral, o resultado levou a protestos em massa, seguidos de prisões, tortura e intimidação. As mulheres reconheceram sua força e desafiaram Lukashenko, e têm um papel decisivo na resistência contra um regime que não concede às mulheres nenhum lugar na política. (09/08)
Foto: Iryna Arakhouskaya
Jogos de Tóquio encerram celebrando a união
Os Jogos Olímpicos de Tóquio terminaram celebrando a união entre os povos, em uma cerimônia sem público e com a presença de poucos atletas no Estádio Olímpico, devido à pandemia de covid-19. Após 17 dias, a chama olímpica foi apagada. Tóquio 2020 entra para história como uma edição democrática dos Jogos, com o recorde de 93 países conquistando ao menos uma medalha. (08/08)
Foto: Steph Chambers/Getty Images
Talibãs intensificam campanha de ocupação no Afeganistão
Prosseguindo sua campanha para aproveitar o vácuo deixado pela retirada das tropas de paz internacionais do Afeganistão, guerrilheiros do Talibã tomaram a cidade de Sheberghan, no norte do país. Foi a segunda conquista de uma capital provincial em 24 horas, após Zaranj. Com a escalada nos conflitos, o Reino Unido apelou a todos os seus cidadãos para deixarem imediatamente o país. (07/08)
Foto: Mohammad Jan Aria/XinHua/dpa/picture alliance
Brasil bate recorde de medalhas em Jogos
Com uma vitória da seleção feminina de vôlei, o Brasil estabeleceu um novo recorde olímpico de 20 medalhas numa mesma edição dos Jogos. A medalha de prata conquistada na véspera por Pedro Barros no skate havia igualado o recorde de 19 medalhas estabelecido no Rio em 2016. E ainda há chances de ir mais longe. (06/08)
Foto: Lindsey Wasson/REUTERS
Câmara aprova projeto da privatização dos Correios
Por 286 votos a 173, a Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei que abre caminho para a privatização dos Correios. O projeto segue para o Senado. A proposta, encaminhada pelo governo Jair Bolsonaro, quebra o monopólio no serviço postal – a entrega de pacotes já é aberta ao mercado privado –, mas dá à empresa que arrematar os Correios no mínimo 5 anos de exclusividade nesse serviço. (05/08)
Foto: Getty Images/AFP/N. Almeida
"Mulher pode ser o que ela quiser", diz Ana Marcela após ouro
A nadadora Ana Marcela Cunha conquistou a medalha de ouro na prova dos 10 km da maratona aquática dos Jogos Olímpicos de Tóquio nesta quarta-feira, tornando-se a primeira brasileira campeã olímpica de natação. Ao comemorar a vitória, defendeu a igualdade de gênero. "A mulher pode ser o que ela quiser, onde quiser e como quiser", disse. (04/08)
Foto: Clive Rose/Getty Images
"Queremos inspirar outras meninas", diz brasileira após ouro na vela
Martine Grael e Kahena Kunze conquistaram a medalha de ouro na classe 49er FX da vela nos Jogos Olímpicos de Tóquio nesta terça. É o segundo título olímpico da dupla, e Kunze disse esperar inspirar outras meninas a velejar. "A gente tem meninas que já com a nossa última medalha abriram o horizonte, e é isso o que a gente quer. A gente quer inspirar e trazer a vela feminina como um legado." (03/08)
Foto: Bernat Armangue/AP Photo/picture alliance
Incêndios causam mortes e devastação no sul da Europa
A União Europeia enviou ajuda para a Turquia nesta segunda-feira, e voluntários se juntaram a bombeiros na luta contra fortes incêndios que já duram seis dias e mataram oito pessoas no país. Em meio a uma onda de calor que atinge o sul da Europa, com temperaturas acima dos 40 °C, brigadistas também combatem chamas em partes da Grécia, da Itália e da Espanha. (02/08)
Foto: Kaan Soyturk/REUTERS
Salto histórico
A ginasta Rebeca Andrade conquistou a medalha de ouro na disputa do salto da ginástica artística em Tóquio, tornando-se assim a primeira mulher brasileira a levar duas medalhas numa mesma edição dos Jogos Olímpicos. A atleta de 22 anos já havia feito história ao conquistar a primeira medalha olímpica da ginástica artística feminina do Brasil, com a prata na prova individual geral. (01/08)