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Um dos memoriais mais visitados de Berlim

4 de fevereiro de 2019

Em 2018, Topografia do Terror recebeu número recorde de visitantes. Dedicado aos horrores praticados pelo regime nazista, local ganha cada vez mais importância na manutenção da memória.

 O memorial foi construído no terreno que, entre 1933 e 1945, abrigou a sede da Gestapo, considerada a central do horror nazista
O memorial foi construído no terreno que, entre 1933 e 1945, abrigou a sede da GestapoFoto: Imago

Berlim foi palco de expressivos momentos históricos do século 20. Da cidade partiram ordens para as maiores atrocidades cometidas durante esse período. Décadas depois, esse passado permanece presente na capital alemã como uma alerta.

Em Berlim, a história alemã e seus crimes estão expostos confrontando a todos. Não há como negá-los ou ignorá-los. Para alguns, essa herança faz da capital alemã uma cidade pesada e triste. Para mim, essa reflexão constante contribui para a formação de uma sociedade solidária e crítica.

Uma das bases da sociedade alemã, a cultura da memória, mantém esse passado vivo para promover uma reflexão crítica sobre a história e também a busca por um futuro melhor: lembrar é fundamental para evitar a repetição dos horrores cometidos pelo regime nazista.

Entre tantos museus e memoriais da capital, um dos mais visitados na cidade é a Topografia do Terror. Em 2018, o número de visitantes bateu recorde, com 1,38 milhão. O memorial foi construído no terreno que, entre 1933 e 1945, abrigou a sede da Gestapo, considerada a central do horror nazista. A antiga sede da polícia secreta nazista possuía ainda uma prisão. Estima-se que 15 mil opositores do regime tenham sido detidos e torturados neste local.

A Segunda Guerra Mundial levou à destruição da sede da Gestapo. Suas ruínas, posteriormente, foram derrubadas. O terreno e sua história ficaram esquecidos após a construção do Muro de Berlim em suas imediações.

Em 1987, o terreno recebeu a exposição temporária Topografia do Terror, num pavilhão provisório. Diante do sucesso, a exposição foi prolongada por um ano e depois permanentemente. Em 1990, foi aprovada a construção de um centro de documentação e visitação no local.

Além de ser um centro de documentação, a Topografia do Terror também é um museu com exposições permanentes sobre a Gestapo, os crimes nazistas e os horrores praticados neste período.

Moradores e turistas em Berlim deveriam incluir em suas atividades pela cidade, pelo menos, uma visita a esse memorial. Conhecer essa história de atrocidades é fundamental para evitar que esse terrível passado seja relativizado, como alguns populistas de direita tentam frequentemente fazer.

A visita a Topografia do Terror mostra que o regime nazista e Adolf Hitler não foi apenas um "cocô de pássaro em mil anos de uma história alemã de sucesso”, como falou o líder do partido Alternativa para a Alemanha (AfD) Alexander Gauland. É chocante ser confrontado com o tamanho da perversidade humana.

Com a morte das últimas testemunhas e sobreviventes deste período, esses memoriais se tornam cada vez mais importantes para evitar que essa história seja esquecida, mantendo viva a memória destes tempos sombrios.

A Topografia do Terror fica na Niederkirchnerstraße 8, e é aberto diariamente das 10h às 20h. A entrada é livre.

Clarissa Neher trabalha como jornalista freelancer para a DW Brasil e mora desde 2008 na capital alemã. Na coluna Checkpoint Berlim, publicada às segundas-feiras, escreve sobre a cidade que já não é mais tão pobre, mas continua sexy.

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