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Um novo símbolo nas relações teuto-chinesas

rw31 de dezembro de 2002

Após bem-sucedida estréia mundial na China, governo alemão e construtores do trem magnético Transrapid esperam finalmente despertar interesse internacional.

Schröder (dir.) e Rongji satisfeitos com teste do trem-bala alemãoFoto: AP

Enquanto políticos e engenheiros alemães ainda discutem custos e viabilidade para a construção do trem-bala no país, os chineses arregaçaram as mangas e, em pouco menos de dois anos, inauguraram o primeiro trecho comercial no mundo do trem de alta velocidade de tecnologia alemã.

Após a inauguração, nesta terça-feira (31), o primeiro-ministro chinês, Zhu Rongji, manifestou o interesse de ampliar a rede, inicialmente em 180, depois em 300 quilômetros. Não passam de intenções, manifestadas ao chanceler federal alemão, Gerhard Schröder, mas aquecem as esperanças alemãs de que finalmente o Transrapid e sua tecnologia de ponta deslanchem no mercado internacional.

A viagem de Schröder à China nesta época do ano, especialmente para participar dos oito minutos de viagem inaugural (trecho de 30 quilômetros entre o aeroporto e o centro financeiro de Xangai) ao lado dos líderes políticos chineses, revela o prestígio do trem-bala junto ao governo alemão. Afinal, ele subsidiou a obra com 100 milhões de euros.

Projetos nos EUA e Holanda

Um projeto que finalmente torna-se realidade, se bem que do outro lado do planeta, já que em casa não passou do protótipo. Ambos os chefes de governo salientaram que o trem é o novo símbolo nas relações teuto-chinesas. Espera-se que sirva de impulso para os projetos de trem-bala que estão sendo analisados nos Estados Unidos e na Holanda.

A condição imposta pelos chineses para negociar um contrato de ampliação com a Siemens e a ThyssenKrupp é que as empresas alemãs responsáveis pelo Transrapid façam mais concessões na transferência de tecnologia.

Primeira linha comercial do trem magnético no mundo liga o aeroporto de Xangai ao centro financeiro da metrópole chinesaFoto: AP

Para a construção do atual traçado em Xangai, os engenheiros chineses já haviam recebido direitos de licença dos alemães. Os trilhos foram otimizados e as modificações patenteadas. O objetivo agora são os vagões e o sistema de propulsão.

"A tecnologia de propulsão é sagrada, apenas nós dominamos o know how da tração magnética, silenciosa e sem rodas, por isso estamos confiantes que conseguiremos convencer nossos clientes de que a transferência de tecnologia tem limites", garante o porta-voz da ThyssenKrupp, Alfred Wewers. Para as empresas alemãs, a obra significou 760 milhões de euros.

China tem trem próprio patenteado

A China está pesquisando a tecnologia do trem magnético há mais de dez anos e inclusive já patenteou um veículo próprio. Este, entretanto, é mais viável para uso turístico em regiões urbanas, pois não atinge os 450 quilômetros por hora, como o Transrapid.

As lideranças políticas chinesas e o responsável pelo projeto em Xangai, Wu Wenqi, pressionam os alemães para que implantem o trem-bala em casa. Há planos neste sentido para as regiões metropolitanas de Munique e Düsseldorf. Só assim, estaria garantido o futuro do projeto e o aperfeiçoamento desta tecnologia. O problema é o financiamento.

O êxito da viagem inaugural do Transrapid na China aumenta as expectativas de encomendas de outros países. Afinal, os maiores concorrentes no mercado de trens de alta velocidade são o TGV francês e o Shinkansen japonês.

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