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Fotografia

Soraia Vilela24 de fevereiro de 2008

O fotógrafo capixaba Orlando da Rosa Farya radiografou a capital alemã em visitas anuais entre 1999 e 2006. As imagens captadas por suas lentes estão expostas numa galeria de Berlim.

Metrô de Berlim pelas lentes de Orlando da Rosa FaryaFoto: Orlando da Rosa Farya

Antes de conhecer bem a cidade, Orlando da Rosa Farya mantinha com Berlim uma relação de estranhamento e talvez até de distância. Aos poucos, em visitas que se repetiram anualmente, ele passou não apenas a compreender melhor o espaço urbano tão específico daquela Berlim em transformação, mas também a fazer pequenas descobertas, que o olhar viciado dos moradores costuma ignorar.

Tucholsky Strasse, 1999Foto: Orlando da Rosa Farya

Se as reproduções "antigas" de Farya foram resultado de uma lenta aproximação com a cidade, as recentes já demonstram maior intimidade com o espaço fotografado. "Em 1999, a cidade era um enorme canteiro de obras. Este espírito de construção transpirava otimismo, força e vitalidade. Até então, Berlim era o lugar menos americanizado que eu conhecera. Era um espaço cultural muito mais independente do que observo hoje, menos globalizado", observa o artista em entrevista à DW-WORLD.

Os sinais das mudanças pelas quais Berlim passou após a transferência do governo para a cidade e os nichos que ainda restam na paisagem urbana são alguns dos aspectos pontuados pela mostra de 25 obras de Farya, inaugurada no sábado (23/02), na galeria berlinense Weisser Elefant.

Fotos das fotos das fotos

O espaço de exposições abrigou, há um ano, obras do fotógrafo durante a Copa do Mundo em Berlim. As reproduções em grande formato foram colocadas propositalmente na parede externa que dá acesso ao prédio da galeria. E lá permaneceram desde então, tendo se tornado parte integrante do cenário local.

Rastro urbano, Berlim MitteFoto: Orlando da Rosa Farya

"Quando voltei em janeiro do ano seguinte [2007], vi que as fotos continuavam expostas. Foi quando doei todas à galeria, para que ficassem ali. Pude observar que o local se tornou um point para visitantes e turistas, que posam diante das fotos para outras fotos. Os funcionários da galeria me disseram que isso acontece diariamente. Estou aproveitando minha estadia agora para registrar tal movimento", conta Farya.

Diversidade

Longe do glamour turístico ou da publicidade midiática, as imagens do artista brasileiro registram cenas em que os protagonistas são os anônimos habitantes da metrópole.

Mauer Park, verão de 2006Foto: Orlando da Rosa Farya

Se nas imagens iniciais de 1999 as lentes de Farya se voltavam para "a própria configuração da cidade, com muitos terrenos baldios, ruas escuras, prédios precários e muitos jovens", como relata o artista, as obras posteriores continuam registrando "a diversidade de tipos e etnias que circulam pelas ruas".

Um olhar sobre Berlim: distante daquele romântico dos "anjos" que uma dia pairaram sobre a cidade, mas fiel à atmosfera tão peculiar que a capital alemã, apesar das mudanças dos últimos anos, ainda consegue manter.

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