Quase todos os países do mundo estão representados na população de Berlim. Entre os 3,6 milhões de habitantes que vivem na capital alemã há cidadãos de 193 nações.
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Ao caminhar pelas ruas de Berlim é possível ouvir as mais variadas línguas e vivenciar uma grande diversidade cultural. O cosmopolitismo da capital alemã é incontestável, e dados divulgados na semana passada pelo Departamento de Estatística local apenas comprovam essa impressão: na capital alemã vivem cidadãos de 193 nações.
Neste mundo que escolheu Berlim para viver, a maioria dos habitantes, em disparada na liderança absoluta neste ranking, com 82,4%, é alemão. O grupo que ficou em segundo lugar foi o de turcos, que, com pouco mais de 85,5 mil cidadãos na cidade, embora pareçam bem numerosos, não passam de 2,4% da população total. Em seguida vem os poloneses, com 1,4%.
Na cidade há mais de 5,5 mil brasileiros. Entre as nações que ficam na lanterna desta lista estão as insulares Comores e Fiji, além do Vaticano, cada um destes com três representantes em Berlim.
Os dados mostraram ainda que, em 2017, Berlim cresceu 1,1% e, atualmente, possui 3.613.495 de habitantes. No ano passado, a capital alemã ganhou 38,7 mil novos moradores em relação a 2017. Mais de 178 mil pessoas se mudaram para Berlim, enquanto 144 mil deixaram a capital alemã.
O grupo populacional que mais cresceu na cidade foi o dos estrangeiros, com um aumento de 6,6%. Já entre os alemães houve uma queda, muitos estão deixando a capital para morar na região metropolitana, de fácil acesso com o transporte público e com grande área verde. Além disso, o aluguel costuma ser mais barato em zonas mais afastadas.
Em 2017, Berlim registrou também a primeira queda na taxa de natalidade da cidade desde 2011. No ano passado, 40.163 mil bebês nasceram na capital alemã, 924 a menos do que no ano anterior.
Apesar de a primeira impressão ser de que Berlim está crescendo em ritmo acelerado, os dados revelaram que o ritmo de aumento populacional está menor do que o estimado por especialistas.
Toda essa variedade populacional se reflete na riqueza cultural da cidade, que tem festas tradicionais de vários países, como a festa junina brasileira, recebe artistas do mundo todo e, em seus restaurantes, é possível fazer uma viagem pelo melhor das culinárias típicas de diversas regiões do mundo.
Clarissa Neher trabalha como jornalista freelancer para a DW Brasil e mora desde 2008 na capital alemã. Na coluna Checkpoint Berlim, publicada às segundas-feiras, escreve sobre a cidade que já não é mais tão pobre, mas continua sexy.
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A derrota da Alemanha na Segunda Guerra Mundial resultou na divisão do país, ratificada com o Muro de Berlim. Veja algumas estações do símbolo da divisão.
Foto: DW/M. Fürstenau
160 km de história
Durante 28 anos, até 1989, o Muro dividiu Berlim em Ocidental e Oriental. Hoje, há cada vez menos resquícios da divisão. A Rota do Muro de Berlim tem 160 quilômetros, que podem ser seguidos a pé ou de bicicleta.Testemunhos daquele tempo e muita informação contam a história do Muro.
Memorial do Muro
O passeio pode ser iniciado em qualquer ponto da rota. Uma sugestão é começar no Memorial do Muro de Berlim, seguindo por 1,4 km a rua Bernauer Strasse, ao longo da qual ficava o Muro. Ela mostra a arquitetura assassina da antiga fronteira e lembra as pessoas que perderam a vida tentando fugir de Berlim Oriental.
Foto: picture-alliance/dpa/M. Gambarini
Pedras redesenham percurso do Muro
Uma fileira dupla de quase seis quilômetros de paralelepípedos ajuda a imaginar onde passava o Muro. Mas qual era o lado ocidental? De trecho em trecho, há uma placa em bronze com a informação: "Muro de Berlim 1961-1989". Isso só pode ser lido por quem está no antigo lado ocidental.
Foto: DW/E. Grenier
De símbolo da divisão a marco da unidade
Seguindo em direção ao centro, chega-se aos prédios do governo federal, ao longo do rio Spree, e à praça Pariser Platz, onde fica o Portão de Brandemburgo, que havia sido isolado pelo Muro. Ele não podia ser acessado nem por Berlim Ocidental, nem pela Oriental. De símbolo da divisão, ele virou símbolo da unidade, após a queda do Muro.
Foto: picture-alliance/dpa
Checkpoint Charlie
A mais famosa das antigas passagens entre os dois lados da Berlim dividida é Checkpoint Charlie. No local, não há mais nada de original, até o ponto de controle é uma réplica do ano 2000, cercada por lojas de souvenirs baratos. Mesmo assim, o local está sempre cheio de turistas. O auge da comercialização da História são homens vestidos de soldados alemães-orientais que cobram para posar em fotos.
Foto: picture-alliance/dpa/Maurizio Gambarini
As torres de vigilância
Do lado alemão-oriental, havia mais de 300 torres de vigilância. Ali, com as mãos no gatilho, os soldados da então Alemanha Oriental vigiavam a faixa de fronteira 24 horas por dia. Apenas três dessas torres ainda existem e todas estão protegidas como patrimônio histórico. Esta da foto fica quase escondida numa rua lateral à praça Potsdamer Platz.
Foto: picture alliance/dpa/W. Steinberg
East Side Gallery, arte ao ar livre
A rota também passa pelo trecho mais longo do Muro ainda de pé. O lado ocidental do símbolo da divisão alemã sempre foi conhecido pelos seus grafites coloridos. Já o lado oriental era cinza. Artistas internacionais mudaram isso em 1990. Eles pintaram um trecho dele de 1,3 km no bairro Berlin-Friedrichshain, criando assim a mais longa galeria de arte ao ar livre.
Foto: Reuters/F. Bensch
Trocas de espiões na ponte de Glienicke
A maior parte da rota do Muro se estende por 110 km ao longo da fronteira do perímetro urbano de Berlim. Um ponto de destaque neste trajeto é a ponte de Glienicke, palco de espetaculares trocas de espiões durante a Guerra Fria e cenário de filmes como "Ponte dos Espiões", de Steven Spielberg, com Tom Hanks.
Foto: picture-alliance/dpa/R. Hirschberger
Museu na torre de fronteira
Trechos da rota margeiam rios, atravessam bosques e campos. O meio ambiente em volta de Berlim testemunhou muitas tentativas arriscadas de fuga. O Muro dividiu famílias e vilarejos, como Hennigsdorf, a 20 km de Berlim. Um museu na torre de fronteira conta como era a vida com o Muro.
Foto: DW/M. Fürstenau
Cerejeiras, presente japonês
Milhares de cerejeiras colorem trajetos da Rota do Muro. Elas foram doadas por japoneses, para representar a alegria pela Reunificação. A cada primavera, elas transformam estas áreas em um mar cor-de-rosa. Como embaixo da ponte Bösebrücke, no bairro Pankow. Ela foi o primeiro posto de fronteira a abrir na noite da queda do Muro, em 9 de novembro de 1989.