As Nações Unidas (ONU), a União Européia (UE) e a Organização da Conferência Islâmica apelaram conjuntamente a muçulmanos do mundo todo que mantenham a calma. A medida é mais uma tentativa da comunidade internacional de conter os violentos protestos em diversos países de crença islâmica gerados pela publicação de caricaturas do profeta Maomé em jornais europeus.

O comunicado oficial foi divulgado nesta terça-feira (07/02) pelo secretário-geral da ONU, Kofi Annan, o encarregado de Política Exterior e Segurança da União Européia, Javier Solana, e o secretário-geral da Conferência Islâmica, Ekmeleddin Ihasanoglu. "Acreditamos que a liberdade de imprensa implica responsabilidade e discrição, e deveria respeitar as crenças e os dogmas de todas as religiões", admitiram.

No entanto, os líderes das três organizações internacionais lembraram que "os recentes atos de violência ultrapassam os limites do protesto pacífico" e condenaram "veementemente os ataques deploráveis a missões diplomáticas em Damasco, Beirute ou onde quer que seja". Segundo eles, "a agressão contra a vida e a propriedade só vem a danificar a imagem de um Islã pacífico".

Comunidade alemã condena violência

Na quarta-feira (08/02), dezesseis entidades representantes da comunidade muçulmana alemã condenaram a radicalização dos protestos contra a publicação das caricaturas.

Em uma declaração conjunta redigida durante um encontro em Colônia, elas caracterizaram de "macabra" a competição de caricaturas sobre o Holocausto anunciada por um jornal iraniano, ao mesmo tempo em que pedem mais respeito ao lidar com o Islã.