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Vinicultura

5 de julho de 2007

Em um esforço para reduzir a produção de vinhos ordinários e tornar a produção vinícola européia mais competitiva, a Comissão Européia decidiu cortar subsídios e reduzir a área de vinhedos em 200 mil hectares.

A comissária de Agricultura da UE quer tornar vinho europeu mais competitivoFoto: AP

Através de um ambicioso plano de cinco anos, apresentado pela comissária de Agricultura da Europa, a dinamarquesa Mariann Fischer Boel, na quarta-feira (04/7) em Bruxelas, a Comissão Européia pretende reduzir a produção de vinho do continente, numa tentativa de tornar o ramo internacionalmente mais competitivo.

Segundo a planejada reforma, sobretudo vinícolas produtoras de vinhos ordinários receberão volumosa ajuda financeira para abandonarem seus vinhedos. A reforma tem, como objetivo principal, a redução da área de plantio vinícola do continente em 200 mil hectares. Além disso, a destilação do excedente de produção de vinhos para a produção de álcool industrial não deverá mais ser subvencionada.

Fischer Boel pretende distribuir de outra forma o 1,3 bilhão de euros previsto para o setor. O plano, que ainda tem que ser aprovado pelos Estados-membros e pelo Parlamento Europeu, vem provocando sérios protestos das associações de vinicultores alemães que temem que este seja o fim das pequenas empresas de vinicultura.

"O melhor vinho do mundo"

Apesar de ser a maior produtora, consumidora, exportadora e importadora mundial de vinhos, a União Européia (UE) tem perdido, nos últimos anos, parcelas do mercado para produtores de vinhos mais baratos, como a Austrália, o Chile e os Estados Unidos. As reformas da comissária Fischer Boel pretendem preservar a fama do vinho europeu de ser "o melhor vinho do mundo".

Grande maioria dos vinhos alemães são de qualidadeFoto: AP

No momento, um em cada sete litros de vinho produzido na Europa é transformado em combustível ou produto de limpeza, ou seja, os 15% não vendidos da produção são transformados em álcool industrial (etanol).

Fischer Boel quer acabar com o subsídio de quase meio bilhão de euros, o que afetaria, sobretudo, países do sul da Europa, como a Espanha.

"Nós desperdiçamos, atualmente, muito dinheiro para nos livrarmos do excesso de produção, em vez de investirmos na melhoria da nossa competitividade e na propaganda do nosso vinho", afirmou Fischer Boel. Com o dinheiro economizado, a comissária quer iniciar uma grande campanha publicitária de estímulo à exportação.

Extinção de 200 mil hectares de área de plantio

Além disso, através de prêmios pagos aos vinicultores, a comissária quer levá-los a desistir, voluntariamente, de seus vinhedos. No primeiro ano, o prêmio por hectare abandonado deverá ser de 7.174 euros, nos quatro anos seguintes, ele cairá para até 2.938 euros. O objetivo é a extinção de 200 mil hectares de área de plantio vinícola.

Uma outra medida prevista é a unificação das etiquetas nas garrafas de vinho produzidas na UE. Futuramente, não haverá mais diferenciação entre o vinho de qualidade e o vinho barato ordinário. Enquanto o vinho ordinário poderá fazer propaganda através do tipo de uva e do ano da safra, o vinho de qualidade será reconhecido pela proteção de sua marca de origem.

Reagrupamento das verbas da EU

Associação teme pelas pequenas empresas de viniculturaFoto: picture-alliance/ dpa

Na Alemanha, existem 35 mil vinícolas com cerca de 125 mil empregados. Os vinicultores alemães criticam, principalmente, as sugestões de diluição dos rígidos critérios dos vinhos de qualidade.

Segundo a Associação Alemã de Vinicultura, haveria um excedente de produção somente de vinhos ordinários, mas não de vinhos de qualidade, como é o caso da Alemanha, onde os vinhos de qualidade correspondem a mais de 95% da produção.

A associação pede um reagrupamento das verbas da UE a favor dos vinicultores alemães e a manutenção das regras nacionais de etiquetagem. Com uma produção de 9 milhões de hectolitros, a Alemanha foi, no ano passado, o quarto maior produtor europeu de vinhos, atrás da França (53 milhões de hectolitros), da Itália (47 milhões) e Espanha (38 milhões). (ca)

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