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Após o golpe

15 de setembro de 2009

União Europeia aumenta pressão sobre governo interino de Honduras e ameaça com mais sanções caso não seja encontrada em breve saída para a crise política no país centro-americano.

Manifestação em Honduras a favor do presidente depostoFoto: AP

Os ministros das Relações Exteriores da União Europeia (UE) anunciaram em encontro em Bruxelas nesta terça-feira (15/09) que irão reduzir os contatos políticos com os responsáveis pelo golpe de Estado em Honduras até que a crise no país seja resolvida de forma pacífica. Segundo os ministros, a medida atinge todos os políticos hondurenhos que impedirem uma solução negociada.

Em julho último, a Comissão Europeia havia decidido suspender a ajuda concedida a título de apoio ao desenvolvimento do país centro-americano. As sanções deverão continuar em vigor, anunciaram os ministros europeus do Exterior. Eles destacam também que o governo golpista e o presidente deposto devem retornar à mesa de negociações.

Plano de mediação costarriquenho

Em declaração, a União Europeia denunciou violações dos direitos humanos e repressão do governo golpista a manifestações pacíficas. Ao mesmo tempo, sugeriu ao governo interino de Roberto Micheletti que aceite o plano de mediação do presidente da Costa Rica, Oscar Arias.

Arias (à direita) com Zelaya: mediaçãoFoto: AP

O Nobel da Paz de 1987 convidou os seis candidatos à presidência hondurenha para uma reunião em San José. Seu plano prevê a composição de um governo de conciliação nacional, com o retorno do presidente deposto Manuel Zelaya ao cargo, mas com poder restrito. Em contrapartida, Zelaya teria que desistir de mudar a Constituição e de se reeleger. O governo de transição chefiado por Roberto Micheletti rejeita o retorno de Zelaya.

A comunidade internacional vê em Zelaya o presidente legítimo do país centro-americano e não pretende reconhecer os resultados das eleições presidenciais e parlamentares marcadas pelo governo interino para o próximo dia 29 de novembro.

Honduras fica de fora em conferência dos direitos humanos

O conflito em Honduras provocou atrasos na abertura da conferência do Conselho de Direitos Humanos da ONU em Genebra nesta terça-feira. O presidente do conselho, o belga Alex van Meeuwen, solicitou ao embaixador hondurenho, José Delmer Urbizo, que deixasse o auditório.

Como justificativa, o diplomata belga disse que o enviado de Honduras representa os interesses dos golpistas, não sendo o representante credenciado do governo deposto.

RW/dpa/epd/reuters
Revisão: Augusto Valente

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