Sanções contra regime líbio
25 de fevereiro de 2011Depois de vários dias de divergências, os países da União Europeia chegaram nesta sexta-feira (25/02) a um acordo sobre sanções contra o regime líbio. O pacote de medidas incluirá restrições a viagens à Europa, congelamento de contas bancárias e proibição da exportação de armas e munição, segundo fontes da União Europeia e do Ministério alemão do Exterior.
Segundo fontes diplomáticas, as divergências políticas entre os países-membros foram resolvidas, e uma decisão formal será tomada no início da próxima semana. Os detalhes estão sendo agora definidos. As medidas necessitam da aprovação de todos os 27 países-membros para entrar em vigor.
"Submetemos propostas concretas de sanções", afirmou o ministro alemão do Exterior, Guido Westerwelle. "Trata-se de um embargo para o comércio de armas, um embargo para o comércio de produtos que podem ser usados na repressão, o congelamento de patrimônio e a proibição de visto para a família no poder."
Também os Estados Unidos decidiram que vão adotar sanções "unilaterais e multilaterais" contra a Líbia, comunicou nesta sexta-feira o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney. Ele não quis adiantar detalhes e disse que as medidas estão sendo finalizadas.
Decisão demorada
A União Europeia demorou para se decidir pela adoção de sanções, apesar da pressão da Alemanha e da França. Principalmente a Itália apresentava restrições, por temer uma onda de refugiados vindos do país árabe em caso de queda do regime do ditador Muammar Kadafi. A violência da repressão do regime contra os manifestantes líbios, porém, falou mais alto.
Também o Conselho de Segurança das Nações Unidas se reúne nesta sexta-feira em Nova York para decidir sobre a adoção de sanções contra os mandatários da Líbia. Alemanha, França e Reino Unido se posicionam a favor de sanções imediatas.
O Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas adotou resolução recomendando que a Líbia seja suspensa do órgão, além de lançar uma investigação independente sobre possíveis crimes contra a humanidade cometidos pelo regime Kadafi. A suspensão da Líbia foi decidida numa reunião de emergência em Genebra.
Paralelamente à reunião, todos os diplomatas da Líbia em Genebra anunciaram publicamente a intenção de deixar seus cargos, distanciando-se do regime de Kadafi e aderindo à revolução.
A União Europeia decidiu liberar 3 milhões de euros de ajuda imediata aos que buscaram abrigo em países vizinhos, como a Tunísia e o Egito, fugindo da violência na Líbia. Com o dinheiro deverão ser comprados medicamentos, produtos alimentícios, colchões, cobertores e material de higiene.
AS/dpa/rtr/afp/dapd
Revisão: Augusto Valente