União Europeia revê regras para exportação de vacinas
24 de março de 2021
Bloco anuncia proposta para barrar o envio de imunizantes a países que fabricam mas não exportam, como o Reino Unido. Medida visa garantir estoques internos em meio a vacinação lenta. Brasil não deve ser prejudicado.
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A União Europeia propôs nesta quarta-feira (24/03) endurecer as regras referentes às exportações de vacinas contra a covid-19, de modo a garantir o abastecimento às campanhas de vacinação dos países do bloco, em meio a um crescimento dos números da doença no continente.
A nova diretriz estabelece o direito ao bloqueio de carregamentos de imunizantes para países como o Reino Unido, com índices de vacinação mais altos, ou que fabricam vacinas mas não as exportam.
A medida deve acirrar as tensões entre Bruxelas e Londres, que acusou o bloco europeu de "nacionalismo de vacina". O comissário europeu do Comércio, Valdis Dombrovskis, porém, afirmou que o mecanismo de autorização de exportações não está voltado de modo específico para nenhum país.
A Comissão Europeia, que supervisiona a política de comércio dos 27 Estados-membros da UE, delineou a proposta para expandir as medidas atuais que visam assegurar que as exportações planejadas pelos fabricantes dos imunizantes não representem ameaças ao já reduzido estoque de vacinas da Europa.
Os chefes de governo e de Estado dos 27 países debaterão a proposta em uma cúpula marcada para esta quinta-feira.
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Brasil não deve ser afetado
A concessão de licenças de exportação se dará com base na reciprocidade e proporcionalidade, que leva em conta a situação da pandemia, os recursos econômicos e os índices de vacinação do país que deverá receber as vacinas.
Assim, além do Reino Unido, o esquema deverá afetar outras 17 nações, incluindo Noruega, Suíça e também Israel.
O Brasil, apesar de ser um produtor de vacina e estar na lista de 33 países que importam da UE, não deverá ser atingido pela mudança, devido ao critério de proporcionalidade.
A comissária de Saúde da União Europeia, Stella Kyriakides, afirmou que a pandemia em muitos países europeus atinge níveis alarmantes, com aumento de casos em 19 Estados-membros e alta de mortes em outros oito.
Enquanto Alemanha, França e Itália apoiam as restrições às exportações, outros países, como Holanda, Bélgica e Irlanda, defendem agir com cautela para não agravar a situação com o Reino Unido.
A UE já exportou 43 milhões de doses de vacinas para 33 países desse o final de janeiro, incluindo 10,9 milhões para o Reino Unido. Em torno de 380 pedidos de exportação foram recebidos, mas, até o momento, apenas um foi bloqueado.
Os países do bloco vacinaram em torno de 10% de suas populações adultas, dados bastante modestos se comparados aos do Reino Unido, onde mais da metade dos adultos recebeu ao menos uma dose do imunizante.
rc/ek (Reuters, AP)
Doenças prevenidas com vacinas
Vacinas protegem o corpo, criando resistência contra doenças. As vacinas são feitas com substâncias e microrganismos inativados ou atenuados que, quando introduzidos no organismo, estimulam a reação do sistema imune.
Foto: picture-alliance/imagebroker
Catapora
Também chamada de varicela, é uma doença infecciosa altamente contagiosa, causada pelo vírus Varicela-Zoster. Os principais sintomas são manchas vermelhas e bolhas no corpo, acompanhadas de muita coceira, mal-estar, dor de cabeça e febre. As bolhas costumam surgir primeiro no rosto, tronco e couro cabeludo e, depois, se espalham. Em alguns dias, elas começam a secar e cicatrizam.
Foto: Dan Race/Fotolia
Sarampo
É uma doença infecciosa grave, que pode ser fatal, causada por um vírus do gênero Morbilivirus, transmitida através de secreção oral ou nasal. É tão contagiosa que uma pessoa infectada pode transmitir a doença para 90% das pessoas próximas que não estejam imunes. Os principais sintomas são: manchas avermelhadas na pele, febre, tosse, mal-estar, conjuntivite, coriza, otite, pneumonia e encefalite.
Foto: picture-alliance/dpa/KEYSTONE/U. Flueeler
Hepatite B
Um dos cinco tipos de hepatite existentes no Brasil, a B é causado por um vírus. A falta de sintomas na fase inicial dificulta o diagnóstico. Muitas vezes, é detectada décadas após a infecção, por sintomas como tontura, enjoo, vômito, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados. Hepatite B não tem cura, mas o tratamento pode reduzir o risco de complicações, como cirrose e câncer hepático.
Foto: picture-alliance/dpa
Caxumba
É uma infecção viral aguda e contagiosa, que na maioria das vezes afeta as glândulas parótidas, que produzem a saliva, ou as submandibulares e sublinguais, próximas ao ouvido. É causada por um vírus e transmitida através de gotículas de saliva. O sintoma mais característico é o aumento das glândulas salivares. O agravamento da doença pode levar à surdez ou esterilidade.
Foto: Imago Images
Rubéola
É uma doença viral aguda, altamente contagiosa. A forma congênita, transmitida da mãe para o filho durante a gestação, é a mais grave porque pode provocar, por exemplo, surdez e problemas visuais no bebê. A transmissão acontece por meio de secreções expelidas ao tossir, respirar ou falar. Os principais sintomas são dor de cabeça e no corpo, ínguas, febre e manchas avermelhadas.
Foto: picture-alliance/dpa/J.P. Müller
Difteria
É uma doença transmissível causada pela bactéria Corynebacterium diphtheriae, que atinge as amígdalas, faringe, laringe, nariz e, ocasionalmente, outras partes do corpo, como pele e mucosas. A transmissão ocorre por meio da tosse, espirro ou por lesões na pele. Entre os principais sintomas estão: membrana grossa e acinzentada cobrindo as amígdalas, gânglios inchados e dificuldade para respirar.
Foto: picture-alliance/OKAPIA KG/G. Gaugler
Tétano
Ao contrário da maioria das doenças evitadas com vacina, o tétano não é contagioso. É causado por uma toxina produzida pela bactéria Clostridium tetani, que, sob a forma de esporos, é encontrada em fezes, na terra, em plantas e em objetos e pode contaminar pessoas por meio de lesões na pele, como feridas, cortes ou mordidas de animais. Um dos sintomas é a rigidez muscular em todo o corpo.
Foto: Imago Images
Tuberculose
É uma doença infecciosa causada pelo Mycobacterium tuberculosis, também chamado bacilo de Koch. Afeta principalmente os pulmões, mas pode acometer outros órgãos e sistemas. Tem como principais sintomas tosse por mais de duas semanas, produção de catarro, febre, sudorese, cansaço e dor no peito. A transmissão ocorre pela respiração, por espirros e pela tosse.
Foto: picture-alliance/BSIP/NIAID
Febre Amarela
É uma doença infecciosa febril aguda, causada por um vírus transmitido por mosquitos vetores. Não há transmissão direta de pessoa para pessoa. Os principais sintomas são início súbito de febre, calafrios, dor de cabeça intensa, dores no corpo, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza. No ciclo silvestre, os vetores são mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes e, no ciclo urbano, é o Aedes aegypti.
Foto: R. Richter
Coqueluche
É uma infecção respiratória causada pela bactéria Bordetella pertussis. Se não for tratada, pode levar à morte de bebês menores de seis meses. A transmissão ocorre, principalmente, pelo contato direto com gotículas eliminadas por tosse, espirro ou fala. No começo, os sintomas são parecidos com os de um resfriado, mas podem evoluir para tosse severa e descontrolada, comprometendo a respiração.
Foto: Imago Images/blickwinkel/McPhoto
Poliomielite
Também chamada de pólio ou paralisia infantil, é uma doença contagiosa aguda causada pelo poliovírus, que pode infectar crianças e adultos por meio do contato direto com fezes ou com secreções eliminadas pela boca das pessoas doentes. Nos casos graves, acontecem paralisias musculares irreversíveis. Devido à intensa vacinação, com a famosa "gotinha", no Brasil não há circulação do vírus desde 1990.