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Perigos do cigarro

17 de novembro de 2011

Maior parte dos incêndios domésticos acontece por descuidos de fumantes. Na intenção de salvar vidas, a União Europeia impõe dispositivo de segurança, impedindo que os cigarros queimem quando o consumidor para de tragar.

Cigarro se apaga sozinho se não for tragadoFoto: Fotolia/Anyka

A partir desta quinta-feira (17/11) começa a valer uma nova lei para os fabricantes de cigarros na União Europeia: somente poderão ser vendidos produtos "com potencial reduzido de incêndio". Eles se extinguem sozinhos depois de um tempo sem terem sido tragados – por exemplo, quando são esquecidos ou jogados fora pelo consumidor sem apagar devidamente.

Na Europa, pelo menos três pessoas morrem por dia em acidentes desencadeados por cigarros, que são a causa de 30 mil incêndios domésticos por ano, matando pelo menos mil pessoas e ferindo outras 4 mil.

Em reação a esses dados, a União Europeia decidiu seguir o exemplo dos Estados Unidos e da Finlândia, onde os dispositivos de segurança já são obrigatórios. Em dois locais, o papel do cigarro é reforçado, formando uma espécie de anel. Caso o usuário passe um tempo sem tragar, a brasa para de arder, pois na região dos anéis a passagem de oxigênio é reduzida. A norma não vale para os charutos.

Com a nova medida de segurança, a União Europeia espera salvar pelo menos 500 vidas humanas por ano. Depois que a Finlândia introduziu a técnica, em 2010, o número de incêndios causados pelo cigarro caiu em 43%.

Segurança não é completa

Porém não há jamais garantia absoluta de segurança, pois o cigarro continua sendo "uma fonte de incêndios", alerta Peter Königsfeld, porta-voz da Federação da Indústria do Fumo da Alemanha (DZV). Além disso, "as normas da UE determinam que, em 75% dos casos, os cigarros devem se apagar em um desses dois pontos". Isso significa que, teoricamente, um quarto continua ardendo.

Nova lei não vale para charutosFoto: AP

Os fabricantes europeus tiveram três anos para se adaptar à norma. Na Alemanha, os novos cigarros já circulam desde meados do ano. Provavelmente alguns dos 19 milhões de adultos fumantes do país até já consumiu um "cigarro anti-incêndio" sem nem notar, já que, segundo os fabricantes, a técnica não influencia no sabor. Porém: "Alguns consumidores já telefonaram espantados por seu cigarro se apagar", relata Königsfeld. Geralmente trata-se justamente daqueles que gostam de deixar o objeto de vez em quando de lado, enquanto fumam.

Entretanto, mil mortes em incêndios ainda é um número modesto, se comparado ao meio milhão de europeus que morrem, anualmente, devido aos efeitos do fumo. Em 2012 a União Europeia pretende discutir a impressão de fotos intimidadoras nas embalagens dos cigarros – por exemplo, de um pulmão comprometido –, anunciou John Dalli, comissário europeu de Saúde. Essa tentativa para diminuir o consumo do cigarro é posta em prática no Brasil desde 2008.

BR/dpa/rtr
Revisão: Augusto Valente

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