1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW
PolíticaBelarus

União Europeia vai impor novas sanções contra Belarus

15 de novembro de 2021

Ministros da UE concordam em ampliar punições contra regime Lukashenko em resposta a "instrumentalização de seres humanos para fins políticos". Governo belarusso é acusado de usar migrantes para pressionar o bloco.

Soldado visto através de uma cerca de arame farpado
Soldado polonês na fronteira com BelarusFoto: Viktor Tolochko/Sputnik/picture alliance/dpa

Em meio à crise na fronteira de Belarus com a Polônia, ministros do Exterior do bloco entraram em acordo nesta segunda-feira (15/11) sobre os tipos de sanções que o bloco deve impor a autoridades belarussas.

"O [Conselho Europeu] alterou hoje o seu regime de sanções tendo em conta a situação na fronteira da UE com Belarus, de modo a poder responder à instrumentalização dos seres humanos levada a cabo pelo regime de Belarus para fins políticos", disse um comunicado da UE.

O bloco acusa o regime do presidente Alexander Lukashenko de transportar migrantes, a maioria deles do Oriente Médio, para a fronteira entre Belarus e Polônia, onde eles tentam entrar no território da UE.

Ao atrair pessoas para a fronteira, Lukashenko estaria tentando orquestrar uma onda migratória como forma de pressão à UE, em retaliação a sanções já impostas pelo bloco a seu regime.

As novas medidas punitivas da UE incluirão companhias aéreas e agentes de viagens supostamente envolvidos no impasse na fronteiras de Belarus com os Estados membros da UE Polônia, Letônia e Lituânia.

A sede da UE disse que o bloco "agora será capaz de atingir indivíduos e entidades que organizam ou contribuem para atividades do regime de Lukashenko que facilitam a travessia ilegal nas fronteiras externas da UE".

Belarus e UE: briga de forças que custa vidas

01:54

This browser does not support the video element.

Os afetados pelas sanções serão nomeados nos próximos dias, os quais, segundo a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, serão decisivos.

Iraque organiza repatriação

O governo do Iraque disse também nesta segunda-feira que começará a organizar o primeiro voo de repatriação para cidadãos que desejam deixar Belarus.

O porta-voz do Ministério do Exterior iraquiano, Ahmed al-Sahaf, disse à mídia local que o primeiro voo seria marcado para quinta-feira. "O Iraque fará um primeiro voo para aqueles que desejam retornar voluntariamente no dia 18", disse ele à televisão iraquiana.

A Iraqi Airlines suspendeu sua rota entre Bagdá e Minsk em agosto. No entanto, agora foi autorizada a operar voos de ida de Minsk para Bagdá em resposta aos que ficaram presos na fronteira, de acordo com um porta-voz da companhia aérea.

Afegãos na lista de passageiros proibidos

No domingo, a companhia aérea estatal de Belarus anunciou que impediria os cidadãos de Iraque, Síria e Iêmen de embarcar em voos saindo de Dubai para Minsk. O Afeganistão também foi adicionado à lista de países cujos passageiros serão impedidos de embarcar pela companhia aérea Belavia Airlines.

Em um comunicado em seu site, a Belavia Airlines afirmou: "De acordo com a decisão das autoridades competentes dos Emirados Árabes Unidos, observe que a partir de 14/11/2021 cidadãos de Afeganistão, Iraque, Iêmen, Síria não serão aceitos para embarque em voos de Dubai para Minsk. Nesse sentido, a Belavia está reforçando a verificação de documentos durante o check-in dos voos de Dubai."

A companhia aérea também negou facilitar o "transporte de migrantes ilegais para Belarus".

Na sexta-feira, a autoridade de aviação da Turquia anunciou que não permitirá que viajantes do Iraque, Síria ou Iêmen viajem em voos para Belarus a partir de seus aeroportos.

A decisão foi saudada pela liderança da UE. "Obrigado às autoridades turcas", disse na sexta-feira Charles Michel, o presidente do Conselho Europeu.

A mídia local em Belarus informou que o presidente do país, Alexander Lukashenko, disse que as autoridades estão tentando convencer os migrantes a voltar para casa.

"Um trabalho ativo está em andamento nesta área, para convencer as pessoas a, por favor, voltarem para casa. Mas ninguém quer voltar", disse Lukashenko à agência de notícias estatal Belta. Ele também teria dito que os migrantes poderiam ser transportados de Minsk para Munique por sua transportadora nacional, se a Polônia não quer criar um "corredor humanitário".

Condições difíceis na fronteira

Enquanto os líderes europeus tentam cortar as rotas de viagem, milhares de migrantes presos entre Polônia e Belarus enfrentam condições dramáticas na fronteira. Eles têm comida, água ou suprimentos médicos limitados e especialmente durante as noites enfrentam temperaturas cada vez menores.

Apesar da crise humanitária em sua fronteira, a Polônia não cede. A correspondente do DW Barbara Wesel disse que a liderança da Polônia parece estar evitando lidar com a crise humanitária em sua fronteira.

"Eles não comentam sobre a situação humanitária na fronteira, eles mais ou menos estão negando. Aprovaram na semana passada no parlamento um decreto que torna o retorno de migrantes diretamente na fronteira, os chamados pushbacks, legais de acordo com a lei polonesa, então é isso que eles tentam fazer", disse Wesel.

Capacitados pela lei polonesa, os guardas de fronteira continuam a devolver grupos de migrantes que tentam entrar no país após retê-los perto da fronteira com a ajuda de câmeras infravermelhas.

"Pessoas que eles pegam nas regiões de fronteira que conseguiram cruzar a fronteira são empurradas de volta para o território da Belarus, então esse jogo de vai e volta continua - com terríveis consequências", acrescentou Wesel.

md/lf (Reuters, AP, AFP, DPA)

Pular a seção Mais sobre este assunto