Unicef destaca foto de garoto togolês com próteses
20 de dezembro de 2018
Imagem de fotógrafo espanhol expõe sofrimento de crianças com deficiências, especialmente na África Ocidental, onde são vítimas de discriminação. Crise dos rohingya e conflito israelo-palestino também são tematizados.
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Pessoas com deficiência são expostas a mitos e discriminações em partes da África Ocidental – especialmente crianças com deficiência mental ou física sofrem humilhações. Essa situação é retratada pela imagem agraciada com o prêmio de Foto do Ano do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) de 2018.
A imagem vencedora mostra um menino do Togo com próteses nas pernas e foi tirada pelo fotógrafo espanhol Antonio Aragón Renuncio. Em algumas regiões do Togo ainda é prática que crianças com deficiências sejam mal-tratadas ou até mesmo rejeitadas por suas famílias, segundo o Unicef.
Na cidade togolesa de Bombouaka, porém, funciona o Centro Saint Louis Orione, batizado com o nome do franciscano italiano falecido em 1940 e que começou em 1908 a ajudar órfãos no país.
Atualmente vivem cerca de 70 crianças órfãs no Centro Saint Louis Orione, onde elas recebem tratamento médico, podem brincar e não são tratadas como seres inferiores. Uma dessas crianças é justamente o menino retratado por Renuncio.
Há mais de 93 milhões de crianças com deficiências de moderadas a graves em todo o mundo. As principais causas de deficiências nos países em desenvolvimento incluem desnutrição, obstetrícia inadequada e falta de vacinação, por exemplo, contra a pólio. "Para que essas crianças também consigam contar suas histórias, elas precisam ser vistas", afirmou o Unicef.
Em segundo lugar ficou o retrato de um bebê da minoria rohingya que representa as milhares de crianças apátridas, nascidas em fuga, sem uma certidão de nascimento. A imagem do fotógrafo Turjoy Chowdhury mostra um bebê de 18 dias, ainda sem nome – seus pais fugiram de Myanmar e buscaram refúgio em Bangladesh.
Pessoas sem certidão de nascimento e nacionalidades encontram barreiras aos acessos à educação, seguridade social, direito de votar ou à abertura de uma conta bancária. O trabalho infantil, o recrutamento como soldados mirins e condenações sob direto penal adulto são alguns dos perigos para os jovens que não conseguem comprovar sua idade.
A fotografia de Chowdhury faz parte de uma série de retratos tirados num acampamento de refugiados em Cox's Bazar, no sul de Bangladesh.
Completa a lista a imagem tirada pela fotógrafa israelense Rina Castelnuovo, que mostra um menino palestino com uma doença autoimune acompanhado de seu avô e de um ativista israelense. A doença autoimune de Mohammed, nascido na Faixa de Gaza em 2009 e filho de um ativista do Hamas, não tinha como ser tratada em Gaza.
Com isso, sua mãe decidiu entregar o menino, na época com 3 meses de vida, aos cuidados de médicos em Israel. Apenas seu avô Abu Naim foi autorizado a acompanhá-lo – a mãe pode visitá-lo raramente. Uma infecção no corpo do garoto obrigou os médicos a amputar seus antebraços e pernas. Um destino trágico que tem como pano de fundo o conflito entre israelenses e palestinos.
Na foto, Mohammed está entre seu avô e Bumba Inbar, um ativista israelense pela paz cujo filho morreu como soldado no Líbano. Mohammed tem três irmãos e um pai, que quer que seu filho retorne do "país inimigo".
PV/epd/dpa
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Em muitos países os direitos mais fundamentais das crianças não são respeitados e elas estão sujeitas à pobreza, ao trabalho infantil, à prostituição, ao tráfico de pessoas e à escravidão.
Foto: Mustafiz Mamun
Cotidiano de trabalho infantil
Como este menino, mais de 4,5 milhões de crianças precisam trabalhar em Bangladesh – muitas vezes em empregos perigosos e recebendo baixos salários. A separação de lixo ou de trapos é muitas vezes vista como um trabalho razoavelmente bom.
Foto: Mustafiz Mamun
Trabalhar em vez de brincar
Enquanto milhões de crianças frequentam a escola e têm tempo para brincar, outras, como esta menina em Bangladesh, podem apenas sonhar com isso. Em vez de brincar, ela tem que carregar pedras todos os dias, sofrendo com todas as consequências negativas para sua saúde e seu desenvolvimento.
Foto: Mustafiz Mamun
Trabalhar, comemorar – ou lutar?
O objetivo do Dia Mundial da Criança é conscientizar o público sobre questões como a proteção e direitos das crianças. Alguns países lembram a data em 1º de junho, e a Alemanha, em 20 de setembro. Já a ONU celebra em 20 de novembro, o dia que, no ano de 1989, a Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos das Crianças foi adotada.
Foto: Mustafiz Mamun
Sob a ameaça de uma máquina
Nem mesmo no Dia Mundial da Criança há tempo para jogos e brincadeiras: esta criança de 11 anos opera uma máquina numa fábrica de telas contra mosquitos no sul da Índia. Muitas vezes, em tais fábricas, as medidas de segurança são insuficientes, gerando riscos consideráveis para a integridades física e também para a vida.
Foto: picture-alliance/imageBROKER
Comovente
Anil, de 27 anos e que trabalhava em canais de drenagem, morreu após um acidente em Déli, deixando um filho. O repórter Shiv Sunny publicou a foto do menino, de 11 anos, chorando junto ao corpo do pai. A imagem levou muitos a lágrimas e doações, que chegaram ao equivalente a 37.500 euros.
Foto: Twitter/Shiv Sunny
Crianças-soldados
O recrutamento de crianças-soldados é considerado uma das formas mais brutais de exploração de menores de idade. Este jovem combatente da milícia somali Al Shabaab mostra que teve ferimentos em uma das mãos. Não melhor do que ele estão outras milhares de crianças que têm que trabalhar como prostitutas, traficantes de drogas ou escravas.
Foto: Getty Images/AFP/M. Dahir
Muros e fronteiras
Mas não apenas o trabalho infantil é um problema: o então presidente dos EUA, Donald Trump, mostrou mais uma vez sua insensibilidade ao mandar separar crianças de pais que cruzassem a fronteira dos EUA ilegalmente. Foi necessário um clamor internacional para que ele mudasse de ideia.
Foto: Reuters/J. Luis Gonzalez
Em busca de um recomeço
Longe dos pais, dois jovens buscam um recomeço na Alemanha. Eles preparam suas refeições na cozinha de um lar para refugiados no mosteiro Lehnin, no estado de Brandemburgo. Os refugiados menores de idade, em especial os desacompanhados, dependem de ajuda para recomeçar suas vidas.
Foto: picture alliance/dpa/B. Settnik
Depósito de lixo? Não, moradia
Este menino vive e trabalha num aterro de lixo localizado nas proximidades do rio Bhagmati, em Kathmandu, capital do Nepal. Sem qualquer proteção, ele procura por objetos que possam ser úteis.
Foto: picture-alliance/imageBROKER
Índios "chineses"
Estes jovens chineses celebram o Dia Mundial da Criança num jardim de infância em Yiyuan. "Crianças precisam de espaços livres", que é o lema do Dia Mundial da Criança de 2018, parece ter sido ao menos parcialmente implantado aqui.
Foto: picture-alliance/dpa/Xinhua/Z. Dongshan
"Eu tenho um sonho!"
Esta menina em Bangladesh mostra um desenho que fez para o Dia Internacional da Criança: nele, jovens brincam despreocupadas num dia de sol.
Foto: p-cture alliance/Pacific Press/M. Hasan
Liberdade limitada
Três meninas paquistanesas se divertem num passeio de carruagem, uma brincadeira que muitas crianças, sejam ricas ou pobres, também gostariam de fazer. Mas será que elas terão essa liberdade por muito mais tempo numa sociedade patriarcal?