Unicef pede US$ 9 milhões para combate ao zika na América
3 de fevereiro de 2016
Órgão da ONU quer limitar a propagação do vírus e atenuar o impacto do vírus sobre recém-nascidos. "Há preocupação suficiente para justificar uma ação imediata", afirma.
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O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) lançou um apelo para arrecadar cerca de 9 milhões de dólares para o financiamento de programas de combate ao zika. O objetivo é limitar a propagação do vírus e atenuar seu impacto sobre os recém-nascidos e suas famílias.
"Sendo o vírus zika uma emergência de saúde que afeta mais de 20 países da América Latina e do Caribe, o Unicef está trabalhando com os governos para mobilizar as comunidades a se protegerem da infecção", diz a nota divulgada pelo órgão nesta terça-feira (02/02).
No início da semana, a Organização Mundial da Saúde declarou emergência sanitária mundial por conta do surto de microcefalia no Brasil, mas deixou claro que ainda não há evidências conclusivas da relação entre a malformação e o zika.
De qualquer forma, o Unicef afirmou que "há preocupação suficiente para justificar uma ação imediata" a respeito do vírus. "Precisamos agir rápido para oferecer às mulheres e gestantes a informação necessária para proteger a si e seus bebês", disse Heather Papowitz, assessora para emergências de saúde do Unicef.
"Precisamos engajar as comunidades no combate ao mosquito que carrega e transmite o vírus", acrescentou a especialista, referindo-se ao Aedes aegypti, também transmissor da dengue. O órgão da ONU disse estar trabalhando em parceria com o governo brasileiro para instruir os cidadãos sobre como evitar picadas e eliminar criadouros.
O comunicado lista uma série de simples medidas que podem ajudar a manter as pessoas a salvo do mosquito, como usar repelentes apropriados, vestir roupas compridas e claras, eliminar os locais de procriação dos insetos e colocar telas nas janelas e portas.
Por fim, o Unicef afirmou que, apesar de um número elevado de casos de microcefalia ter sido relatado apenas no Brasil, o órgão decidiu ampliar seu apoio a outros países da América Latina e Caribe, utilizando uma rede de escritórios que atendem 35 países da região.
Casos crescem no Brasil
O Ministério da Saúde divulgou que o número de casos confirmados de microcefalia no país subiu 49,6% em uma semana, passando de 270 para 404. Desses, ao menos 17 estariam relacionados ao zika. Já o número de casos suspeitos cresceu de 4.180 para 4.783 no mesmo período.
Nesta quarta-feira, a presidente Dilma Rousseff fará um pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão para pedir que a população ajude no combate ao mosquito.
EK/abr/ap/dpa
Os 10 vírus mais perigosos do mundo
Embora a covid-19 seja muito contagiosa, sua taxa de mortalidade é relativamente baixa em comparação com esses dez vírus.
Foto: picture-alliance/dpa
Vírus de Marburg
O vírus mais perigoso do mundo é o Marburg. Ele leva o nome de uma pequena cidade alemã às margens do rio Lahn, onde o vírus foi documentado pela primeira vez. O Marburg provoca febre hemorrágica e, assim como o ebola, causa convulsões e sangramentos das mucosas, da pele e dos órgãos. A taxa de mortalidade do vírus chega a 88%.
Foto: Bernhard-Nocht-Institut
Ebola
O vírus do ebola foi descoberto em 1976 na República Democrática do Congo por uma equipe de pesquisadores belgas. A doença foi batizada com o nome do rio que passa pelo vilarejo onde ela foi identificada pela primeira vez. Ele pode ocorrer em cinco cepas distintas, denominadas de acordo com países e regiões na África: Zaire, Sudão, Bundibugyo, Reston, Floresta de Tai. A cepa Zaire é a mais fatal.
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Hantavírus
O hantavírus descreve uma ampla variedade de vírus. Assim como o ebola, ele também leva o nome de um rio – neste caso, onde soldados americanos foram os primeiros a se infectarem com a doença durante a Guerra da Coreia, em 1950. Os sinais são doenças pulmonares, febre e insuficiência renal.
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Gripe aviária
Com uma taxa de mortalidade de 70%, o agente causador da gripe aviária espalhou medo durante meses. Mas o risco real de alguém se infectar com o vírus H5NI é muito baixo. Os seres humanos podem ser contaminados somente através do contato muito próximo com as aves. Por esse motivo, a maioria dos casos ocorre na Ásia, onde pessoas e galinhas às vezes vivem juntas em espaço pequeno.
Foto: AP
Febre de Lassa
Uma enfermeira na Nigéria foi a primeira pessoa a se infectar com o vírus Lassa. A doença é transmitida aos humanos através do contato com excrementos de roedores. A febre de Lassa ocorre de forma endêmica na África Ocidental, como é o caso, atualmente, mais uma vez na Nigéria. Pesquisadores acreditam que 15% dos roedores dali sejam portadores do vírus.
Foto: picture-alliance/dpa
Junin
O vírus Junin é associado à febre hemorrágica argentina. As pessoas infectadas apresentam inflamações nos tecidos, hemorragia e sépsis, uma inflamação geral do organismo. O problema é que os sintomas parecem ser tão comuns que a doença raramente é detectada ou identificada à primeira vista.
Crimeia-Congo
O vírus da febre hemorrágica Crimeia-Congo é transmitido por carrapatos. Ele é semelhante ao ebola e ao Marburg na forma como se desenvolve. Durante os primeiros dias de infecção, os doentes apresentam sangramentos na face, na boca e na faringe.
Foto: picture-alliance/dpa
Machupo
O vírus Machupo está associado à febre hemorrágica boliviana. A infecção causa febre alta, acompanhada de fortes sangramentos. Ele desenvolve-se de maneira semelhante ao vírus Junin. O Machupo pode ser transmitido de humano para humano, e é encontrado com frequência em roedores.
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Doença da floresta de Kyasanur
Cientistas descobriram o vírus da floresta de Kyasanur na costa sudoeste da Índia em 1955. Ele é transmitido por carrapatos, mas supõe-se que ratos, aves e suínos também possam ser hospedeiros. As pessoas infectadas apresentam febre alta, fortes dores de cabeça e musculares, que podem causar hemorragias.
Dengue
A dengue é uma ameaça constante. Transmitida pelo mosquito aedes aegypti, a doença afeta entre 50 e 100 milhões de pessoas por ano em todo o mundo. O vírus representa um problema para os dois bilhões de habitantes que vivem nas áreas ameaçadas, como Tailândia, Índia e Brasil.