Centro de excelência
21 de dezembro de 2006Com cerca de 300 mil habitantes, Karlsruhe pertence ao rol das cidades projetadas com régua e esquadro. São 32 ruas que partem radialmente de uma praça central, onde está localizado o Castelo de Karlsruhe, erguido em 1715.
Não poderia existir local mais adequado que uma cidade planejada para o nascimento da primeira Escola Politécnica da Alemanha, fundada em 1825 sob os moldes da Escola Politécnica de Paris.
A tradição tecnológica levou a antiga Escola Politécnica, hoje conhecida como Universidade de Karlsruhe, a ser agracidada como uma das universidades de elite da Alemanha pela Sociedade Alemã de Pesquisa (DFG) e pelo Conselho da Ciência (Wissenschaftsrat).
História de grandes nomes
Desde sua fundação, grandes nomes já passaram pela universidade que também é conhecida como Universidade Fredericiana – uma homenagem ao grão-duque de Baden, Frederico 1°, que a elevou aos status de universidade em 1865.
Entre os estudantes que por ali passaram, está nada menos que Carl Benz, natural de Karlsruhe, que obteve em 29 de janeiro de 1886 a primeira patente para um automóvel movido a gasolina.
Heinrich Rudolf Hertz, hamburguês pioneiro na produção de ondas eletromagnéticas, cuja unidade de freqüência recebe hoje seu nome, foi professor da Politécnica de Karlsruhe a partir de 1885.
Com 11 faculdades nas áreas de Ciências Exatas, Tecnologia, Ciências Humanas e Naturais, a Universidade de Karlsruhe está atualmente entre as cinco principais universidades alemãs para o estudo da Informática, Engenharia Mecânica, Eletrotécnica e Engenharia Econômica, como provam diversos rankings universitários realizados recentemente.
Verba adicional pode passar dos cem milhões de euros
No concurso Iniciativa pela Excelência, organizado pelo governo federal alemão, concorrem universidades públicas na disputa por verbas. Quem quiser pertencer às chamadas universidades de elite, tem que apresentar um Projeto Futuro que justifique a classificação da universidade como centro de excelência.
As escolhidas como universidades de elite receberão verbas adicionais de mais de cem milhões de euros até 2011 para a ampliação de suas pesquisas de ponta. Ao todo, o projeto Iniciativa pela Excelência dispõe de recursos da ordem de 1,9 bilhão de euros para o desenvolvimento de universidades de elite, tornando-as internacionalmente competitivas.
Parceria levou à excelência
Através do contrato assinado em abril de 2006 com o Centro de Pesquisas da cidade, a Universidade de Karlsruhe conseguiu garantir seu futuro dentro das universidades de excelência com a formação do Instituto de Tecnologia de Karlsruhe (KIT).
A Universidade já trabalhava com o antigo centro de pesquisas nucleares desde os anos de 1950. O programa da universidade e o do Centro de Pesquisas de Karlsruhe se entrecruzam e se completam: pesquisas climatológicas, energéticas e de materiais; supercomputadores e Física de Astropartículas.
O principal sucesso da cooperação é o Centro de Nanoestruturas Funcionais da universidade, agraciado pela Iniciativa pela Excelência. Segundo o reitor da Universidade de Karlsruhe, Horst Hippler, a fusão completa deverá acontecer em dois ou três anos.
Nanobiologia, Ótica e Fotônica
Segundo o reitor, seria a primeira vez na Alemanha que um grande centro de pesquisas se aliaria a uma universidade, tornando-se assim internacionalmente conhecido e angariando recursos comparáveis aos das grandes universidades de pesquisas norte-americanas.
A Universidade de Karlsruhe possui um orçamento de cerca de 600 milhões de euros anuais. No ano passado, um terço desta verba foi proveniente de financiamentos externos, um fato que também vem ao encontro do projeto do Instituto de Tecnologia de Karlsruhe, que prevê uma maior cooperação com a indústria.
A meta, segundo Hippler, é chegar a um bilhão de dólares em cinco anos. "Assim seremos competitivos", afirma o reitor. Hippler informa que as verbas adicionais como universidade de elite serão aplicadas em campos com futuro, como a Nanobiologia, a Ótica e a Fotônica.