Ursinho de goma: a guloseima preferida dos alemães
Karina Gomes
20 de abril de 2018
As famosas "Gummibärchen" dominam o mercado de doces na Alemanha e são populares em todo o mundo. Até mesmo Albert Einstein era fã das balas coloridas, que começaram a ser produzidas em 1920.
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A produção artesanal de balas que começou com um saco de açúcar, uma placa de mármore, um fogão de tijolos e uma chaleira de cobre deu origem a uma das maiores empresas de doces do mundo. A responsável pelos famosos ursinhos de goma alemães (Gummibärchen) é a Haribo, líder no mercado europeu e a queridinha do país.
Com o lema Haribo macht Kinder froh und Erwachsene ebenso – "Haribo faz as crianças felizes e os adultos também” – os ursinhos de goma são a guloseima mais popular da Alemanha. Os ursinhos com sabores de frutas são produzidos hoje em dez países.
O fundador, Hans Riegel, registrou a marca Haribo em 1920. O nome é a junção das iniciais do criador e da cidade de Bonn, no oeste alemão, onde a empresa foi primeiramente instalada. Hoje, a principal loja da marca, no centro da cidade, traz toda a variedade de balas de goma e um mural com a história dos doces de sucesso mundial.
Na antiga capital da Alemanha Ocidental, a corrida para colher castanhas no outono é frenética. Desde 1936, a Haribo faz todos os anos uma campanha de troca das castanhas por Gummibärchen.
Em dois dias de outubro, centenas de famílias fazem filas em frente à fábrica para fazer a troca. As pessoas arrastam sacos enormes ou carrinhos com caixotes cheios de castanhas colhidas nas ruas. Dez quilos de castanha (Kastanie) ou cinco quilos de bolota, o fruto do carvalho (Eichel), as preferidas dos esquilos, valem um pacote de um quilo de balinhas de goma.
Os ursinhos de goma alemães eram um dos doces preferidos do imperador alemão Guilherme 2º, do escritor Erich Kästner e do cientista Albert Einstein. Atualmente, a empresa produz 100 milhões de Gummibärchen por dia.
Em 2017, a Haribo foi acusada num documentário exibido pela emissora alemã ARD de usar cera de carnaúba produzida sob condições ilegais no Nordeste brasileiro. A cera é utilizada para dar brilho às balas de goma e evitar que elas grudem entre si. Após auditoria, a empresa alegou que as denúncias de condições de trabalho análogas à escravidão é "monstruosamente exagerada".
Na coluna Alemanices, publicada às sextas-feiras, Karina Gomes escreve crônicas sobre os hábitos alemães, com os quais ainda tenta se acostumar. A repórter da DW Brasil e DW África tem prêmios jornalísticos na área de sustentabilidade e é mestre em Direitos Humanos.
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Dez sobremesas populares na Alemanha
O que comem os alemães para adoçar a vida? Do tradicional apfelstrudel ao creme bávaro, conheça alguns doces que você deve provar no país.
Foto: picture-alliance/J. Haas
Rote Grütze
Compota de frutas vermelhas é uma das sobremesas mais queridinhas dos alemães. A receita clássica de Rote Grütze leva framboesa e groselha, mas também podem-se incluir morangos, cerejas, amoras, mirtilos. Doce e azeda na medida certa, a sobremesa costuma ser servida com sorvete de creme, molho de baunilha ou chantilly.
Foto: picture-alliance/J. Haas
Kalter Hund
Esta sobremesa – feita de camadas de bolacha de manteiga e creme de chocolate – chama a atenção por causa do nome, que literalmente significa "cachorro frio". Mas o que a sobremesa tem a ver com o animal? Nada. Na verdade, além de significar cachorro o termo Hund também designa a vagoneta usada em minas, que lembra o formato do doce.
Foto: picture-alliance/dpa/S. Pilick
Creme bávaro
Feito de creme de leite batido, gelatina, gemas, baunilha e açúcar, o creme bávaro é usado como recheio de bolos ou servido com calda de frutas vermelhas. A sobremesa tem consistência firme, entre a de um pudim e uma musse. Apesar de o nome remeter à região da Baviera, no sul da Alemanha, não é clara a origem do creme bávaro, também conhecido como crème bavaroise.
Foto: picture-alliance/dpa/
Apfelstrudel
Popular na Alemanha e na vizinha Áustria, o Apfelstrudel é feito de maçãs, passas e canela, envoltas por uma crosta de massa folhada polvilhada com açúcar de confeiteiro. Costuma ser servido quente, com sorvete ou molho de baunilha. A imperatriz Maria Teresa teria contribuído para a popularização do doce no Império Austro-Húngaro.
Foto: Colourbox/M. Saprunova
Kaiserschmarren
A especialidade austríaca é também muito apreciada na Alemanha. Trata-se de panquecas rasgadas em pedaços e polvilhadas com açúcar. Elas podem ou não conter passas e ser acompanhadas de compota de frutas, como de maçã. Às vezes, o doce é servido como sobremesa, mas há quem diga que é gostoso demais para ser comido em pequena quantidade e concede a ele o status de prato principal.
Foto: picture alliance/chromorange/R. Märzinger
Bratapfel
Maçãs assadas e recheadas são muito apreciadas no inverno alemão, particularmente no período natalino. O recheio pode conter amêndoas, marzipã, nougat, pinoli ou uvas passas, por exemplo. Cravo e canela também são bem-vindos, tornando o aroma da Bratapfel irresistível. A sobremesa pode ser servida com sorvete ou molho de baunilha.
Foto: Fotolia/Barbara Pheby
Milchreis
Semelhante ao nosso arroz doce, o Milchreis (milch=leite e reis=arroz) é bastante apreciado pelos alemães e costuma ser servido com açúcar e canela ou compota de cereja. Enquanto no Brasil prepara-se o arroz com leite condensado, na Alemanha ele é feito apenas com leite, baunilha e pouco açúcar. O curioso é que às vezes os alemães comem Milchreis não como sobremesa, mas como prato principal.
Foto: Colourbox
Erdbeerbecher
Basta começar a temporada de morangos – que na Alemanha vai de maio a agosto –, e os restaurantes e sorveterias do país já incluem suas pomposas taças de morango no cardápio. A fruta vermelha costuma vir acompanhada de sorvete de baunilha e chantilly – preparado com pouquíssimo ou nenhum açúcar.
Foto: picture alliance/dpa/I.Fassbender
Marillenknödel
Esta especialidade da cozinha austríaca e tcheca é bastante apreciada na Alemanha, sobretudo no sul do país. Trata-se de damascos (conhecidos na região da Baviera e na Áustria como Marillen) envoltos numa massa de farinha. As bolinhas (knödel) são cozidas, empanadas em farinha de rosca e polvilhadas com açúcar de confeiteiro.
Foto: picture alliance/dpa/G.Trumler
Waffel
Importado da vizinha Bélgica, o Waffel (ou waffle) é um dos doces favoritos dos alemães. No café da manhã ou da tarde, como sobremesa ou nos mercados de Natal, a massa prensada é muitas vezes servida somente com açúcar de confeiteiro. Mas também há versões com nutella, morango, cereja, calda de frutas vermelhas – muitas vezes acompanhadas de sorvete de baunilha ou chantilly.