País sul-americano passar a ser o primeiro do mundo a distribuir a substância legalmente por meio de rede autorizada. Mecanismo estatal irá controlar todo o processo, desde o cultivo até o consumidor final.
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A partir desta quarta-feira (19/07) tem início no Uruguai a venda legalizada de maconha para fins recreativos. Com isso, o país sul-americano se torna o primeiro do mundo onde o próprio Estado distribui a substância legalmente por meio de uma rede de farmácias autorizadas, em um mecanismo que deverá controlar todo o processo, desde o cultivo até o consumidor final.
De acordo com a nova regra, interessados poderão adquirir a substância em 16 farmácias registradas pelo país a um custo de 187 pesos uruguaios (cerca de 20 reais) por cinco gramas, informou nesta terça-feira o Instituto de Regulação e Controle de Cannabis (IRCCA).
Até o momento, duas variedades da droga foram registradas: a Alfa I e a Beta I, ambas com uma concentração de cerca de 2% de tetrahidrocanabinol (THC), componente psicoativo da planta.
O acesso à erva se dará com a impressão digital do usuário, que assim não precisará divulgar suas informações pessoais. Haverá, no entanto, um limite de compra de 10 gramas semanais e 40 mensais, e os consumidores deverão ter mais de 18 anos, cidadania uruguaia ou residência no país há mais de um ano. Para se ter acesso à maconha legal também será necessário se registrar nas agências dos correios do país. De acordo com os últimos dados da IRCCA, o número de pessoas já habilitadas é de 4.959.
A venda em farmácias ainda é limitada e não cobre todo o território do Uruguai, mas as autoridades acreditam que, pouco a pouco, irão adicionar mais estabelecimentos e registrar mais consumidores, pois isso fará com que o produto possa ser adquirido por meios legais sem exposição do usuário aos riscos de comércio ilegal.
A liberação da venda de maconha em farmácias estava prevista na lei que regulou a produção, comercialização e distribuição da droga. A regra havia sido aprovada em dezembro de 2013durante o governo do então presidente José Mujica (2010-2015).
Simultaneamente à distribuição em farmácias, operam no Uruguai outros dois mecanismos legais para aquisição de maconha: os clubes de cannabis (63 autorizados) e os chamados autocultivadores (6.948).
IP/efe/dpa/epd
Exército italiano cultiva maconha para fins medicinais
A Itália tem um projeto piloto para a produção de canábis para terapias e assim tornar-se independente de importações da Holanda, mais caras. Desde janeiro, o produto está sendo distribuído em farmácias e hospitais.
Foto: Getty images/AFP/F. Monteforte
Canábis terapêutica
O Exército italiano produz a canábis terapêutica no Instituto Químico Farmacêutico Militar, em Florença. A erva, fornecida a hospitais e farmácias italianas, custa cerca da metade do preço da maconha importada.
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Projeto militar
A produção é apenas uma das atividades do instituto químico e farmacêutico militar, que existe há 164 anos. A instituição se orgulha de ter registrado a maconha como produto farmacêutico em setembro de 2015 pela agência de medicamentos da Itália. O produto final é muito diferente da maior parte da canábis consumida no mundo.
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Menos THC, mais CBD
O tetra-hidrocarbinol (THC), componente da planta da maconha responsável pelos efeitos alucinógenos, não é tão útil para a medicina quanto o ingrediente ativo canabidiol (CBD), usado como anti-inflamatório. Estima-se que entre 2 e 3 mil italianos se tratem com canábis medicinal para aliviar dores causados pela esclerose múltipla e espasticidade, ou combater náuseas após a quimioterapia.
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"Jamais experimentei!"
"Não, eu nunca experimentei, e também nem tenho a intenção de fazê-lo", diz Antonio Medica, o coronel encarregado do laboratório de canábis no instituto militar italiano em Florença. Ele ri ao dizer que outro dia um colega seu brincou, dizendo que passou 40 anos tentando fazer as tropas parar de fumar nos quartéis: "E agora estamos produzindo nós mesmos!"
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Garantia de qualidade
A produção em um ambiente estéril é muito importante. "Essa é a única maneira de você garantir um produto bom, livre de materiais tóxicos, em especial de metais pesados como o mercúrio, que as plantas absorvem facilmente quando crescem nos campos", explica Medica.
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Apenas na "forma natural"
A maconha produzida pelos militares em Florença é distribuída a farmácias e hospitais italianos. A lei prevê que, além da necessidade de prescrição médica, o conteúdo da embalagem deve ser sempre canábis em sua forma natural (ou seja, em forma de planta: flores ou brotos de maconha), para ser usada em chás ou inalada através de vaporizador.