UTIs alemãs: 40% mais pacientes de covid do que na 1ª onda
6 de dezembro de 2020
Com algumas clínicas da Alemanha se aproximando dos limites de sua capacidade, número de casos graves excede os do início do ano. Merkel aposta em vacina como "luz no fim do túnel".
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Parte dos hospitais da Alemanha está batendo nos limites de sua capacidade, em meio aos esforços para enfrentar a segunda onda da pandemia de covid-19, alertou o presidente da Federação dos Hospitais Alemães (DKG), neste domingo (06/12).
Em entrevista publicada pelo semanário Welt am Sonntag, Gerald Gass declarou que atualmente há 40% mais infectados pelo novo coronavírus em tratamento intensivo do que durante a primeira onda, em abril. Além disso, estão sendo atentidos 16 mil em unidades não intensivas.
Os hospitais menores e de áreas rurais estão com a capacidade quase esgotada e tendo que recusar pacientes que não sejam de covid-19. Em alguns estados, como a Saxônia, no leste, a ocupação das UTIs é cinco vezes maior do que em abril, disse o chefe da DKG.
Não é pressão por mais verbas
Gass descartou acusações de que as direções hospitalares estariam exagerando para forçar o governo alemão a oferecer mais ajuda financeira: "Rechaçamos decididamente a acusação de alarmismo", reforçou.
"Nacionalismo de vacina" representa mais mortes
05:41
No último fim de semana de novembro, um dos maiores hospitais da Alemanha, o Vivantes, no bairro berlinense de Neukölln, anunciou que não aceitaria mais pacientes de emergência. Segundo o jornal Tagesspiegel, 85% dos leitos da instituição estão tomados.
Outras clínicas de Berlim confirmaram que seus recursos estão sendo gradualmente excedidos pelos pacientes graves da doença respiratória. Alguns diretores alertaram para a carência de equipes médicas no enfrentamento do excedente de casos críticos.
O diretor da Clínica de Medicina Intensiva Operativa da Clínica da Universidade de Aachen, Gernot Marx, declarou ao Welt am Sonntag que "o fator limitante não é a falta de leitos de UTI, mas sim de pessoal devidamente qualificado".
Ao Tagesspiegel, Thomas Werner, especialista clínico da Associação Médica de Berlim, apontou uma lacuna de cerca de 15% dos cuidadores, na maioria das enfermarias, por estarem doentes ou de quarentena.
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Merkel tem esperanças na vacina
A chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, afirmou neste sábado estar esperançosa de que as vacinas ajudarão a derrotar o coronavírus: "Depois de mais de nove meses de pandemia, agora estamos vendo luz no fim do túnel", declarou em seu podcast semanal, acrescentando esperar que um ou mais imunizantes sejam lançados em breve.
Num momento em que o Parlamento se prepara para negociar o orçamento de 2021, Merkel adiantou que a substancial ajuda estatal para a pandemia de covid-19 não pode continuar indefinidamente nos níveis atuais: "O governo federal, os estados e os municípios têm que cooperar entre si, bem e construtivamente, para superar a pandemia e suas consequências da melhor forma possível."
Segundo o ministro da Saúde Jens Spahn, as primeiras vacinas da Alemanha já poderão começar a ser aplicadas por volta do Ano Novo, se houver aprovação dentro da União Europeia, enquanto a vacinação em massa se iniciaria em meados de 2021.
Neste domingo, o Instituto Robert Koch (RKI), agência governamental alemã de controle e prevenção de doenças infecciosas, confirmou 17.767 novos casos e 255 mortes resultantes da covid-19.
AV/afp,ap,rtr,dpa,ots
Os ricos que lucraram com a covid-19
Enquanto muitos negócios foram duramente atingidos pela pandemia do novo coronavírus, alguns conseguiram multiplicar fortunas com a crise. Entre eles estão conhecidos bilionários.
Foto: Dennis Van TIne/Star Max//AP Images/picture alliance
Como ficar mais rico
Jeff Bezos (na foto com a namorada Laura Sanchez no Taj Mahal), fundador da Amazon, já era a pessoa mais rica do mundo e com o coronavírus multiplicou seu patrimônio. A revista "Forbes" estima sua fortuna em 193 bilhões de dólares. Sua empresa de comércio eletrônico fez negócios em ritmo acelerado durante a pandemia. As ações da Amazon bateram novos recordes.
Foto: Pawan Sharma/AFP/Getty Images
Tecnologia em alta no mercado
A Tesla, empresa de Elon Musk, produz carros, mas na bolsa é tratada como uma empresa de alta tecnologia. Musk lucrou com o entusiasmo do mercado em torno de ações de tecnologia durante a pandemia. Há pouco tempo, o empresário sul-africano ultrapassou Bill Gates na lista dos mais ricos do mundo. Sua fortuna é avaliada em 132 bilhões de dólares.
Foto: Getty Images/M. Hitij
Uma ideia certa no momento ideal
O aumento do número de pessoas trabalhando em casa durante a pandemia foi a grande oportunidade de Eric Yuan. O fundador do Zoom se mudou da China para os EUA quando tinha 27 anos. Depois de alguns anos na rival WebEx, ele lançou sua própria plataforma de videoconferência, o Zoom, em 2019. Desde a crise, as ações da empresa explodiram. Estima-se que Yuan tenha uma fortuna de 19 bilhões de dólares.
Foto: Kena Betancur/Getty Images
Sucesso com exercícios físicos
Regras de distanciamento e fechamento de academias foram ótimos para John Foley. Em 2013, ele ainda buscava apoio para seu equipamento de ginástica numa plataforma de financiamento coletivo. Hoje, as pessoas estão dispostas a gastar muito dinheiro com o Peloton. As ações da empresa triplicaram durante a pandemia, e inesperadamente Foley, de quase 50 anos, se tornou bilionário.
Foto: Mark Lennihan/AP Photo/picture alliance
Conquistador do mundo
Desenvolvido por Tobias Lütke, a Shopify permite que comerciantes criem suas próprias lojas online. Nascido em Koblenz, o alemão emigrou para o Canadá em 2002 e começou um negócio de garagem como tantos outros. Hoje, a Shopify é a empresa mais valiosa do Canadá, com os preços de suas ações dobrando desde março. A revista "Forbes" estima a fortuna de Lütke, de 39 anos, em 9 bilhões de dólares.
Foto: Wikipedia/Union Eleven
Bilionário da noite para o dia
Já no início de janeiro, Ugur Sahin apostou no cavalo certo ao trabalhar numa vacina contra a covid-19. O imunizante desenvolvido por sua empresa alemã Biontech já foi aprovado no Reino Unido. A vacina empurrou Sahin para os holofotes e o tornou bilionário. O valor de ações que ele possui é estimado em 5 bilhões de dólares.
Foto: BIONTECH/AFP
Ingredientes de sucesso
A empresa de kits de refeição entregues em casa HelloFresh está em alta. Os lucros mais do que triplicaram durante a pandemia, segundo dados de novembro. Cofundador e acionista Dominik Richter aproveitou ao máximo o fechamentos de restaurantes. Ele ainda não está no nível dos bilionários que se beneficiaram com pandemia, mas tem os ingredientes certos para chegar lá.
Foto: Bernd Kammerer/picture-alliance
Amazon em dobro
Jeff Bezos não é o único que ficou mais rico com a Amazon durante a pandemia. Graças a ações que possui da empresa, a ex-esposa de Bezos, Mackenzie Scott, chegou ao primeiro lugar na lista de mulheres mais ricas do mundo. Sua fortuna é estima em 72 bilhões de dólares.
Foto: Dennis Tan Tine/Star Max//AP/picture alliance