Vacinação evitou 38 mil mortes por covid-19 na Alemanha
7 de agosto de 2021
Pesquisa do Instituto Robert Koch projeta que imunização impediu mais de 706 mil contágios com coronavirus. Em consequência, 76 mil não precisaram ser hospitalizadas e quase 20 mil não foram parar em UTIs.
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A campanha de vacinação contra a covid-19 na Alemanha evitou mais de 38 mil mortes e mais de 706 mil casos da doença, mostra estudo divulgado nesta sexta-feira (06/08) pelo Instituto Robert Koch (RKI), agência governamental para o controle e prevenção de doenças.
A pesquisa também aponta que a imunização evitou mais de 76 mil hospitalizações e quase 20 mil internações em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs).
O modelo estudado pelo RKI avalia como teria sido a terceira onda da covid-19 na Alemanha caso não tivesse havido a campanha de vacinação.
Os cálculos referem-se ao período de janeiro a julho de 2021, e refletem, também, um começo lento na imunização, que ganhou impulso apenas em abril, quando os médicos começaram a aplicar a vacina em seus consultórios. De acordo com o estudo, a faixa etária acima de 60 anos de idade foi particularmente beneficiada com as vacinas.
Segundo o RKI, os dados mostram que as vacinas têm uma alta taxa de eficácia e "abrirão o caminho para sair da pandemia".
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Mais da metade de população completamente imunizada
O ministro da Saúde alemão, Jens Spahn, informou neste sábado pelo Twitter que mais de 45 milhões de pessoas no país, o equivalente a 54,5% da população, já estão completamente imunizadas contra a covid-19. Cerca de 62% receberam pelo menos uma dose.
Agora, as autoridades debatem como aumentar a taxa de vacinação. O país não sofre de escassez de imunizantes, mas vê há semanas a taxa de procura pelas vacinas cair. Desde o sábado passado, foram apenas cerca de 600 mil novos vacinados - no auge da procura, chegaram a ser imunizadas 1,4 milhão de pessoas por dia.
O tema será debatido em uma reunião entre a chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, e os governadores dos 16 estados alemães na próxima semana.
Com a variante delta respondendo por 97% das novas infecções na Alemanha, o RKI projeta que seja necessária uma taxa de 85% de vacinação para ser atingida a chamada imunidade de rebanho.
"Tomar a vacina é uma decisão pessoal, mas também afeta a todos nós como uma comunidade. Cada indivíduo decidirá o quão bem passaremos o outono e o inverno", escreveu Spahn no Twitter.
A Alemanha registrou neste sábado 24 mortes por covid-19 e 3.206 novos casos da doença, bem menos do que outros países europeus, como Reino Unido, que teve 28 mil novas infecções.
Outros países europeus, como França e Itália, implementaram regras que exigem que as pessoas provem estar vacinas ou recuperadas da covid-19 para ingressar em locais como restaurantes e museus.
A decisão não foi bem-recebida por parte da população, com alguns cidadãos afirmando que as regras infringem suas liberdades.
Segundo estimativas oficiais, foram cerca de 237 mil manifestantes em várias cidades francesas, nos maiores protestos até agora contra as medidas no país. Cerca de 35 pessoas foram detidas.
A partir de segunda-feira, o passe sanitário será necessário na França para entrar em cafés, restaurantes e fazer viagens de longa distância.
A obrigatoriedade da apresentação do certificado já está em vigor para o acesso a locais culturais e recreativos, incluindo cinemas, salas de concertos e parques temáticos.
le (ots)
As variantes do novo coronavírus
Para evitar a estigmatização e a discriminação dos países onde as variantes do Sars-Cov-2 foram detectadas pela primeira vez, a OMS padronizou seus nomes conforme letras do alfabeto grego.
Foto: Sascha Steinach/ZB/picture alliance
Várias denominações para uma cepa
A Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu que as novas variantes do coronavírus passam a ser chamadas por letras do alfabeto grego e não devem mais ser identificadas pelo local onde foram detectadas pela primeira vez. Cientistas criticavam ainda que estavam sendo usados vários nomes para a cepa descoberta na África do Sul, como B.1.351, 501Y.V2 e 20H/501Y.V2.
Foto: Christian Ohde/CHROMORANGE/picture alliance
Nomes científicos continuam válidos
A OMS pediu que os países e a imprensa passem a adotar a nova nomenclatura das variantes e evitem associar novas cepas aos locais de origem. A organização acrescentou, porém, que as novas denominações não substituem os nomes científicos, que devem continuar sendo usados em trabalhos acadêmicos.
Foto: Reuters/D. Balibouse
Variante alfa
A variante B.1.1.7 foi detectada em setembro de 2020 no Reino Unido e se espalhou pelo mundo. Segundo um estudo publicado em março na "Nature", há evidências de que a variante alfa seja 61% mais mortal do que o vírus original. Entre homens com mais de 85 anos, o risco de morte aumenta de 17% para 25%. Para mulheres da mesma faixa etária, de 13% para 19%, nos 28 dias posteriores à infecção.
Foto: Christian Ohde/imago images
Variante beta
Pesquisadores identificaram a variante B.1.351 em dezembro de 2020 na África do Sul. A cepa atinge pacientes mais jovens e é associada a casos mais graves da doença. Os cientistas sequenciaram centenas de amostras de todo o país desde o início da pandemia e observaram uma mudança no panorama epidemiológico, "principalmente com pacientes mais jovens, que desenvolvem formas graves da doença".
Foto: Christian Ohde/imago images
Variante gama
A variante P.1 foi detectada pela primeira vez em 10 de janeiro de 2021 pelo Japão em passageiros vindos de Manaus. Originária do Amazonas, ela se espalhou pelo Brasil e outros países vizinhos. A cepa possui 17 mutações, três das quais estão na proteína spike. São provavelmente essas últimas que fazem com que o vírus possa penetrar mais facilmente nas células para então se multiplicar.
Foto: Christian Ohde/imago images
Variante delta
A variante B.1.617, detectada em outubro de 2020 na Índia, causa sintomas diferentes dos provocados por outras cepas, é significativamente mais contagiosa e aparentemente aumenta o risco de hospitalização, segundo sugeriram estudos. "O vírus se adapta de forma inteligente. Muitos doentes recebem resultados negativos nos testes, mas desenvolvem sintomas graves", explicou um médico de Nova Déli.
Foto: Christian Ohde/imago images
Variante ômicron
A nova variante B.1.1.529, batizada de ômicron pela Organização Mundial da Saúde, foi descoberta em 11 de novembro de 2021 em Botsuana, que faz fronteira com a África do Sul, onde a cepa também foi encontrada. A ômicron contém 32 mutações na chamada proteína "spike" (S), número considerado extremamente alto. Cientistas avaliam que essa variante se dissemina mais rapidamente do que as anteriores.
Foto: Andre M. Chang/Zuma/picture alliance
A busca pela padronização
O novo padrão foi escolhido após "uma ampla consulta e revisão de muitos sistemas de nomenclatura", afirma a OMS. O processo durou meses e entre as sugestões de padronização estavam nomes de deuses gregos, de religiões, de plantas ou simplesmente VOC1, VOC2, e assim por diante.
Foto: Ohde/Bildagentur-online/picture alliance
Nomes e apelidos polêmicos
Desde o início da pandemia, os nomes utilizados para descrever o Sars-Cov-2 têm provocado polêmica. O ex-presidente americano Donald Trump costumava chamar o novo coronavírus de "vírus da China", como forma de tentar culpar o país asiático pela pandemia. O vírus foi detectado pela primeira vez na cidade chinesa de Wuhan.
Foto: picture-alliance/AA/A. Hosbas
Novas cepas podem ser mais perigosas
Mutações em vírus são comuns, mas a maioria delas não afeta a capacidade de transmissão ou de causar manifestações graves de doenças. No entanto, algumas mutações, como as presentes nas variantes do coronavírus originárias do Reino Unido, da África do Sul e do Brasil, podem torná-lo mais contagioso.
Foto: DesignIt/Zoonar/picture alliance
Associação ao local de origem
Historicamente, vírus novos costumam ganhar nomes associados ao local de descoberta, como o ebola, que leva o nome de um rio congolês. No entanto, esse padrão pode ser impreciso, como é o caso da gripe espanhola de 1918. As origens desse vírus são desconhecidas, mas acredita-se que os primeiros casos tenham surgido no estado do Kansas, nos Estados Unidos.
Foto: picture-alliance/National Museum of Health and Medicine