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Vacina de Oxford é eficaz contra a variante de Manaus

20 de março de 2021

De acordo com estudo preliminar divulgado pela Fiocruz, imunizante é capaz de neutralizar a variante P.1, considerada mais transmissível.

Mão segura uma ampola da vacina. Em segundo plano, o rosto da mulher que segura a vacina está desfocado. Ela usa máscara.
No Brasil, o imunizante é produzido pela Fiocruz.Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgou nesta sexta-feira (19/03) que estudos preliminares indicam que a vacina da AstraZeneca desenvolvida em parceria com a Universidade de Oxford é eficaz contra a variante brasileira do coronavírus, batizada de P.1. No Brasil, o imunizante é produzido pela Fiocruz.

De acordo com a coordenadora dos centros de pesquisa da vacina de Oxford no Brasil, Sue Ann Costa Clemens, a variante brasileira, que foi identificada pela primeira vez em janeiro, em Manaus, reage ao imunizante de forma idêntica à variante britânica. A pesquisa ainda não foi revisada por outros cientistas e nem publicada em revista científica, mas está disponível online.

Segundo Clemens, havia temor entre os pesquisadores de que a variante brasileira se comportasse como a sul-africana, mas resistente a vacinas. No entanto, testes indicaram que "há, sim, impacto na neutralização [do novo coronavírus]".

No mês passado, a Universidade de Oxford já havia anunciado que a vacina é eficaz contra a variante do Reino Unido. Clemens observa que a eficácia fica acima dos 70% nos casos leves e chega a 100% quando se trata de casos graves e hospitalizações.

De acordo com o estudo brasileiro, há uma pequena perda de neutralização na comparação com as cepas mais comuns do coronavírus, mas, ainda assim, o efeito da vacina não ficou comprometido.

O trabalho avaliou a capacidade da cepa originária do Amazonas de "escapar" de anticorpos não somente induzidos por vacinas, mas também gerados por quem teve a infecção e os chamados anticorpos monoclonais, que são um tipo de remédio biológico.

Para chegar ao resultado, os pesquisadores coletaram amostras de soro de 25 pessoas que receberam a vacina de Oxford e de 25 que receberam o imunizante da Pfizer-BioNTech. O estudo contou com a colaboração de pesquisadores da Fiocruz Amazônia e do Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz.

Outras pesquisas também mostraram eficácia da Coronavac e da vacina da Pfizer contra a variante de Manaus.

le (ots)

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