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Vacina deve ser do povo, diz secretário-geral da ONU

18 de dezembro de 2020

Na Alemanha, António Guterres faz duro discurso, condena "vírus da desinformação" e diz que populismo ignora a ciência e desorienta as pessoas. Ele defende que imunizante deve ser tratado como bem público.

Secretário-geral da ONU, António Guterres discursa no Bundestag junto a chanceler Angela Merkel e autoridades
Secretário-geral da ONU, António Guterres discursa no Bundestag junto a chanceler Angela Merkel e autoridadesFoto: Michael Sohn/AP Photo/picture alliance

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, lançou nesta sexta-feira (18/12) um apelo aos países ricos para que apoiem os mais pobres na aquisição de vacinas e no combate à pandemia de covid-19.

Em pronunciamento ao Parlamento alemão na ocasião dos 75 anos da fundação da ONU, Guterres enfatizou que o mundo precisa assegurar que a imunização contra o coronavírus esteja disponível "para todos, em toda parte" e que as vacinas sejam tratadas como um bem público

Em Berlim, o português exaltou o papel da Alemanha na luta contra a doença e os pesquisadores da empresa alemã de biotecnologia Biontech, que, em parceria com a farmacêutica americana Pfizer, disponibilizou no mercado a primeira vacina contra a doença.

Combate ao "vírus da desinformação"

"Nosso objetivo agora é assegurar que as vacinas seja tratadas como um bem público, acessível e pagável para todos", destacou. "Uma vacina do povo."

Vacina é um bem público global, diz chefe da ONU

03:20

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Guterres disse que a ONU está comprometida a fornecer informações e aconselhamento confiável, "orientada pela ciência, baseada em fatos", de modo a aumentar a confiança nas vacinas e combater o que chamou de "vírus da desinformação".

"Em todo o mundo, vimos como o populismo ignora a ciência e desorienta as pessoas. Desinformação, mitos e teorias selvagens da conspiração estão sendo propagadas", alertou.

Guterres destacou que a iniciativa Covax Facility, criada para garantir o acesso dos países mais pobres às vacinas e apoiado pela ONU, necessita de 5 bilhões de dólares até ao final de janeiro de 2021. No total, o programa, ao qual também o Brasil já formalizou sua adesão, precisará de pelo menos de 20 bilhões de dólares para cumprir seus objetivos, lembrou o secretário-geral da ONU.

"Ao mesmo tempo, vejo países que compraram vacinas em volume várias vezes superior às respetivas populações, ou pelo menos fizeram ofertas nesse sentido", observou Guterres, exortando os governos a doarem as doses em excesso à iniciativa Covax.

A Covax é o principal sistema global para garantir que os países de renda baixa e média tenham acesso às vacinas. O programa pretende distribuir pelo menos 2 bilhões de doses até ao final de 2021 de forma a imunizar 20% das pessoas mais vulneráveis em 91 países pobres, principalmente na África, Ásia e América Latina.

Alemanha como "força para a paz"

Guterres enalteceu o governo da chanceler federal Angela Merkel. Ele afirmou que seu "racionalismo, firmeza, compaixão e sabedoria" guiaram a Alemanha através da pandemia: "Louvo seus passos imediatos e decisivos orientados pela ciência, com dados e ações locais  que suprimiram a transmissão do vírus e salvaram vidas."

Ele afirmou que os alemães têm motivos para estar "muito orgulhosos de suas conquistas" e enalteceu o país como uma "força para a paz" e um "pilar do multilateralismo".

"Como secretário-geral, testemunho diariamente o modo como a Alemanha, com sua profunda consciência histórica e responsabilidade, desempenha papel de liderança no mundo", afirmou, discursando em alemão. "Vejo como a Alemanha enfrenta os desafios de nosso tempo", observou.

Após a visita ao Bundestag, Guterres manteve reuniões com Merkel e o presidente alemão, Frank-Walter Steimeier.

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