Vale e BHP propõem acordo para revitalizar Rio Doce
19 de janeiro de 2016
Segundo ministra do Meio Ambiente, empresas têm interesse em chegar a um acordo com o governo federal e os estados de Minas Gerais e do Espírito Santo. Valor final pode ser diferente dos 20 bilhões de reais exigidos.
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A mineradora brasileira Vale e a anglo-australiana BHP comunicaram nesta segunda-feira (18/01) ao governo brasileiro seu interesse em custear a recuperação ambiental da bacia do Rio Doce, que sofreu graves danos ambientais provocados pelo rompimento da Barragem Fundão, em Mariana (MG), em novembro de 2015.
As duas empresas, que dividem o controle da mineradora Samarco, manifestaram interesse em chegar a um acordo na esfera judicial com o governo federal e os estados de Minas Gerais e do Espírito Santo, disse a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.
Segundo ela, a Vale, em nome da BHP e da Samarco, procurou o comitê de revitalização da bacia para informar que quer fazer o acordo na Justiça. "Portanto, ela [a Vale] quer alocar os recursos necessários, quer ter transparência nas ações, quer efetivamente, junto com as demais empresas, recuperar a Bacia do Rio Doce. Não quer ficar eternamente em disputa judicial", afirmou a ministra.
Após o rompimento da barragem da mineradora Samarco, os dois governos estaduais e o governo federal entraram na Justiça com uma ação civil pública pedindo uma indenização de pelo menos 20 bilhões de reais pelos danos.
O advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, afirmou nesta segunda-feira, porém, que essa cifra é uma estimativa e que o acordo a ser negociado com as empresas pode resultar num valor maior ou menor.
Detalhes da proposta de acordo apresentada pelas mineradoras não foram revelados. Nesta terça-feira haverá uma reunião em Minas Gerais entre os representantes das partes para discutir o assunto.
Também nesta segunda-feira, o Departamento Nacional de Produção Mineral, do Ministério de Minas e Energia, determinou que todas as mineradoras do país apresentem em 15 dias um comprovante de que entregaram um plano de ação para o caso de emergências a prefeituras e Defesa Civil de estados e municípios.
AS/efe/abr
O drama dos animais em Mariana
Voluntários se revezam em galpão para cuidar de animais feridos na avalanche de lama provocada pelo rompimento da barragem de Fundão. Pelo menos 650 bichos já passaram pelo local.
Foto: DW/R. Malkes
Bebê
Voluntária recorre à seringa para alimentar filhotes recolhidos nos arredores do distrito de Bento Rodrigues, devastado pela lama. Em meio a tanto desalento, há um único lugar, bem próximo ao epicentro da tragédia de Mariana, onde todos os dias há motivos para comemoração.
Foto: DW/R. Malkes
Cadela e filhotinhos
Filhotes chegaram ao abrigo de animais montado às margens da rodovia MG-129 cobertos de lama. Mãe mãe estava ferida e faminta. Batizado de Centro de Recolhimento de Animais, pelo menos 650 bichinhos passaram por ali.
Foto: DW/R. Malkes
Bezerrinho
O bezerrinho nasceu no galpão improvisado. A mãe foi resgatada isolada e faminta próximo ao distrito de Paracatu de Baixo. "Muitos chegaram doentes e com fome, mas receberam toda a assistência que precisam", conta veterinária.
Foto: DW/R. Malkes
Tratamento especial
Uma voluntária troca os curativos do pequeno paciente, ainda debilitado por um bicheiro atrás da orelha. Mais de 800 animais já passaram pelo galpão.
Foto: DW/R. Malkes
Carente
Nem todos os animais foram identificados. Após a recuperação, aqueles que não tiverem seus donos encontrados podem ser oferecidos à adoção.
Foto: DW/R. Malkes
Cavalo
Equipes de resgate ainda circulam pelas áreas atingidas pela tragédia. Muitos animais estão retornando e acabam atolados no mar de lama.
Foto: DW/R. Malkes
Sofrimento
Cães estão entre os que mais sofrem, segundo veterinários. Após os ferimentos e a fome passados após acidente, muitos estão carentes no canil à espera da recuperação completa.
Foto: DW/R. Malkes
Quarentena
Alguns pacientes começam a sofrer de estresse devido ao tempo passado no canil. Voluntários tentam distribuir carinho e levar para passeios.
Foto: DW/R. Malkes
Buscam continuam
O bombeiro Carlos Eduardo encontra duas galinhas solitárias ciscando no meio dos rejeitos de minério de ferro em Bento Rodrigues. Todos os dias, animais perdidos são encontrados, mesmo mais de um mês após a tragédia.
Foto: DW/R. Malkes
Reencontro
Juarez Mariano de Souza e o filho vão visitar o cachorrinho da família, Lui, identificado no abrigo. Ele ainda não pode ser levado, pois a família Souza continua à espera de uma nova casa.