Disponibilizado em formato digital em celulares ou cópia impressa, o chamado passaporte de covid-19 contém um código QR que atesta se o portador foi totalmente vacinado contra a covid-19 com uma das vacinas aprovadas pela UE - Pfizer-Biontech, AstraZeneca, Moderna ou Johnson&Johnson (Janssen), se contraiu a doença e se recuperou ou se testou negativo recentemente para o coronavírus.
Principais destinos turísticos já aceitam passaporte de covid-19
De acordo com a legislação da UE, o certificado tem o objetivo de eliminar a necessidade de quarentenas ou testes adicionais para o turista ao viajar entre os 27 países do bloco europeu ou quatro nações europeias do espaço Schengen (Islândia, Noruega, Suíça e Liechtenstein).
O comissário de Justiça da UE, Didier Reynders, afirmou que espera que todos os países-membros do bloco europeu estejam conectados ao sistema a partir desta quinta-feira. Somente a Irlanda, alvo de um ataque cibernético que visou seu sistema de saúde em maio, entrará em breve na plataforma.
Nesta quarta-feira, 21 países da UE já estavam aceitando o certificado, incluindo os grandes destinos turísticos França, Espanha, Itália, Grécia e Croácia. Porém, problemas foram relatados em países como Malta, Holanda, Romênia, Suécia, Hungria, Suíça e Chipre.
"Recomendamos a todos os Estados-membros que utilizem a ferramenta não apenas para a livre circulação, mas também para todos os usos nacionais possíveis e outros propósitos: ir a shows, festivais, teatros, restaurantes", disse Reynders.
Variante delta gera preocupação no continente
No entanto, a disseminação da variante delta, inicialmente detectada na Índia e agora dominante em novas infecções no Reino Unido, antigo membro da UE, poderia desencadear um "freio de emergência" previsto na legislação e suspender sua aceitação.
A decisão do governo em Berlim desagradou Bruxelas, com Reynders dizendo que "devemos evitar as proibições de viagem" dentro da UE e enfatizando que a Alemanha deveria ter consultado primeiramente seus parceiros no bloco.
O aumento surpreendente do número de infecções da variante delta no Reino Unido está gerando uma profunda preocupação no continente. Em uma reunião de cúpula da UE na semana passada, a chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, criticou os países do sul da Europa – desesperados para receber turistas – por permitirem a entrada de britânicos com pouca ou nenhuma verificação em relação à covid-19.
Nesta semana, Portugal, Espanha e Malta aumentaram abruptamente as restrições para os viajantes do Reino Unido, exigindo que estejam totalmente vacinados para que possam entrar no país.
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Certificado pode não gerar impulso para turismo
Especialistas afirmam que o certificado digital europeu pode não ser o impulso para o turismo que muitos estavam esperando.
"Não há dúvida de que a indústria turística precisa de um impulso a tempo para a temporada de verão", afirma a consultoria Capital Economics em nota. Mas ela prevê que o certificado "terá muito pouco impacto no turismo europeu neste ano", acrescentando que "a maioria dos adultos não está totalmente vacinada, e a variante delta está deixando as pessoas e os governos mais cautelosos".
Estatísticas oficiais coletadas pela agência de notícias AFP mostram que 50,4% da população da UE já recebeu pelo menos uma dose da vacina – em comparação, no Reino Unido já são 65,7%. Até este momento, 32,7% das pessoas no bloco europeu são considerados completamente vacinadas.
fc/lf (AFP, Reuters, ots)
As variantes do novo coronavírus
Para evitar a estigmatização e a discriminação dos países onde as variantes do Sars-Cov-2 foram detectadas pela primeira vez, a OMS padronizou seus nomes conforme letras do alfabeto grego.
Foto: Sascha Steinach/ZB/picture alliance
Várias denominações para uma cepa
A Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu que as novas variantes do coronavírus passam a ser chamadas por letras do alfabeto grego e não devem mais ser identificadas pelo local onde foram detectadas pela primeira vez. Cientistas criticavam ainda que estavam sendo usados vários nomes para a cepa descoberta na África do Sul, como B.1.351, 501Y.V2 e 20H/501Y.V2.
Foto: Christian Ohde/CHROMORANGE/picture alliance
Nomes científicos continuam válidos
A OMS pediu que os países e a imprensa passem a adotar a nova nomenclatura das variantes e evitem associar novas cepas aos locais de origem. A organização acrescentou, porém, que as novas denominações não substituem os nomes científicos, que devem continuar sendo usados em trabalhos acadêmicos.
Foto: Reuters/D. Balibouse
Variante alfa
A variante B.1.1.7 foi detectada em setembro de 2020 no Reino Unido e se espalhou pelo mundo. Segundo um estudo publicado em março na "Nature", há evidências de que a variante alfa seja 61% mais mortal do que o vírus original. Entre homens com mais de 85 anos, o risco de morte aumenta de 17% para 25%. Para mulheres da mesma faixa etária, de 13% para 19%, nos 28 dias posteriores à infecção.
Foto: Christian Ohde/imago images
Variante beta
Pesquisadores identificaram a variante B.1.351 em dezembro de 2020 na África do Sul. A cepa atinge pacientes mais jovens e é associada a casos mais graves da doença. Os cientistas sequenciaram centenas de amostras de todo o país desde o início da pandemia e observaram uma mudança no panorama epidemiológico, "principalmente com pacientes mais jovens, que desenvolvem formas graves da doença".
Foto: Christian Ohde/imago images
Variante gama
A variante P.1 foi detectada pela primeira vez em 10 de janeiro de 2021 pelo Japão em passageiros vindos de Manaus. Originária do Amazonas, ela se espalhou pelo Brasil e outros países vizinhos. A cepa possui 17 mutações, três das quais estão na proteína spike. São provavelmente essas últimas que fazem com que o vírus possa penetrar mais facilmente nas células para então se multiplicar.
Foto: Christian Ohde/imago images
Variante delta
A variante B.1.617, detectada em outubro de 2020 na Índia, causa sintomas diferentes dos provocados por outras cepas, é significativamente mais contagiosa e aparentemente aumenta o risco de hospitalização, segundo sugeriram estudos. "O vírus se adapta de forma inteligente. Muitos doentes recebem resultados negativos nos testes, mas desenvolvem sintomas graves", explicou um médico de Nova Déli.
Foto: Christian Ohde/imago images
Variante ômicron
A nova variante B.1.1.529, batizada de ômicron pela Organização Mundial da Saúde, foi descoberta em 11 de novembro de 2021 em Botsuana, que faz fronteira com a África do Sul, onde a cepa também foi encontrada. A ômicron contém 32 mutações na chamada proteína "spike" (S), número considerado extremamente alto. Cientistas avaliam que essa variante se dissemina mais rapidamente do que as anteriores.
Foto: Andre M. Chang/Zuma/picture alliance
A busca pela padronização
O novo padrão foi escolhido após "uma ampla consulta e revisão de muitos sistemas de nomenclatura", afirma a OMS. O processo durou meses e entre as sugestões de padronização estavam nomes de deuses gregos, de religiões, de plantas ou simplesmente VOC1, VOC2, e assim por diante.
Foto: Ohde/Bildagentur-online/picture alliance
Nomes e apelidos polêmicos
Desde o início da pandemia, os nomes utilizados para descrever o Sars-Cov-2 têm provocado polêmica. O ex-presidente americano Donald Trump costumava chamar o novo coronavírus de "vírus da China", como forma de tentar culpar o país asiático pela pandemia. O vírus foi detectado pela primeira vez na cidade chinesa de Wuhan.
Foto: picture-alliance/AA/A. Hosbas
Novas cepas podem ser mais perigosas
Mutações em vírus são comuns, mas a maioria delas não afeta a capacidade de transmissão ou de causar manifestações graves de doenças. No entanto, algumas mutações, como as presentes nas variantes do coronavírus originárias do Reino Unido, da África do Sul e do Brasil, podem torná-lo mais contagioso.
Foto: DesignIt/Zoonar/picture alliance
Associação ao local de origem
Historicamente, vírus novos costumam ganhar nomes associados ao local de descoberta, como o ebola, que leva o nome de um rio congolês. No entanto, esse padrão pode ser impreciso, como é o caso da gripe espanhola de 1918. As origens desse vírus são desconhecidas, mas acredita-se que os primeiros casos tenham surgido no estado do Kansas, nos Estados Unidos.
Foto: picture-alliance/National Museum of Health and Medicine